Biografia do Professor Cientista JOSÉ GOLDEMBERG

José Goldemberg é físico, professor universitário, pesquisador e gestor público imensamente respeitado em diferentes segmentos sociais, entre intelectuais, políticos e acadêmicos. Em 70 anos dedicados ao mundo das ciências ele acumulou vasto saber e prestígio, tendo ocupado inúmeros cargos relevantes no Estado de São Paulo e no Governo Federal. Um expoente em temas complexos que vão desde física nuclear, política energética, educação, economia, filosofia, desenvolvimento científico/tecnológico e meio ambiente. É considerado um dos maiores intelectuais da atualidade no Brasil.

Nasceu em Santo Ângelo (RS) no dia 27 de maio de 1928, filho de Jacob Goldemberg e Bertha Goldemberg. O quarto filho e único varão da família.

Seus pais eram imigrantes judeus que vieram da Rússia no começo do Século 20. Ao chegarem ao Brasil foram para uma colônia agrícola, no interior do Rio Grande do Sul. Fixaram-se na pequena cidade de Santo Ângelo, na região das Sete Missões, instalada pelos clérigos jesuítas.

Aos cinco anos tornou-se órfão de mãe. Em 1935, sua família se transferiu para Porto Alegre, onde estudou no Grupo Escolar Luciana de Abreu.

Em 1943, durante o auge da Segunda Guerra Mundial, ele viu os protestos agressivos da população que depredaram lojas no centro de Porto Alegre, forçando a entrada do Brasil nos combates ao lado dos países aliados. Até aquela data, as notícias do conflito global pareciam distantes para a maioria dos brasileiros, assim como para o jovem Goldemberg, mas a manifestação de violência de seus conterrâneos gaúchos contra os imigrantes italianos e alemães residentes na cidade deixou-lhe uma marca da irracionalidade e brutalidade que o ser humano é capaz.

Fez o curso secundário no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre - conhecido centro de discussão das idéias positivistas. Lá conheceu um professor de Física, que fez despertar em sua alma o interesse pela ciência.

Em 1946, sua família se mudou para São Paulo. Sofreu forte pressão familiar para fazer o curso de Engenharia. Naquela época, as carreiras estabelecidas que garantiam futuro econômico eram três apenas: Engenharia, Direito e Medicina.

Com 18 anos de idade, ele se inscreveu no curso de Química na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP). Tinha uma sólida formação educacional, o que lhe permitiu passar de primeira, sem a necessidade de fazer cursinho pré-vestibular. Ali estudou por seis meses e percebeu que o que queria mesmo era Física. No semestre seguinte ingressou no curso de Física, dando início a uma longa jornada de estudos e produção científica que lhe garantiram posição de destaque no cenário da nacional e internacional.

Nessa época, a maioria dos cursos da USP tinha poucos anos de existência, de modo que os estudantes, professores e demais funcionários mantinham uma relação bem próxima, o que tornava o ambiente acadêmico bastante acolhedor e amigável.

José Goldemberg dividia seu tempo dos estudos com atividades profissionais, que lhe garantiam renda para arcar com as despesas pessoais. Seu primeiro emprego foi num cartório, como datilógrafo – experiência que lhe rende boas lembranças. Era remunerado pela produtividade, baseada na quantidade de linhas datilografadas, que era a forma como os cartórios pagavam. Lembra-se de detalhes do serviço – extinto, posteriormente, pela chegada das máquinas de xerox.

Em 1947, deixou o cartório e começou a trabalhar num jornal como revisor das matérias.

Em 1949, tornou-se bolsista do Prof. Marcello Damy de Souza Santos, a quem auxiliou na instalação do acelerador de partículas Betatron na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo.

Em 1950, José Goldemberg formou-se em Física na USP.

Em 1951, viajou para o Canadá como bolsista, onde realizou experimentos que permitiam uma análise sistemática de reações fotonucleares.

Em 1952, foi para a Universidade de Illinois (EUA), onde trabalhou com o Prof. Donald William Kerst, inventor do Betatron e onde construiu o primeiro monocromador de fótons.

Em 1954, regressou ao Brasil e obteve o grau de Doutor em Ciências Físicas e a seguir a Livre-Docência.

Em 1962, retornou aos Estados Unidos para trabalhar na Universidade de Stanford com o Acelerador Linear, desenvolvendo uma nova técnica de medir momentos magnéticos dos núcleos.

Em 1964, foi nomeado professor da Universidade de Paris (Orsay).

Em 1969, regressando por motivos familiares, realizou concurso na Escola Politécnica, da qual se tornou o mais jovem Professor Catedrático de Física Experimental, modernizando o ensino de Física desta Escola.

A partir de 1970, passou a ter responsabilidades administrativas como Diretor do Instituto de Física, ampliando consideravelmente suas atividades.

Seu rumo inicial era a Energia Nuclear, mas logo depois já trabalhava com energia geral.

Em 1976, no governo do General Ernesto Geisel foi firmado o Acordo Nuclear Brasil-Alemanha para o fornecimento de tecnologia para a construção de Usinas Nucleares em Angra dos Reis (RJ). Goldemberg mostrou-se contrário ao acordo por aumentar, segundo a sua avaliação, a dependência tecnológica do Brasil, não permitindo o efetivo domínio daquela tecnologia (CPDOC, 2016).

Em 1979, foi eleito Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), destacando-se por sua posição crítica em relação à energia nuclear defendendo a sua utilização para fins pacíficos.

Em 1983, foi indicado pelo Governador Franco Montoro para presidir a Companhia Energética de São Paulo (CESP). Convidou a ambientalista Maria Tereza Jorge Pádua para dirigir o Departamento de Meio Ambiente e Recursos Naturais da CESP, que promoveu o fortalecimento institucional, garantindo a contratação de técnicos e desenvolvendo projetos que se tornaram modelo para diversas entidades. A colaboração com Maria Tereza aprimorou sua afinidade com a temática ecológica.

Nessa época, uma crise ambiental se abateu sobre o Estado de São Paulo, com notícias graves sendo veiculadas na mídia nacional e internacional sobre Cubatão – considerada uma das cidades mais poluídas do mundo. Goldemberg e Maria Tereza Jorge Pádua apoiaram os trabalhos desenvolvidos pelo Programa de Controle Ambiental da Poluição Industrial de Cubatão da Companhia Estadual de Saneamento (CETESB), dirigida pelo Engenheiro Sanitarista Werner Eugênio Zulauf.

Em dezembro de 1985, foi indicado pelo governador Franco Montoro como Reitor da USP, substituindo a Antônio Idélio Guerra Vieira. Assumiu o cargo em janeiro de 1986, tendo pela frente a tarefa de administrar uma instituição composta por 33 unidades, algumas no interior do estado; 11 mil funcionários; 4.800 professores; 40 mil estudantes e que era responsável por 2/3 da produção científica brasileira (CPDOC, 2016).

Em julho de 1986, com o objetivo de aperfeiçoar a integração da universidade com a sociedade, criou o Instituto de Estudos Avançados, tendo como meta o debate científico dentro de uma linha de interdisciplinaridade. Propôs uma nova forma de gestão dos recursos da universidade para a pesquisa, através da avaliação do desempenho dos docentes em cada departamento. Reativou o Conjunto Residencial da USP (CRUSP) que havia sido desativado pelos militares.

Inúmeros avanços foram registrados durante sua reitoria. Ele implantou estatutos semelhantes ao de outros países mais desenvolvidos. Obteve enorme êxito proporcionando a USP maior autonomia financeira, e um bom nível de ensino. Lutou junto ao governo estadual para melhorar as condições salariais de professores e funcionários. Sua presença na mídia nacional era constante, de modo que muitas Universidades espalhadas pelo país passaram a seguir seu modelo de gestão.

Em 1988, o acidente com o Césio 137 em Goiânia impactou a sociedade brasileira, vitimando dezenas de pessoas – considerada até então o segundo maior acidente nuclear no mundo, atrás apenas de Chernobyl na Ucrânia. Goldemberg acusou as autoridades governamentais de negligência, qualificando o incidente como “homicídio culposo”.

Em 1988, um dos seus livros mais importantes sobre energia foi publicado, “Energy for a Sustainable World” em colaboração com colegas dos Estados Unidos, Índia e Suécia.

Contrário às eleições diretas para reitores por achar que a universidade era uma instituição especializada e que não podia ser dirigida por quem não teria a necessária qualificação, Goldemberg preparou-se, em outubro de 1989, para deixar a reitoria da USP. Ao fazer um balanço dos quatro anos que passou à frente da instituição, ressaltou o empréstimo concedido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor de 165 milhões de dólares, tendo como contrapartida cem milhões de dólares do governo do estado, para programas de pesquisa, compra de equipamentos e construção de prédios; a informatização da universidade, e o incremento do orçamento da USP que passou de 173 milhões de dólares em 1981 para 397 milhões de dólares em 1989. Destacou também o início do processo de avaliação dos professores e pesquisadores facilitado pela criação de um banco de dados onde se tinha acesso à produção docente (CPDOC, 2016).

Em janeiro de 1990, Goldemberg aceitou convite do Governador Quércia para ocupar a Secretaria de Educação de São Paulo.

Em abril de 1990, foi nomeado pelo Presidente Fernando Collor para a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Governo Federal.

Uma das primeiras intervenções do novo secretário foi a participação, juntamente com o secretário nacional de Meio Ambiente, José Lutzenberger, na reunião interparlamentar realizada em Washington (Estados Unidos) sobre as mudanças climáticas ocorridas no planeta. De volta ao Brasil, destacou que com seus argumentos e os de Lutzenberger, conseguiu transformar o país de réu na preservação ambiental em acusador, ao mostrar que o Brasil era responsável pela emissão de apenas 5% dos gases jogados na atmosfera, enquanto que os Estados Unidos emitiam 24%. Defendeu a posição de que os financiamentos para a área não deveriam ficar a reboque da análise dos investimentos de cada país na política ambiental. Propôs ainda a criação de um imposto internacional sobre a queima de combustíveis fósseis. Para cada quilo de carbono lançado na atmosfera seria paga uma taxa, a ser gerenciada pelo Banco Mundial ou outro organismo criado com essa finalidade. Partidário da preservação da floresta amazônica, preconizou a mudança da concepção geopolítica de ocupação da região, mediante a transformação do Instituto de Pesquisa da Amazônia (INPA) num centro não só de pesquisas ligadas à natureza, mas também na área da antropologia e ciências sociais como forma de racionalizar a ocupação da região sem a destruição do meio ambiente (CPDOC, 2016).

Em 21 de agosto de 1991, Goldemberg assumiu a pasta da Educação, substituindo Carlos Chiarelli que transferiu-se para o Ministério Extraordinário para Assuntos da Integração Latino-Americana. A indicação de Goldemberg para a educação causou reações no meio político, pois tratava-se de uma indicação técnica para um cargo que geralmente tinha seu titular escolhido por critérios políticos e que tradicionalmente vinha sendo ocupado por um membro indicado pelo Partido da Frente Liberal (PFL) ou por membro desta agremiação. Ao assumir a pasta, Goldemberg solicitou que todos os funcionários do primeiro e do segundo escalões entregassem suas cartas de demissão, inclusive nomes ligados ao estado de Alagoas, do Presidente da República, e do Rio Grande do Sul, do ex-ministro Chiarelli, para nomear pessoas de sua confiança pessoal. Pouco depois, Goldemberg tentou fundir este Ministério com a Secretaria de Ciência e Tecnologia mas, encontrando obstáculos para tal, conseguiu apenas indicar seu sucessor, Edson Machado de Sousa, que era seu secretário-adjunto (CPDOC, 2016).

Quando Goldemberg chegou ao MEC, desenrolava-se uma greve de professores das universidades federais por melhorias salariais que já se prolongava por dois meses. Chiarelli se recusara a conversar com os professores enquanto eles não interrompessem a greve. O novo ministro, no entanto, retomou as discussões com a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES) e criou uma comissão mista com representantes das secretarias de Administração Federal, da Economia e da Educação para tentar dar solução ao problema. Ao mesmo tempo, produziu um projeto de lei que dava um reajuste de 30% em média aos professores. Estes, em seguida, passaram a fazer novas reivindicações e não interromperam a greve. Goldemberg então determinou o corte do ponto dos professores e a suspensão do pagamento. Este conjunto de atitudes terminou levando os professores a voltar ao trabalho.

José Goldemberg desempenhou importante papel durante o governo de Collor de Melo, podendo-se afirmar que serviu mesmo como um coringa, assumindo interinamente dois ministérios, o do Meio Ambiente, a partir de março, no lugar antes ocupado por José Lutzenberger, e o da Saúde, entre maio e junho, quando da saída de Alceni Guerra. Por esse motivo ficou na época conhecido como “biministro” (CPDOC, 2016).

Em março de 1992, José Goldemberg assumiu a Secretaria Especial do Meio Ambiente vinculada à Presidência da República (SEMAM-PR), e convidou a renomada ambientalista Maria Tereza Jorge Pádua para o cargo de Secretária Adjunta da Secretaria, além de acumular a Presidência do IBAMA.

Em abril de 1992, convidou o Engenheiro Werner Eugênio Zulauf para assumir o cargo de Diretor de Recursos Naturais do IBAMA, quando lançou o Programa SEMEAR (SEMEntes + ÁRvores) envolvendo as escolas no trabalho de reflorestamento.

Enquanto esteve na SEMAM-PR foram criadas 6 (seis) Unidades de Conservação em diferentes biomas, a saber: Área de Proteção Ambiental Anhatomirim (SC), Floresta Nacional Ipanema (SP), Reserva Extrativista Ciriaco (MA), Reserva Extrativista Mata Grande (MA), Reserva Extrativista Quilombo Frechal (MA), Reserva Extrativista do Extremo Norte do Estado do Tocantins (TO) e Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé (SC).

De 3 a 14 de junho de 1992, o Dr. José Goldemberg teve o privilégio de estar à frente na condução da ECO-92 – considerada a maior Conferência da Organização das Nações Unidades (ONU).

Após a Conferência ECO-92, Goldemberg deixou a SEMAM que passou a ser conduzida pelo Diplomata Flavio Miragaia Perri.

Em agosto de 1992, descontente com a crise governamental, Goldemberg enviou ao Presidente Collor sua carta de demissão, sendo substituído pelo Deputado Federal Eraldo Tinoco Melo.

Ao deixar o governo, retornou ao Instituto de Física da USP, transferindo-se depois para o Instituto de Eletrotécnica e Energia.

Em 1998, tornou-se coordenador do World Energy Assessment do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Em 2002, durante a gestão de Geraldo Alckmin, foi nomeado Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Em 2005, tornou-se membro do projeto BASIC, da Universidade de Sussex, Inglaterra. Este projeto era uma iniciativa não governamental, apoiada pela União Européia, que visava aumentar a capacidade de negociação dos países e elaborar soluções para problemas relacionados às mudanças no clima.

Em 2006, participou como co-presidente do projeto internacional Global Energy Assessment, do InternationalInstitute for Applied Systems Analysis, na Áustria.

Em 2008, tornou-se Presidente do Conselho de Estudos Ambientais da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).

Em 2009, participou da Conferência Internacional Ethos 2009, onde promoveu análises críticas ao governo brasileiro em relação aos investimentos em energia nuclear.

Em 2012, compôs o Fórum dos Ex-Ministros do Meio Ambiente do Brasil (que incluía os profissionais Paulo Nogueira Neto, Fernando Coutinho Jorge, Rubens Ricupero, Henrique Brandão Cavalcanti, Gustavo Krause, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Marina Silva e Carlos Minc), solicitando à Presidente Dilma Rousseff o veto integral dos retrocessos contidos no projeto de lei aprovado pela Câmara, que propunha a redução da proteção às florestas.

Em 2014, José Goldemberg tornou-se membro da Academia Paulista de Letras (APL), ocupando a Cadeira nº 25 do Patrono Francisco Adolfo de VARNHAGEN, Visconde de Porto Seguro.

Em 2015, foi nomeado Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), expandindo o apoio a pequenas empresas inovadoras de tecnologia.

Em 1951 José Goldemberg casou-se com PeninaTessler Goldemberg, filha de de Guilherme Tessler e Nina FilchtinerTessler. Com o falecimento de sua esposa, em 1965 ele contraiu segundas núpcias em 1968 com Theresinha Maria Goldemberg, filha de Octavio Jacintha e Benedicta de Oliveira Chaves. Teve quatro filhos, e é avô de cinco netos.

José Goldemberg é autor de dezenas de artigos, trabalhos técnicos e livros em temas variados, Física Nuclear, Energia e Meio Ambiente. Dentre as suas principais publicações estão os livros: World Energy Assessment (2000) e Energy for SustainableDevelopment (1986).

Ao longo de sua extensa e bem-sucedida carreira José Goldemberg recebeu muitos prêmios, homenagens e condecorações, tais como: Prêmio pela Contribuição Excepcional para o Desenvolvimento da Economia Energética e sua Literatura, pela Associação Internacional da Economia Energética (1989); Prêmio Mitchell para o Desenvolvimento Sustentável, do Center of Growth Studies dos USA (1991); Doutor honoris causa - Instituto de Tecnologia de Israel (1991); Grã-Cruz da Ordem Nacional do Merito Científico - Presidência da República do Brasil (1995); Prêmio Volvo de Meio Ambiente (2000); Medalha do Instituto Butantan (2005); Pesquisador Emerito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnologico (2006); KPCB Prize for Greentech Policy Innovators (2007); Um dos 13 "Heroes of theEnvironment in thecategory of LeadersandVisionaries" da Revista Time (2007); Prêmio Planeta Azul - Asahi Glass Foundation (2007 e 2008); Trieste Science Prize da Academia de Ciências do Terceiro Mundo (TWAS) (2010); Zayed Future Energy Prize na categoria "Life achievement" (2013); Prêmio “Guerreiro da Educação - Ruy Mesquita" pelo jornal Centro de Integração Empresa Escola e o jornal O Estado de São Paulo (2014); Prêmio da Fundação Conrado Wessel (2015).

Em 14 de fevereiro de 2017, o Dr. José Goldemberg recebeu o título de Professor Emérito da Universidade de São Paulo, das mãos do reitor Marco Antonio Zago, numa bela cerimônia com a presença do Governador de São Paulo Geraldo Alckmin e inúmeras outras autoridades.

É recorrentemente procurado por jornalistas e repórteres para dar entrevistas e opinar acerca de temas diversos da atualidade, educação, ciência e tecnologia, saúde, economia, relações internacionais, política energética, meio ambiente etc.

Como muitos adolescentes brasileiros da atualidade, ele teve que superar dilemas familiares/pessoais na escolha de sua formação profissional. Sobrepôs tais obstáculos iniciais ingressando no mundo das ciências, de onde não saiu mais, construindo uma magnífica trajetória. Seus talentos não se limitaram às salas de aula e laboratórios da universidade, prestando enormes serviços na construção de políticas públicas nas áreas de educação, desenvolvimento científico e meio ambiente.

É um dos maiores referenciais da atualidade como educador/pensador/gestor que coloca em prática seus conhecimentos e saberes de forma trans e multidisciplinar. Como poucos, José Goldemberg sabe transitar entre vários segmentos sociais, desde os literários da Academia de Letras, pelos cientistas e empresários, até a alta cúpula governamental.

Seu currículo e suas contribuições são tão numerosas e profundas que se torna extremamente difícil conseguir reunir e expressá-las em poucas linhas e páginas. Certamente que sua ilustre trajetória, extremamente rica em detalhes e valores, deveria se organizada num livro.

José Goldemberg é um dos maiores especialistas em energia no mundo, defensor do uso pacífico e sustentável de novas tecnologias para o desenvolvimento do Brasil e demais nações. Suas idéias lúcidas e posições firmes renderam-lhe enorme prestígio e vários prêmios nacionais e internacionais.

Poucos são aqueles que podem se orgulhar de 7 décadas de intensa e brilhante atividade profissional e intelectual. No exercício de tantas funções importantes na esfera governamental ele firmou-se como um gestor de reputação ilibada no tocante ao uso dos recursos públicos. Dono de um caráter e personalidade marcantes, sabe reconhecer suas limitações e daqueles que lhe cercam, conduzindo de forma democrática e agregadora ações e projetos em diferentes áreas. É uma representação viva da genialidade, amor ao conhecimento, empenho, esforço, aprimoramento de talentos e habilidades em prol do desenvolvimento do Brasil.

Por todo Brasil e em várias partes do mundo existem pessoas que acompanham e admiram sua bela trajetória, que se firma como um verdadeiro exemplo de ética, dedicação e profissionalismo.

José Goldemberg é um dos mais importantes intelectuais da atualidade de nosso país. Um dos mais conhecidos e respeitados Decanos da USP. Sua presença na galeria de dirigentes do Ministério do Meio Ambiente engrandece a história do movimento ambientalista brasileiro!!!

BIBLIOGRAFIA:

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Palmas - TO, Março de 2017.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 22/03/2017
Reeditado em 04/07/2021
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