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Perfil

Eu sou um cara a mais na multidão, com problemas distintos, mas comuns, com sonhos impossíveis, mas críveis na imaginação das muitas cabeças que me acompanham.
Eu sou um cara a mais buscando amor ou sofrendo por ele.
Eu sou um cara com a certeza que tem o melhor amor do mundo e que acha que por isso é tão solitário.
Um cara com vontades contidas nas poesias, mas com a realidade tão só como é só o pensamento, e é esse cara que morre pouco a pouco nos dias que vão, mas mesmo assim, conserva a esperança de conseguir o caminho que procura nas bocas, nos corpos e em tudo o que tenta amar.
Eu sou um cara sofrido, só, e desperdiçado, como é o tempo, o ar e o mar, e um cara como eu existem milhões por aí, procurando carinho, em busca de não estar sozinho, porque a solidão dá medo e tudo parece feio nos dias e noites que grudam.
Eu sou um cara sempre sozinho e hoje com um monte de cicatrizes no coração e nos ombros o peso de uma existência nem dividida nem somada.
Eu sou um cara com a cabeça cheia de pincéis e tintas, com os olhos prontos pra fotografar a sua chegada e os ouvidos atentos para captar os sussurros do amor que eu teimo em acreditar que vai chegar, numa cara que será para sempre, a outra metade desse cara.

[UM CARA - Toni Di Albuquerque]



MEU POETAR


Quando eu poeto, digo, escrevo, a princípio escolho, sugiro, pego um tema no qual foco uma cena, um objeto, uma pessoa, foco características que me façam desvendar seu mistério ou me faça criá-lo, no qual me concentro e transpiro, já em vista que, tenho tido a inspiração. Procuro fazer algo inovador nos padrões já construídos e dar a esses meu sangue.
Gosto de desafios, mas não os que são impostos a mim e sim os que eu mesmo escolho a lutar e vencer, do tipo: novos estilos, temas que de alguma forma mexem comigo, construções multi-angulares.
Gosto das formas, dos movimentos, do sentido visão, dar idéia de vida, de concreto, formas 3D. Mas como gosto de me desafiar, batalho com estilos distintos de mim, talvez pro ser eclético, por que não?
Desarte, brinco com as palavras, com as formas, com a vida... E com os meu sentidos.


Tássio Telles, Nazaré da Mata/PE, 08 de novembro de 2002.



TÁSSIO TELLES POR ALAMEDA LOPES

Um pessoa normal, ou, pelo menos, quase.
Às vezes é simpático, outras vezes não é.
Às vezes é legal, outras vezes não é.
Às vezes é dinâmico, outras vezes não é.
Às vezes é espontâneo, outras vezes não é.
Às vezes é interessante, outras vezes não é.
Às vezes é esforçado, outras vezes não é.
Às vezes é gentil, outras vezes não é.
Às vezes é corrupto, outras vezes não é.
Às vezes é malandro, outras vezes não é.
Às vezes é sentimental, outras vezes não é.
Às vezes é bandido, outras vezes não é.
Às vezes é depravado, outras vezes não é.
Às vezes é maluco, outras vezes não é.
Às vezes é higiênico, outras vezes não é.
Às vezes é obscuro, outras vezes não é.
Às vezes é medroso, outras vezes não é.
Às vezes é vermelho, verde, amarelo e anil,
Outras não é. Mas é sempre Tássio Telles.
Uma pessoa normal, ou, pelo menos, quase.