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Perfil

Sou uma pessoa extremamente simples. Tudo aquilo que consegui em minha vida, foi com esforço e dedicação. Nada tenho, mas, ao mesmo tempo, tenho tudo. Em primeiro lugar, possuo DEUS que foi quem criou tudo e todos e sem ele nada teria sentido; Depois tenho meus amigos que me apoiam, nos momentos em que caio de joelhos sempre tem alguém para incentivar-me, ainda sobra-me uma vontade ferrenha de descobrir aquilo que ainda não conheço e uma disciplina espartana para perseguir as minhas metas.
Dentro deste contexto evolutivo, procuro fazer tudo de forma simples, sem prejudicar ninguém e quando sobra uma energia, procuro direcioná-la para a solidariedade com os meus semelhantes. A sede de justiça social é uma de minhas características, tanto que depois de muitos anos,voltei aos bancos escolares para fazer o Curso de Direito, sonho alimentado desde a infância.
A poesia uso como terapia para tentar disfarçar a frustração da impotência diante de tanta violência e injustiça social.
No pouco conhecimento filosófico que possuo, uso alguns conceitos que ajudam-me a levar a vida sem que seja consumido pela mesquinhez das pessoas. Gostaria muito que, quem lêsse este depoimento, tentasse interpretá-lo de forma que pudesse tirar pelo menos alguma coisa de bom para repassar a sua família, pois só através da doutrina educativo-cultural à nossa descendência poderemos trazer melhorias concretas a humanidade;
- Não adianta clamarmos por paz, enquanto nós mesmos não aprendermos a perdoar.
- Não vamos a lugar nenhum, gritando por justiça, quando cometemos tantas injustiça.
- Não acabaremos com a corrupção, enquanto não abandonarmos a mania de levar vantagem em tudo.
E para amenizar um pouco este quase desabafo, vai uns versinhos meio jocosos, do tipo que eu gosto muito de fazer.

TROTAMUNDO

Sou filho meio gaudério
de castelhano com china
e vou cumprir minha sina
de andar de pago em pago
e as vezes levar um afago
pra alguma prenda carente,
consolar a pobre vivente
das cicatrizes do mundo,
mas vou viver vagabundo
sem nunca achar vertente.

Quem nasce pra ser mundano
jamais se prende a raízes
nunca diviso matizes
do ocaso da minha vida
pastoreio a recolhida
me negando a fazer pouso
e nunca vou ter repouso
que nem pessoa normal
vivo e morro bagual,
pra lida eu sou teimoso.

Fui concebido, pra andejo
deste garrão de Brasil,
o meu Rio Grande senil
é a tulha dos meus desejos,
quando me bate um lampejo
me mando logo à “la cria”,
seguindo a estrela guia,
ou o sol em fogaréu
meu rancho é o azul do céu,
meu destino – só Deus, sabia.

Quando engarupo a viola,
na anca do meu tostado
na certa é o certificado
- de vereda “achato a cola”-
me vou rumo a escola
que me ensinou a ser livre,
porque o andejo só vive
se for alçado e liberto
correndo o mundão aberto
sem nada que o cative.

Mas se quiseres um amigo
não te faças de rogado,
eu sei fazer um costado
pra quem está precisando
e vou sempre rebuscando
uma palavra de aprumo
o índio já acha o rumo
e de vereda se ajeita,
a amizade se estreita
que nem pitoca de fumo.