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Quando eu era adolescente as mulheres da minha geração sonhavam com vestido de noiva e marido que a sustentassem, elas saiam do poder do pai para o do marido.

Eu achava tudo aquilo um absurdo, eu queria era ser livre.

Queria ganhar o meu próprio dinheiro e me sustentar.

Consegui isso com 7 anos de idade, fui trabalhar de babá e passei a depender só da comida que o meu pai me dava, minhas roupas e meu calçado eu conseguia comprar com o meu dinheiro.

Gostava de escrever, mas caderno e lapis era muito caro e só podia ser usado na escola, então eu molhava o chão com água e escrevia com gravetos, depois apagava.

Briguei muito com o meu pai por querer liberdade, quando fiz 18 anos ele me deixou ir morar sozinha.

Fui morar com uma amiga e descobri a duras penas o que significava a palavra LIBERDADE.

Meu salario ia todo para pagar a minha parte no aluguel e condominio do apartamento que dividíamos, comia meio pão com manteiga de manhã e guardava a metade para comer a noite, almoçava macarrão instantâneo. Fiquei desnutrida, tive que pedir arrego, voltei para casa.

Fui juntando dinheiro porque não arredava pé do meu sonho de morar sozinha.

Consegui essa façanha com 24 anos, então já estava mais madura e deu tudo certo.

Cheguei a conclusão que você só é livre se conseguir custear a sua moradia e a sua comida.

Dali pra frente deu tudo certo. ME APRUMEI.

Essa frase de José Saramago é a minha preferida.


"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não".

Todos nós temos a capacidade de escrever, alguns conseguem transferir para o papel, sentimentos, dramas, humor, poesias.

Eu sou uma delas!