A obscuridade de meu ser me assusta
São os curtos minutos de loucura que me assustam em mim.
Tenho o dia de hoje como que um monstro à minha ronda. Uma sombra a segurar-me os punhos, agarrar-me os pés.
A mesma torna-me dormente e impede qualquer progresso... o mínimo movimento é ligeiramente erradicado, inclusive as batidas de meu coração.
Paralisada, passo os dias mudos a desenterrar o passado dista te e impossível.
Gostaria de ter-lhe dado um único abraço, já que de nada me vale seu amor e isso só me leva a crêr que às vezes, por algum desalinhamento do cosmos, Deus pode errar - ou deveria então eu pensar que o acerto do Senhor é tão desprogramado que no início parece equívoco e no fim mesmo, a perfeição acaba por se revelar? -.
De qualquer forma o caminho que leva a você continua sendo o melhor a ser tomado.
Minha pele tem cicatrizes das canetas dos poetas mortos e suas letras gravaram-se na suporfície de minha alma, com o passar dos séculos.
Conheço esse mundo de tempos que já não voltam mais, amor, muito embora apenas nessa vida eu não tenha tido ainda a oportunidade de sentir o frescor das brisas vindas do Oeste e o cheiro do mundo.
Meu pecado é ter um dia desejado ver a sombra.
Sou de um erro: uma contradição áspera, produto de uma loucura traidora.
A obscuridade de meu ser me assusta.
_Carolina Oliveira.