PLACEBO QUE SARA.
PLACEBO QUE SARA.
Tem gosto amargo e travoso
Como raiz em pinga de infusão
Desce rasgando tudo, raivoso.
A deixar planos e sonhos pelo chão.
Sem tomar partido purga os fatos
Evoca atitudes e mata os defeitos
Remédio da alma tirado nos matos
Placebo que sara, mas arde no peito.
Diante de si, nas margens do tempo,
Revendo no espelho as marcas na estrada
Registros concreto do que construiu.
Os feitos se foram levados com o vento.
Na frente o caminho de sina marcada
Carrega consigo no peito aquilo pariu.