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Perfil

Eu sou Almir Oliveira, escrevo desde os onze anos de idade e logo no inicio me incentivaram muito porque havia foco e qualidade naquilo que eu transpunha. Comecei escrevendo peças de teatro para o colégio, que não deram certo, eu estava muito a frente do veiculo que tinha em mãos para expressar o que me vinha na cabeça. Pensei até na remota possibilidade de virar um ator, algo do tipo, mas eu vi que o que eu mais gostava de fazer nunca foi encenar e escrever peças de teatro e sim, escrever. Eu escrevia em qualquer lugar o que eu via, senti e desejava e, sobretudo arquitetava. Eu inventava personagens absurdos, passei a escrever contos dos mais variados possíveis, tive contato com os curtas-metragens que, em algum momento pode fazer parte dos meus planos outra vez. A iniciativa de escrever um livro começo numa brincadeira no colégio. Eu tive seis amigos, três casais e quando um deles desvinculou da turma para morar em outro lugar rolo essa ideia: e se a gente se encontrar um dia como vai ser?
Em julho de 2007, eu estava procurando alguma coisa pra me ocupar, um enredo em especifico. Lancei a ideia para minhas amigas Paula e Dominique, incentivei-as, a principio escrevíamos juntos. Elas empolgadas passaram a escrever sozinhas e no recesso do meio do ano de 2007 passei a criar Desejos Obedientes. Foi uma aventura escrever Desejos Obedientes. Eu me dedicava todos os dias. E o mais incrível, eu, um garoto da periferia, não tinha veiculo para escrever, um computador. Eu sequer tinha meu quarto e em casa morava meus dois primos, eu e minha irmã e minha mãe. Sempre fomos muito humildes. Minha mãe sempre trabalhou para nos manter, sem luxo, sem caprichos. Eu perdi meu pai ainda cedo, em 2001, quando eu havia completado sete anos. Foi difícil, mas eu aprendi que desistir não vale apena.
Em 2009, foi o ano da mudança do menino sonhador caminhar sozinho e enfrentar seus próprios medos. Foi o melhor ano da minha vida. Apaixonei, desapaixonei. Ri, chorei muito também. Tive contato com pessoas maravilhosas e me fizeram acreditar que valeria muito apena. Passei a amar uma pessoa que eu não reconhecia na frente do espelho, o Almir Oliveira. Sempre tive inciativa de correr atrás do que me fazia bem e buscar entender o que não conseguia. Mudanças muito significantes aconteceram. Passei a estudar o ensino médio a noite longe de casa; participei da esfera curricular de uma instituição maravilhosa, COOP JOVEM. E, conheci pessoas como Elaine Cristina e Mauricio Bartinicosky, foram pessoas que marcaram muito.
Elaine havia me desafiado e me pediu uma copia formatada do que eu acabava de ter o trabalho de digitalizar, os DESEJOS OBEDIENTES. Ela me presenteou com um livro e vi que aquilo era uma grande ideia. Passei a conhecer todo o processo de edição, busquei mesmo conhecer onde, e qual eram meus próximos passos. Demorou. Mas eu encontrei um veiculo maravilhoso, a iniciativa de gráficas para tonar o sonho das pessoas realidade. Diferente das outras instituições que tinha status mais pregava o verbo ter, ter mais dinheiro, ter mais espaço. E o autor onde e qual seria o papel dele?
Eu formatei, eu me virei para encontrar um lugar legal, que eu confiasse. Trabalhei domingo a domingo pra tentar poupar algo. Foco eu sempre tive. Até que em 2011, consegui finalmente bancar a revisão do meu livro. 2010 Foram um dos anos mais difíceis, minha mãe D. Lina estava reformando a casa e descobrimos que minha irmã estava gravida. Minha irmã, Cleide tinha seus 22 anos, e tínhamos que correr para finalizar. Não era simples o que tínhamos planejado, um sonho de anos poderia ser adiado. Deixei o livro de lado, trabalhava para ajudar nas despesas de casa, e conseguimos. A gente sabe o tamanho da nossa força em meio a dificuldade.
Enfim, completei 18 anos. E estava me dedicando a outra historia quando reacendeu a ideia de fazer acontecer o que estava guardado na gaveta. Desejos Obedientes passou por vários testes desde Junho 2012. E em os cinco anos de tentativas, de recomeço. Cinco anos de emoções intensas. VALEU APENA.
Porque amar o que se faz torna cada vez melhor.