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Perfil

Angello Junior nasceu em 16 de Setembro de 1980, data em que o mundo perdia o biólogo e psicólogo suíço Jean Piaget. Natural de Alagoinhas, município localizado a cerca de 110 quilômetros da capital Salvador e berço da ilustre bibliotecária e escritora Maria Feijó, desde cedo demonstrou ser um autêntico virginiano, observador, detalhista e apreciador da habilidade da oratória. Ainda na infância, enquanto estudante do curso primário do Colégio Dínamo, produziu os primeiros escritos, em geral narrativas infantis bastante influenciadas pelos autores e livros da famosa Coleção Vaga-Lume, popularizada no Brasil através da Editora Ática.

Mas, foi após ter contato com a música espacial e psicodélica praticada pelo renomado grupo inglês Pink Floyd, que, durante a sua adolescência, iniciou a busca por uma identidade autoral. Arrebatado pela poesia surreal de Syd Barrett, pelas letras enigmáticas e intensas de Roger Waters, e pelas frases e melodias tocantes e inconfundíveis de David Gilmour, passou, então, a exercitar a sua escrita sempre em sintonia com as notas musicais. Associando o som às suas experiências pessoais e leitura de mundo, tornou-se um adorador da arte de transformar em palavras as mais diversas melodias.

Ao longo da segunda metade da década de 1990, participou de alguns concursos de redação organizados pelas direções das instituições de ensino nas quais esteve presente, sendo os mais notáveis aqueles realizados pelo Colégio Mendel e pelo já citado Dínamo, onde alcançou uma boa visibilidade ao ter alguns textos publicados em murais e jornais de circulação interna.

Em 1999, já contando com algum material finalizado, edita, de maneira independente, o primeiro livro. Intitulado ‘Detalhes’ e realizado em parceria com o colega Luís Marlen, trata-se de uma compilação em que cada autor apresenta aqueles que julgavam ser os seus melhores textos à época. Apesar do pobre trabalho de divulgação, a obra é bem recebida, rendendo críticas favoráveis e algum reconhecimento pela iniciativa de ambos.

Um ano mais tarde, e mais uma vez contando com uma produção caseira, publica ‘Aura’, uma série de contos insólitos e repletos de personagens e enredos mais elaborados. Soando como um bom disco de Rock Progressivo gravado nos idos anos 70, o livreto consegue, definitivamente, uma maior aceitação que o trabalho anterior, e é nele que constam alguns dos contos mais reverenciados pelos poucos que tiveram acesso à obra, a exemplo de ‘O Petiz e a Árvore do Amanhecer’.

Ainda antes de principiar a trajetória acadêmica no curso de Comunicação Social da Faculdade Hélio Rocha, em Salvador, o autor teve tempo de reunir os seus textos de maior destaque e uní-los a outros inéditos para o lançamento, em 2000, de ‘O Livro Sem Nome: Uma Antologia Psicodélica’, algo como uma espécie de ‘revisitação’ à sua escrita sensível, inconstante e necessariamente auto-reflexiva.