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Perfil

Nasci em Riacho das Flores, município de Reriutaba, Ceará, em 21 de agosto de 1972.
Graduado em Letras e Pós-Graduado em Língua Portuguesa, adoro ler e escrever; pois assim acredito que penso, reflito e falo ao mundo por meio de meus escritos.

Sertanejo de sangue e suor, fui forjado no calor do sertão e nas águas de inverno dos rios e riachos que cortam o meu chão.

Sou tinta e papel
sou sonho sou contos
sou cantos
sou tudo
sou nada

Sou poeta

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Cresci sob o sol escaldante do sertão nordestino, em meio a acontecimentos que só o sertanejo vivencia; e misturei-me ao chão, à poeira, ao sertão. O meu som é o som dos chocalhos, do aboio do vaqueiro, do canto da passarada ao amanhecer, da roda de viola, das serenatas ao luar, do barulho das cachoeiras em anos de inverno, dos rios e riachos. A minha luz é a luz do sol, das estrelas e da lua. Gosto da liberdade, de sentir o vento, de ouvir o vento; gosto do balançar das folhas, do cheiro das flores e das frutas. Vivo a natureza, sou feito de poeira e água; sou a própria terra: seca ou molhada. Mas também sou arte, contos e poesias. Adoro olhar o mundo de todos os ângulos, a mistura de cores, de etnias, de pensamentos e idéias me incentiva a refletir, a escrever, a dar vida a essa gente que muita gente desconhece. E viva a miscigenação,o eclético, a liberdade de expressão!

Sou um homem que, através das letras, conheci o mundo sem nunca ter saído de meu país. Jamais cruzei a fronteira física de minha nação, mas sempre viajo no universo da literatura e visito grandes autores da literatura mundial. E, em silêncio,trocamos confidências e discutimos os mais diversos assuntos: literatura, poesia, sonhos e loucuras. Sim, o poeta é louco, o escritor é louco - o mundo é louco. Assim me disse Freud em uma tarde de chuva em seu divã. Shakespeare também me assegurou isso enquanto tomávamos um vinho em Veneza e batíamos um papo com Romeu e Julieta. Eu não acreditava muito em loucura até passar um fim de semana na Casa Verde de Itaguaí (graças a Deus o médico não me viu por lá), indicado por Brás Cubas; é, aquele mesmo que escreve do além; e advinhem quem encontrei por lá: Dom Quixote de La Mancha em seu cansado pangaré Rocinante, e me contou muitas histórias de sua amada Dulcinéia, enquanto Sancho Pança tirava uma soneca.
Mas a vida é também alegria. Percebi isso ao passar algumas noites enluaradas na companhia de Iracema nas verdes matas cearenses e nos gelados banhos na Bica do Ipú; dias depois embarquei numa viagem alucinante com meu amigo Macunaíma. Como curtimos!
Bem, desculpem-me, mas tenho que me retirar. Tenho de assistir a uma conferência com Alencar, Raquel, Ramos, Drummond e mais alguns grandes mestres em um botequim nos recantos baianos a convite de Jorge Amado - em Ilhéus e, se não me falha a memória, Gabriela é quem preparará os deliciosos quitutes para tirar o gosto da cana que hei de tomar com Quinca Berro d'água.
Aguardo você por lá.

João Félix