Um parto e um aborto, qual é a diferença?

Uma mulher traz um ser à luz, nasceu vivo!

Ela continua cuidando dessa vida, nutre-a com seu leite, imuniza-a contra todos os males que pode, muitas vezes sente doer em sua pele quando algum objeto perfurante é inserido naquela pele tão frágil, mas não a poupa pois sabe que é por uma causa justa. Essa vida é seguida pelos passos dessa mãe, e ela um ser frágil agiganta-se para proteger sua prole. O tempo passa, já adulta e cheia de saber tudo, essa criatura um dia tão dependente de mãe e dos seus cuidados, hoje a rejeita.

Mãe para quê? Conheceu o "amor da sua vida", já é relativamente independente, e mãe tornou-se um objeto totalmente obsoleto.

Conheceu seu amor nas ruas, família não precisa ficar sabendo e mesmo o pai a quem diz amar, enquanto ignora quem lhe gerou, nem a esse teve a devida consideração! Descobriu por um acaso infeliz que estava envolvida com outro ser cujos princípios deixam sérias dúvidas quanto a felicidade da pessoa. Mas a mãe embora ferida não lhe deseja o mal, ao contrário, deseja-lhe que seja feliz e que se torne mãe, que gere uma vida, para que um dia tenha consciência do quanto fez a quem lhe gerou sofrer. Mas uma mãe não deseja nunca o mal. Hoje é com a certeza de que terá tempo de ter essa consciência embora provavelmente ela não esteja mais viva. Essa mãe talvez tenha um pensamento de que talvez mereça tudo que recebe como mãe, talvez como muitos dizem, esteja pagando seus erros porque afinal a vida devolveria fazendo justiça... De qualquer forma nada mais importa, tudo que podia ser feito foi feito, com erros muitos, acertos poucos mas nunca más intenções. Resta saber se a filha sábia, saberá ser a mãe perfeita que não teve... Saberá amar e terá a dádiva de ser e sentir-se amada como todo ser humano deseja. A mãe ficará com a sensação de perda tão dolorosa quanto aquela que sofre um aborto.

E a vida segue, em tons de cinza triste como um prenúncio de um amor que por mais que tenha sido regado, não germinou!

Morreu... Foi abortado.

Assim são os tempos atuais.

Assim são os filhos em relação aos pais.

Não, a vida nunca é justa!

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 27/08/2014
Código do texto: T4939436
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