Biografia do Ambientalista JOSÉ ANTÔNIO LUTZENBERGER

José Antônio Lutzenberger foi um engenheiro agrônomo, intelectual, escritor, paisagista e defensor da natureza. Fundador da primeira entidade ecológica do Brasil – a AGAPAN – liderando ativa luta pela conservação e preservação ambiental. É considerado um dos maiores ambientalistas do Brasil!!!

Nasceu em 17 de dezembro de 1926, em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), filho de imigrantes alemães José Joseph Franz Seraph Lutzenberger e Emma Kroeff Lutzenberger. Era o primogênito e tinha duas irmãs: Maria Magdalena Lutzenberger e Rose Maria Lutzenberger.

Seu pai era alemão e veio para o Brasil a trabalho depois da Primeira Guerra Mundial. Pretendia permanecer somente alguns anos, mas acabou se casando, constituindo família e ficando por aqui, inclusive mais tarde se naturalizando brasileiro. Já sua mãe era filha de imigrantes alemães, nascida na cidade de Novo Hamburgo.

Seu pai, Joseph Franz Seraph Lutzenberger, era um talentoso artista plástico, arquiteto e professor.

José Lutzenberger e suas irmãs receberam forte influência paterna, adquirindo gosto pelas artes, línguas e cultura erudita. Ele cresceu cercado por livros e obras de arte. Na adolescência começou sua formação como poliglota. Além do alemão falado pelos pais, Lutzenberger estudava inglês, francês e espanhol.

Estudou em algumas das melhores escolas de Porto Alegre, como: Grupo Escolar São José, Colégio Farroupilha, Internato dos Irmãos Maristas e Colégio Nossa Senhora do Rosário. Dividia seu tempo entre os estudos e passeios pelos bosques e áreas verdes da capital gaúcha.

Cursou o primeiro grau na Escola São José (Skt. Josefschule) fundada e mantida pela Comunidade São José dos Alemães, cuja igreja (Igreja São José) foi projetada e ilustrada pelo arquiteto e artista plástico Joseph Lutzenberger, em 1922. Depois, passou pelo Colégio Farroupilha que, até a Segunda Guerra, se chamava Hilfsvereinschule e era mantido pela Sociedade Alemã de Amparo Mútuo e pelo internato do Colégio São Jacó dos irmãos maristas em Novo Hamburgo (cujo terreno e parte das construções haviam sido doadas por seu avô materno – Jakob Kroeff). Por fim, cursou o ginásio no Colégio Rosário de Porto Alegre, também dos irmãos maristas.

Em 1945, no último ano da Segunda Guerra Mundial, Lutzenberger prestou serviço militar.

Em 1947, ingressou na Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Sua formatura foi em 1950.

Em 1951, Lutzenberger mudou-se para os Estados Unidos para cursar pós-graduação na Louisiana State University - Estados Unidos, em edafologia e agroquímica . Nesta época, teve que superar a perda de seu pai, falecido em 2 de agosto de 1951.

Em 1953, voltou para o Brasil, casou-se com Annemarie Wilm em maio do mesmo ano, e passou a prestar serviços de assessoria técnica a diversas empresas de agroquímica de Porto Alegre.

No mesmo ano de 1953, José Lutzenberger casou-se com Annemarie Wilm Lutzenberger, com quem teve duas filhas: Lilly Charlotte Lutzenberger e Lara Josette Wilm Lutzenberger.

De 1953 a 1956, trabalhou para a CRA - Companhia Riograndense de Adubos e para a Sul Pampa, em Porto Alegre

Em 1957, mudou-se para a Alemanha, contratado pela Basf para trabalhar na matriz da empresa na cidade de Ludwigshafen.

Em 1959, foi transferido para a filial da Basf em Caracas (Venezuela), onde assumiu o cargo de chefe do departamento agrícola local.

Em 1966, retornou à Alemanha, na condição de assessor técnico do departamento agrícola da empresa.

Em 1967, foi transferido para Casablanca, no Marrocos, acumulando a função de chefe do departamento agrícola local com a de delegado técnico, responsável pelas atividades da Basf na Argélia e na Tunísia. Nesse período, passou por grande dilema de ordem pessoal e profissional. Lutzenberger se questionava acerca de seu papel como profissional na consolidação do mercado daquela multinacional, que, segundo suas palavras, era predatória aos modos tradicionais desenvolvidos pelas comunidades agrícolas no norte da África. Assim, em 1970, decide largar o emprego e tomar novo rumo em sua carreira.

Em 1971, Lutzenberger retorna ao Brasil, passando a viver próximo de seus parentes. Após abandonar a indústria química, ele torna-se ecologista. Em abril, juntamente com Augusto Carneiro, Antônio Tavares Quintas, Hilda Zimmermann, Mário Fonseca, Nicolau Campos e Renato Petry, fundou a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), considerada a primeira organização não-governamental brasileira dedicada à ecologia e ao meio ambiente.

Manteve intensa parceria com os veículos de comunicação, tornando suas propostas amplamente conhecidas pelo público.

Nesses anos, Lutzenberger notabilizou-se na luta contra a poda incorreta de árvores em Porto Alegre; contra a ação poluidora da empresa norueguesa Borregaard, que resultou na venda de sua fábrica de celulose no município de Guaíba (RS) para a Riocell, que implantou um bem-sucedido programa de reciclagem de seus resíduos industriais; no levantamento ambiental das áreas dos Parques da Guarita e da Itapeva em Torres (RS); e na investigação do acidente ecológico de Hermenegildo, em 1978, mais conhecido como maré vermelha (CPDOC, 2016).

Em 1972, trabalhou como assessor ecológico da Comissão Parlamentar de Estudos da Poluição e Defesa do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Em 1973, o governo federal cria a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), que passou a ser conduzida pelo biólogo da USP, Dr. Paulo Nogueira Neto. Lutzenberger passa a ser um ferrenho crítico das ações da entidade. Também não poupava críticas a Política Florestal implementada em âmbito nacional por meio do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).

Em 1976, publicou a obra “Fim do futuro — manifesto ecológico brasileiro”, em que condenou a ideologia consumista e predatória da sociedade industrial. O Brasil e o mundo viviam o auge da Guerra Fria, com preocupação constante com o fim da humanidade. Esse Manifesto e as falas de Lutzenberger tinham um tom apocalíptico, que despertava os fortes sentimentos daquele período para a preocupação com o futuro dos seres humanos e do planeta. Dali em diante, os veículos de comunicação de diversas partes do país procuravam-no para ouvir suas opiniões sobre temas ligados à poluição, destruição das florestas e perda da biodiversidade global.

Em 1977, foi convidado pela Empresa Porto Alegrense de Turismo (EPATUR) para projetar o Parque da Doca Turística de Porto Alegre.

Em 1978, Lutzenberger foi contratado pelo Curtume Fasolo, localizado na cidade de Bento Gonçalves, para aprimorar o sistema de produção da indústria, eliminando os efeitos poluidores do processo de curtição do couro. Nesse período, ele coordenou os estudos para implantação de uma Unidade de Conservação – o Parque do Delta do Jacuí, com o objetivo de proteger as áreas de pantanais das ilhas dessa região.

Lutzenberger mantinha contato com ambientalistas e pesquisadores de Universidades de outros estados, especialmente de Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, por meio de correspondências, pelas quais trocavam livros, artigos, relatórios técnicos, arquivos de áudio e vídeo.

A cada ano que passava, mais e mais convites de empresas chegavam com propostas de contrato para que ele ajudasse a implantar sistemas de gestão ambiental, reduzindo custos na produção e solucionando problemas de poluição. Em razão dessa demanda, em 1979, Lutzenberger fundou duas empresas: a Vida Produtos Biológicos Ltda - especializada em reciclagem de resíduos sólidos industriais, e Tecnologia Convivial Ltda – voltada para execução de projetos de paisagismo, urbanismo, clínica botânica e saneamento natural.

José Lutzenberger promoveu intenso debate contra a energia nuclear. Era um pacifista incansável e destemido. Mesmo durante a Ditadura Militar, não se intimida em criticar as propostas de criação de Usinas Nucleares em nosso país.

Em 1980, Lutzenberger faz o lançamento de seu segundo livro “O Pesadelo Atômico”, despertando enorme interesse da opinião pública, o que fortaleceu seu embate com o Governo Militar na oposição ao programa federal para energia nuclear.

Nessa época, ele teve de superar a doença e a perda de sua esposa, Annemarie Wilm Lutzenberger. Em decorrência desse fato triste, sua filha mais nova, Lara Josette, ficou aos cuidados de uma tia. Annemarie faleceu em 06 de outubro de 1981.

Ao longo da década de 80, o cineasta inglês Adrian Cowell rodou uma excelente série de documentários sobre a devastação da Floresta Amazônica com a participação de Lutzenberger. O acervo fílmico desta série foi posteriormente doado por Cowell à Pontifícia Universidade de Goiás.

Em 1981, a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), sob a condução do prof. Paulo Nogueira Neto, cria a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal nº 6.938/1981), o que é visto com bons olhos por Lutzenberger e demais militantes na defesa da ecologia.

Em 1982, a AGAPAN protesta intensamente pela perda das cataratas Sete Quedas, com o enchimento da Usina Hidroelétrica de Itaipu.

Em novembro de 1978, Lutzenberger foi eleito “Engenheiro Agrônomo do ano” pela Associação dos Engenheiros Agrônomos de São Paulo (AEASP).

Sua intensa luta contra o uso indiscriminado dos agrotóxicos levou à promulgação da primeira Lei dos Agrotóxicos do RS em 1982 (Lei Estadual nº 7747, de 22/12/1982), mobilizando outros estados do Brasil a seguir o mesmo exemplo, e à criação da Lei Federal dos Agrotóxicos (Lei Federal nº 7802, de 11/07/1989). Infelizmente, tanto as leis estaduais quanto a federal, sofreram sucessivos recortes, alterações e deturpações ao longo dos anos fazendo com que, atualmente, nosso país ocupe o nada honroso primeiro lugar mundial no consumo de agrotóxicos, gerando índices cada vez mais elevados de câncer e outras doenças graves na população brasileira.

Sua luta em favor de uma agricultura mais sã, sustentável, segura e socialmente justa se estendeu até o final da vida, combatendo sempre o Lobby das grandes corporações agroquímicas e disseminando técnicas de cultivo orgânico dos alimentos. No final da década de noventa, empenhou-se ainda na luta contra o avanço dos cultivos transgênicos no Brasil ajudando inclusive a frear sua liberação. Mas não por muito tempo – em 2003, um ano após sua morte, os mesmos seriam liberados no Brasil e, de lá para cá, seu cultivo e concomitante uso massivo do herbicida glifosato e outros pesticidas altamente tóxicos só aumenta a cada ano.

Em 1984, aconteceu em Brasília a aprovação do Regimento Interno do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), considerado o maior parlamento ambiental da América Latina. Desde então, Lutzenberger manteve participação constante nas Reuniões do CONAMA, contribuindo sobremaneira para a implantação de medidas importantes.

Em 1985, Lutzenberger projeta e coordena a implantação do Parque Ecológico na sede da indústria de papel e celulose Riocell.

Em 1986, acontece a criação do Partido Verde (PV), que logo passa a ser uma referência para muitas entidades ambientalistas. Lutzenberger não concordava que os membros da AGAPAN se envolvessem com questões dessa ordem, o que gerou conflitos internos, especialmente com os associados mais jovens. Ele acreditava que o movimento ambiental deveria permanecer apartidário para não comprometer sua autonomia e poder de atuação.

Em 1987, deixa a presidência da AGAPAN e cria a Fundação Gaia, como um centro de estudos humanistas focado na conservação da vida no planeta. Ele construiu a sede da Fundação Gaia numa bela propriedade com 30 hectares de área, localizada no município de Pântano Grande, a 120 km de Porto Alegre, que batizou como "Rincão Gaia".

Criou a sede da Fundação Gaia em uma área de 30 hectares, completamente degradada, uma pedreira de basalto desativada que havia sido usada na obtenção de brita para a construção da BR 290. Sua intenção naquele local era demonstrar na prática que a natureza é capaz de se regenerar e voltar a encher de vida bela e diversificada se lhe dermos a oportunidade, o que conseguiu em poucos anos. O buraco maior gerado pela retirada do basalto para fazer a estrada, encheu-se de água da chuva, transformando-se em um grande lago, repleto de peixes, tartarugas, ratões do banhado e capivaras e o resto da área voltou a se povoar de pujante flora e fauna, transformando-se num maravilhoso parque.

Em 1988, José Lutzenberger recebeu o The Right Livelihood Award, conhecido como o Prêmio Nobel alternativo na área de ecologia, em Estocolmo, na Suécia.

Em 22 de fevereiro de 1989, o Presidente José Sarney cria o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), pela fusão de quatro órgãos federais, com objetivo de conduzir a política ambiental federal. O Conselho Nacional do Meio Ambiente fica vinculado ao Instituto, que lhe garante suporte administrativo e financeiro. As Reuniões ordinárias do CONAMA passaram a ser realizadas na sede do Instituto em Brasília.

Em 15 de março de 1990, o Presidente Fernando Collor de Melo toma posse e convida José Antônio Lutzenberger para assumir a recém-criada Secretaria Especial de Meio Ambiente da Presidência da República (SEMAM/PR) e o Engenheiro Sanitarista Werner Eugênio Zulauf para Presidência do IBAMA.

A gestão do Presidente Fernando Collor foi bastante tumultuada. Ele não tinha experiência administrativa, nem tampouco possuía laços políticos em âmbito nacional. Collor convidou muitos de seus Ministros, Secretários e Diretores sem conhecê-los pessoalmente, levando em conta apenas seu histórico profissional veiculado na mídia ou por opinião de terceiros.

A indicação de Lutzenberger como Secretário Nacional de Meio Ambiente foi usada para melhorar a imagem do Brasil frente à opinião pública internacional.

A SEMAM-PR tinha a missão de organizar os preparativos da Conferência ECO 92, e ao mesmo tempo apoiar as ações do IBAMA.

A sede administrativa da SEMAM-PR funcionava nas dependências do IBAMA, numa sala situada no Bloco “A”.

Ao assumir o cargo, ele foi recepcionado com enorme entusiasmo pelos funcionários do IBAMA que viam nele um profissional de prestígio. Lutzenberger promoveu diversas palestras no auditório do Instituto, sempre lotado por servidores, jornalistas e convidados.

Era extremamente avesso à burocracia. Detestava gastar seu tempo com papeladas e reuniões cansativas. Poucas horas entre quatro paredes faziam-lhe pesar o semblante. Como um verdadeiro naturalista, Lutzenberger amava estar ao ar livre, perto das plantas e animais silvestres. Nesse quesito, a sede nacional do IBAMA era privilegiada, o que muito lhe agradava. O Instituto federal fora construído numa área de aproximadamente 40 hectares, repleta de jardins floridos e um belo bosque.

Lutzenberger gostava de percorrer os jardins e bosque da sede do IBAMA, onde mantinha longas conversas com funcionários, repassando orientações sobre compostagem, adubação e controle de pragas com uso de técnicas naturais. Buscou implantar um programa de reciclagem de resíduos e uso racional da água no Instituto.

Seu lugar preferido na capital federal era o Parque Nacional de Brasília, onde residiu durante dois anos. Ali, reunia-se para despachar com os membros de sua equipe estando perto da natureza, preferencialmente numa das residências do Parque. Ele percorria as trilhas no interior da mata, fotografando aves e insetos, coletando sementes, às vezes banhando-se nas nascentes locais, para reduzir o estresse dos afazeres diários e buscar inspiração para resolução de demandas.

Lutzenberger era considerado um dos maiores nomes na defesa do meio ambiente brasileiro. Reconhecido internacionalmente como intelectual com enorme capacidade técnica, mas não era um mediador. Seu espírito visionário e suas opiniões críticas da burocracia estatal, não lhe permitiam transitar com facilidade entre os diversos campos de ação do conturbado governo Collor. Assim, cabiam aos técnicos da SEMAM, em especial ao Coronel Altino Berthier Brasil e ao biólogo Eduardo de Souza Martins os cuidados com a parte administrativa da Secretaria, enquanto Lutzenberger se dedicava à proposição de idéias e aos debates para a construção de políticas públicas e moralização dos serviços públicos.

Em 20 de junho de 1990, Lutzenberger conduziu a cerimônia de entrega do Prêmio Sasakawa, um dos mais importantes na área ambiental, concedido anualmente pelo Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (PNUMA), que foi conferido post-mortem ao seringueiro e ecologista Chico Mendes por sua luta pela proteção da Amazônia. O Auditório do IBAMA estava cheio de funcionários, além de inúmeros dirigentes de entidades ambientalistas, líderes sindicais, representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), jornalistas e universitários. Os escolhidos para receber a premiação post-mortem em nome de Chico Mendes foram dois grandes companheiros que militaram durante anos ao seu lado. O vice-presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Pedro Ramos de Basileia e o seringueiro Raimundo Barros de Xapuri estavam bastante emocionados e reforçaram o compromisso de levar adiante aquele trabalho iniciado por Chico Mendes.

Em julho de 1990, Lutzenberger fez o lançamento de uma edição atualizada de seu livro “Gaia, o planeta vivo” na sede do IBAMA.

Através da Portaria interministerial nº 16, de 05 de fevereiro de 1991, foi criada uma equipe multidisciplinar com representantes dos Ministérios da Justiça, Relações Exteriores, Educação, Saúde, e das Secretarias de Assuntos Estratégicos e de Meio Ambiente, com o objetivo de elaborar um projeto de recuperação da área dos índios Ianomâmi. A demarcação da Terra Indígena Ianomâmi é considerada como uma grande conquista, fruto do empenho e dedicação de Lutzenberger.

Em 07 de setembro de 1991, um grande evento foi organizado para anunciar o início da demarcação da Reserva Extrativista Chico Mendes, na cidade de Xapuri (Acre).

Nesse período, também foram criadas três importantes Unidades de Conservação: Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, Área de Relevante Interesse Ecológico Buriti de Vassununga e Área de Relevante Interesse Ecológico Cerrado Pé de Gigante.

O começo da década de 1990 foi recheado por momentos conturbados. Os anos 80 foram marcados por profundas transformações sociais, a volta do regime democrático, os trabalhos da Constituinte de 1988, as eleições diretas para Presidente da República, etc. Fora tudo isso, o Brasil sofria enorme pressão internacional pela degradação ambiental, em especial pela destruição da Amazônia.

Lutzenberger conduzia as reuniões do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), que unia um diversificado grupo de técnicos, pesquisadores e ecologistas. O Auditório do IBAMA se transformava num verdadeiro palco de debates e proposições com dezenas de pessoas reivindicando ações, propondo normas de controle da poluição e regramentos para o uso dos recursos naturais. O IBAMA, com apenas três anos de existência, ainda não tinha se estruturado adequadamente para atender todas as demandas. Vários atritos surgiam por não se ter regras e procedimentos claros para se licenciar os empreendimentos e obras.

Paralelamente a tudo isso, aconteciam os preparativos para aquela que seria a maior Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), a RIO-92. ONGs indigenistas, empresários, fazendeiros, mineradoras, políticos, jornalistas, ativistas de movimentos sociais – muitos eram os grupos que pressionavam diariamente os técnicos, fiscais e gestores da área ambiental.

Só para se ter uma ideia da turbulência daqueles dias, durante os dois anos em que Lutzenberger esteve à frente da Secretaria, o IBAMA teve quatro Presidentes: Werner Eugênio Zulauf, José Carlos Carvalho, Tânia Maria Tonelli Munhoz e Eduardo de Souza Martins.

O ritmo de trabalho era intenso. Os gestores tinham freqüentemente que atravessar os finais de semana e feriados trabalhando. Constantemente chegavam pedidos de entrevistas com jornalistas, coletivas à imprensa, participação em programas de rádio e televisão. Também tinham uma agenda de viagens sobrecarregada para eventos nacionais e internacionais. Muitas vezes nem conseguiam tirar tempo para almoçar e quase que diariamente permaneciam no Instituto até a noite.

Muitas notícias negativas veiculadas pela mídia refletiam nas mudanças constantes nos cargos da SEMAM-PR e IBAMA.

No período que antecedeu à realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, realizada no Rio de Janeiro entre 3 e 14 de junho de 1992, Lutzenberger divergiu do encaminhamento assumido pela Comissão Interministerial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CIMA).

Mas o ponto alto das polêmicas ocorreu durante o encontro da quarta sessão preparatória da Eco-92, realizada na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. José Lutzenberger declarou abertamente que o dinheiro enviado pelas entidades internacionais estava sendo desviado pela corrupção. E, ainda, aconselhou que não enviassem mais recursos ao país. Tais declarações geraram enorme transtorno, e as autoridades logo se prontificaram a negar qualquer tipo de desvio ou irregularidade.

Lutzenberger tinha muitos sonhos, mas sua atuação como Secretário foi breve e muito controversa. Muitos profissionais da área ambiental desejavam sua permanência, pois confiavam na sua liderança. Entretanto, em 22 de março de 1992, ele deixou a direção da SEMAM-PR.

Na verdade, ele foi oficialmente demitido pelo Presidente Collor, e isso ocorreu da seguinte maneira: após suas declarações em Nova York, foi-lhe solicitado pelo Governo, como então era de praxe e até hoje ainda é, que renunciasse ao seu cargo, ou seja, que decidisse e anunciasse por conta própria sua saída do Governo. O que ele se recusou a fazer, alegando que continuava cumprindo seu dever frente à Secretária Especial do Meio Ambiente e, portanto, não tinha motivos para pedir demissão. Agora, se o Governo brasileiro desejava que ele saísse, pelos seus próprios motivos e interesses, isso era outra coisa. Neste caso, o mesmo deveria assumir claramente esta posição, demitindo-o publicamente. Ainda tentaram com muita conversa fiada convencê-lo a sair sozinho, mas ele se manteve irredutível neste ponto, obrigando assim o Governo a de fato botá-lo para fora.

Com sua saída, o físico José Goldemberg acumulou a função de Ministro da Educação com a de Secretário Especial de Meio Ambiente (SEMAM/PR), e indicou a Engenheira Agrônoma Maria Tereza Jorge Pádua para a Presidência do IBAMA.

Assim, o ativista ecológico deixaria de representar o Brasil no maior encontro internacional sobre ecologia e biodiversidade da história da ONU, não tendo a oportunidade de apresentar suas idéias no fórum em que foram extraídos documentos importantes como a Declaração de Princípios sobre as Florestas e o texto final da conferência, conhecido como Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Aliás, estes dois documentos não iriam de modo algum contemplar o ponto de vista do ex-secretário. O primeiro, ao contrário do que Lutzenberger propusera meses antes nas reuniões da CIMA, serviu como uma espécie de conciliação entre os interesses ecológicos e aqueles dos representantes dos países mais industrializados, no sentido de produzir um texto sobre proteção ambiental sem obrigatoriedade jurídica. O outro defendia a tese de que a transferência de recursos dos países desenvolvidos para os em desenvolvimento, a serem aplicados na preservação ambiental e no acesso às tecnologias limpas, poderia garantir a possibilidade de um desenvolvimento econômico sustentável, sem que para isso fosse necessário, como acreditava Lutzenberger, repensar os fundamentos da sociedade industrial (CPDOC, 2016).

Após a Conferência ECO-92, José Lutzenberger passou a se dedicar inteiramente à Fundação Gaia e por intermédio dela veio a ser contratado, em abril de 1997, pelo governador Amazonino Mendes para prestar serviços de consultoria ambiental ao estado do Amazonas.

Ao longo de sua vida, Lutzenberger publicou inúmeras obras, entre as quais: Manifesto Ecológico (1976), Pesadelo atômico (1980), Ecologia: do jardim ao poder (1985), Política e meio ambiente (em co-autoria com Flávio Lewgoy), Giftige Ernte -Tödlicher Irrweg der Agrarchemie - Beispiel: Brasilien (em co-autoria com Michael Schwartzkopf), (1988) e Gaia, o Planeta Vivo (1989).

Em 2006, o cineasta carioca Frank Coe realizou um belo documentário sobre a vida e obra de Lutzenberger chamado "Forever Gaia".

José Lutzenberger recebeu dezenas de prêmios, homenagens e condecorações, com destaque para: Mérito Agronômico de 1980, Medalha Bodo-Manstein, Medalha do Conservacionista, The Right Livelihood Award, Ordem do Ponche Verde do Rio Grande do Sul, Prêmio Internacional Vida Sana, Ordem de Rio Branco do Brasil, Ordem do Condor dos Andes da Bolívia, Doutor Honoris causa pela Universidade São Francisco, Bragança Paulista, Ordem do Mérito de Brasília, Ordem do Mérito da República Italiana, Conselheiro Principal da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, Doutor Honoris causa pela Universidade para Cultura Agrícola - Viena, Áustria, Professor Honoris causa pela Universidade de Shandong - República Popular da China, Prêmio World Summit Of Ethics 2001, conferido pelo World Summit for Ethics 2001, realizado em Kühlungborn (Alemanha), em reconhecimento por décadas de luta ambiental.

Seu nome batiza inúmeros logradouros e prédios públicos no Brasil, como ruas, avenidas, praças, parques, escolas etc.

José Lutzenberger faleceu em Porto Alegre no dia 14 de maio de 2002, aos 75 anos de idade.

Seu sepultamento foi uma cerimônia ímpar, como tudo em sua vida. O enterro foi bem simples, para não causar impactos ao meio ambiente. Ele foi enterrado, sem caixão, envolto num lençol branco de linho, descalço, numa cova preparada debaixo de uma árvore frondosa, na belíssima sede da Fundação Gaia.

José Antônio Lutzenberger partiu, mas suas idéias permanecem vivas, influenciando gerações com sentimentos de respeito e amor à natureza!!!

BIBLIOGRAFIA:

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Palmas - TO, Setembro de 2016.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 22/09/2016
Reeditado em 04/07/2021
Código do texto: T5768873
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