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"Sou o que sou e o que dizem que sou"
 
     Sempre fui péssima em apresentações, mas o que sempre fiz de melhor foi tratar-me como mais um personagem dessa vida curta e massante. Imagine então sentada a sua frente, uma garota de olhos negros, tão negros quanto a noite sem luar, de repente ela diz uma palavra que sirva para te cumprimentar, tímida esconde o rosto olhando para baixo e quando você responde, com dificuldade, ela irá te encarar. Mas o que guarda a jovem garota? Apenas seus dezessete anos de idade, por qual suportou tempestades e descobriu que não era a única, porque provavelmente, você Leitor, se identificou. Para cada pergunta sua, uma resposta díficil, uma metáfora que não te deixa decidir entre o sim e o não, então cansado você dá de ombros e desiste de perguntar, de se relacionar com aquela pessoa. Porém, a menina não deixaria você ir sem que antes você se interessase; ela tem algo a te contar:

     — Fique mais um minuto, peço-te uma segunda chance! — ela diria apavorada, esperando que você volte a encara-la. — Aconteceu algo quando eu era mais nova... E isso faz com que eu deixe as pessoas me decifrar por meio de metáforas e responstas inconclusivas.

     — O que aconteceu?! — você talvez perguntaria.

     — Desmataram a floresta onde vivi, queimei até virar cinzas, todas as minhas folhas foram se desmanchando...

     — Novamente uma metáfora! — claramente é uma metáfora.

     — O homem nunca precisou ser descoberto, mas, decifrado! Me ache através das frases e poemas quais irei recitar, pois se eu disser quem sou, nem mesmo eu saberei te explicar com palavras exatas, e mesmo assim você tiraria conclusões de mim. Sou o que sou, sou ainda o que dizem que sou sem realmente tudo ser o que disseram que sou.