Querida amiga...

Bom dia flor do dia...

Ontem estive com nosso amigo Epaminondas que foi me buscar as 22h na faculdade.

Menina de Deus... sei que aprendemos todos os dias um pouco com todas as

pessoas e confesso a você, amiga: nada deixa de ser importante ou interessante que a gente veja, observe e procure entender, principalmente se é com relação a nós mesmos.. nossas dificuldades nessa jornada de vida tão insípida certos momentos.

Inspiração matutina!!! È que ouvindo falar defendendo bravamente o

amor que sente eu pensei no meu. No amor que sinto por meus meninos que não me quiseram. Ou porque sou menos que pensei, ou pq tenho menos que eles querem ou pq no fundo no fundo, não tem nada a v comigo. Eles são o que são e eu não posso me culpar eternamente de ter permitido que fosse feita vossa vontade...

Por outro lado, vendo e ouvindo ele falar do amor que tem por aquela

moça, vejo como não se ama nadinha. Como todas as vezes que encontra

Anacrécia, choraminga as pitangas perdidas no chão... dizendo que fala o que sente.. e que Anacrécia não fala do que sente.. e trago isso pra mim...

adianta eu sentir a dor que sinto? Adianta eu me martirizar com tanta

tristeza por eles serem felizes(?) longe de mim, não se lembrarem que existo, nem sequer terem vontade de ligar?

E ouvindo Epaminondas falando, bradando, lutando, falando alto, cuspindo quando fala, esbravejando, dizendo pra todo o universo que ama ama e ama Anacrécia e que não vai desistir dela, diz isso pra ela, que aceita ela com o orgulho que tem, com o silencio que tem mas que quer estar com ela, porque as mensagens que ele manda são isso aquilo outro aquilo mais... meu Deus... não veja esse email como uma critica ao meu amigo, não não...veja e leia esse email como eu falando de mim mesma...

Meu silencio é visto como desprezo.

Meu respeito a eles é visto como se não os amasse.

Minha conduta afastada de tantas acusações é vista como egoísmo.

Meu comportamento receoso é visto como muro, como atitude de “macho”, como não mais feminina.

Meu amigo me diz que não me coloco no lugar deles..

Meu coração não me pede pra ir a juiz brigar por filhos que não me querem espontaneamente, seja por si mesmo seja pela influência da bruxa da vó e do pai que dá pilha a ela e não vejo nisso nada de submissão ou subserviência.

Ao contrario. Vejo uma atitude muito íntegra de minha parte. Enfiei minha dor no próprio corpo e procuro administrar cada etapa dela.

Não consigo sequer imaginar euzinha aqui, fazendo barraco na frente das pessoas. Ainda prefiro me manter como sou. Calma, na minha, procurando viver como posso e dá. Com decência, dignidade, tratando as pessoas como fui criada e ensinada a tratar: com respeito, falando baixo e cumprimentando educadamente. Nada dessa coisa invasiva de tantas e tantas perguntas, questionamentos como se fosse dona da vida delas ou de uma verdade que está um tanto quanto esgarçada.. e continuo tendo uma verdade que me guia, se não fosse assim, já teria perecido ou me dado cabo da própria vida.

E é essa verdade interior que vejo nele ser fora da realidade e morro de medo de ser igual a que acho que é verdadeira pra mim, entende???

Será que tudo que acredito não é mentira? Será que cuidar do outro mesmo sendo filho não ta errado porque eles simplesmente não tão nem ai pra gente??

Será que a gente não se larga muito? Não se cuida como deveria, levando em conta nosso processo de evolução e a própria responsabilidade consigo mesmo? Meu Deus como a gente só pensa no outro, no que ele tem que não gostamos, no que ele diz que não queremos ouvir e no que faz que não queríamos que fosse assim.

Mas se a pessoa só dá o que tem , como fazermos pra ela aprender o que

gostaríamos??

A conversa que tive com ele ontem de noite, me fez pensar nisso tudo. Até que ponto estou me matando lentamente por uma saudade que só eu sinto?

Assim como só ele sente de Anacrécia?

Até que ponto vale à pena a gente não dormir ou chorar por quem não quer estar com a gente? E nossa terrível dificuldade em entender que se NOS QUISESSE CONOSCO ESTARIA????????????????????????????????????

Eu sei que não é simples. Nem fácil. Mas sei que é possível. Sim to tal men te possível amanhecer todos os dias e procurar lembrar do que se era, do que se fez, como se fez, do que não se era, do que não se fez, como não foi possível, ou como foi possível algo e como se é, como se está, como se pode ficar...

O tempo está passando muito muito rápido. São João nos espera de portas abertas. Com chuvas, cacuriás, quadrilhas e comidas típicas, danças folclóricas e alegria.

Ontem vendo e ouvindo meu amigo, pensei o tempo todo em mim. Ele por um amor que no meu ponto de vista, se o quisesse com ele estaria e

enfrentaria a vida com sua porteira fechada, e eu por filhos que meu

subconsciente teima em me censurar que foram morar com o “rico” pai porque tenho renda menor que a dele... Ele por um amor que manda a fatura da “C e A” para ele pagar e eu por filhos que acham que amor de mãe é um saco, bom é ser livre passando a tarde sozinho em casa sem a vigilância da mãe. Ele por achar que o amor dele está confuso. Eu por não acreditar que meus meninos não tenham vontade própria embora sejam crianças... Mas não manifestam vontade de morar comigo, deve ser porque lá tem algo melhor. Ele porque paga tudo que a outra consome com outro. Eu porque pago o preço da intolerância odiosa do pai e avó contra mim.

Não já chega não?

Esse legado de amor e filhos, são para alegria, crescimento,

desenvolvimento, felicidade, harmonia, diálogo. Nunca o Criador imaginou em sua obra e benção, a poda, a queda, a tristeza, o desrespeito, a morte, o sofrimento, a rejeição, o silêncio cômodo de interesses velados e escancarados que fingimos não ver nem ouvir. Nunca que viemos a esse mundo a passeio, mas nem o significado da palavra família, tem o interesse de causar o que se vê em globo repórteres, profissão repórter, livros de autoajuda, centros espíritas, aconselhamentos espirituais em igrejas evangélicas, consultórios de psicologia e por ai vai...

A família, o amor, os filhos, foram instituídos para a união. Mas há

dentro do homem e da mulher, a semente da discórdia, da injúria e dos

elementos que com o livre arbítrio, escolhem para conduzir a própria vida (e dos os rodeiam).

Agora, depois desse desabafo todinho, que você me leu pacientemente até aqui, me diz: que escolha devo fazer? Respeitar eles é a melhor no momento.

Um beijo bem grande minha querida mãe, irmã, tia, prima, colega, aluna, amiga, companheira, anjo de guarda.

07/06/2011

FADA SININHO
Enviado por FADA SININHO em 16/06/2011
Código do texto: T3038766
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