Aos viadinhos, sapatonas, vadias e santinhas

Há tempo para amadurecer. Sempre há. Você amadurece em um ano, em um mês, em uma semana, em um dia, em um minuto. Às vezes o amadurecimento vem como um tapa na cara, às vezes só uma brisa. Só esteja aberto à ele.

Há anos atrás uma conhecida minha ficava com vários caras, e eu, entre amigos, chamava ela de vadia. E ela não era? Uma moça de respeito não fica com vários homens. Uma moça de respeito não usa shorts jeans tão curtos assim.

Outros tantos pensamentos como esse passavam pela minha mente e não eram filtrados pela boca. Hoje, a história mudou.

Sabe a vadia? Hoje eu sei que ela estava curtindo a vida dela, sendo feliz. Pegar vários era o que fazia ela feliz? Então que pegue. Pegue homens e mulheres, o que você preferir. Usar shorts curtos te faz feliz? Então use. Use o que quiser, seja o que quiser.

Uma das melhores bandas que passaram por aqui uma vez disse: "Você pode ser gótico, ser punk ou skinhead. Tem gay que é Mohamed tentando camuflar." Agora me diz, camuflar pra quê? No fim das nossas vidas o que conta é o que te fez feliz, não o que agradou aos outros.

Quando se tratar da sua felicidade, não peça perdão nem permissão. Você pode ter medo do que as pessoas irão dizer de você, de como irão te tratar, de como irão te tocar. Ignore. Lute.

Algumas pessoas dizem que orgulho é pecado. Então peque. Tenha orgulho de quem você é. Por que orgulho é pecado e não a vergonha? Por que amar quem você ama é pecado, e odiar não? Quando você odeia, você carrega uma arma. Uma arma que você dispara contra os outros e contra você mesmo.

E eu passei muito tempo disparando isso contra os outros. Nunca falei à eles, mas pensava. E quando eu pensava, eu era o único a receber o tiro. Você perde tanto tempo odiando os outros e acaba esquecendo de se amar e amar as pessoas ao se redor. Eu me juntava com outros para falar mal de pessoas que estavam sendo felizes. Eu achava que elas deveriam sentir vergonha. Quem deveria sentir vergonha era eu. Hoje eu tenho orgulho. Orgulho de ser quem eu sou, orgulho de ver as pessoas sendo como elas são, orgulho de ver as pessoas amando quem elas amam. E também tenho dó, dó daqueles que ainda são cegos de ignorância e perdem a chance de ver todo o amor que existe por aí.

No fim de tudo, a única coisa que passa pela minha cabeça é: o que você prefere segurar? A arma do ódio ou a mão de quem se ama?

P.S.: Esse texto fica à interpretação do leitor. Aplique ele onde achar necessário. Aos viadinhos, às sapatonas, às vadias, às santinhas e a quem mais mereça todo o amor do mundo.