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Perfil

Hoje, sou um emaranhado de fios.
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Há alguns anos, quando criei, eu me descrevi assim:

O que falar sobre mim? Sou o sujeito que acorda pela manhã, reclama de algo estúpido, se dá conta de que reclamou de algo estúpido e levanta. Passa o dia pensando em mil coisas diferentes, algumas delas tão fúteis que são esquecidas segundos depois.

Sou comum, afinal. Nem perfeito, nem um traste. Busco exaltar minhas virtudes, mudar meus defeitos, aprender com erros e acertos.

Busco a realização pessoal, tal como qualquer um, mas diferentemente não busco ela de forma ostensiva, futurista, mas realizando-me a cada dia.

Não venero o futuro, mas sei que construo para ele, a partir de um sonho que virá com ele, mas o próprio futuro é inatingivel, é apenas uma motivação para as pernas levarem o indivíduo ao trabalho, fazê-lo poupar dinheiro, fazê-lo buscar construir o sonho.

Meu sonho não vai ser atingido, ou deixará de ser sonho, e quem não sonha não caminha, por isso sonho com o impossível, com o inatingível, só assim nunca vou parar.

O futuro que construo não é só para mim, é para alguem que eu nem sei quem é, para um ser humano que sequer sabe que eu existo, ou se tiver qualquer ideia disso, não dá a mínima para isso. Ele também constroe o futuro para mim, e eu vou viver o mundo que o sujeito vai construir, tal qual vivo hoje o mundo que construíram.

Termino meu perfil dormindo, sonhando tal qual qualquer um, algumas vezes de forma tão real que a realidade parece sonho, as vezes tão vazio, que o dormir torna-se a experiência vívida da morte. Mas durmo, descanso, acordo renovado, e o ciclo recomeça, tal qual toda a roda gira, sem nunca saber onde é a origem, sem nunca chegar no fim.