Misterioso poeta, por que vive 
a perseguir-me em sonhos?
Adentra a janela da minha alma na calada da madrugada,
revira-me entre versos, lençóis e travesseiros
Bagunça tudo dentro de mim. E logo depois se vai...
Eu desperto com a ilusória sensação 
de ter sido amada...
Vou me perdendo entre as horas que seguem silenciosas.
Cada fração de segundo, faz o meu coração
dilacerar de anseios.
Eu que sempre amei a liberdade, sinto-me agora aprisionada!
Ah, poeta! Não me aprisione nos teus  versos livres!
Quantas madrugadas a fantasiar doces sonhos?
Não se faz promessa a um coração que ouve
Nem se deve sorrir para dois olhos cegos!
Nestas mal traçadas linhas que te escrevi
Rabisco algumas bobagens, repaginando minhas ilusões.
São meros fragmentos de um poema ocultado.
Deixarei minha janela aberta novamente à tua espera.
Por favor, retire os sapatos antes de entrar
Não faça barulho e pise bem delicadamente,
Porque meu sono é tão leve meu amor...
Morro de medo de acordar e te ver partir de novo.

Dora Estrella
Enviado por Dora Estrella em 16/12/2013
Reeditado em 16/12/2013
Código do texto: T4614146
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