O Viajante
 
Um viajante depois de andar milhas e milhas em uma estrada com uma pesada mochila nas costas encontra em fim um rio de água doce. Desesperadamente larga sua mochila ao chão e corre a borda do rio esticando suas duas mãos para beber daquela água que esperou por muitas horas de suor e cansaço do longo caminho.
Depois de satisfeito e ter lavado o seu rosto, senta-se a beira de uma pedra que fica embaixo de uma grande árvore ali próximo.
Sentado ele observa que nâo consegue ver onde inicia-se o rio nem aonde é seu fim. Ele nota claramente que muitas coisas passam pelo por ele, peixes das mais variadas cores, pedras que rolam por cima das águas e o fluxo da água que sempre caminha em direção ao mar. O rio simboliza a nossa mente sempre inquieta, os elementos de dentro do rio são nosso fluxo de pensamentos e emoções que por vezes chegam a nos atordoar. O viajante cansado é o nosso verdadeiro ser que busca por um refúgio verdadeiro, um lugar que realmente possa descansar de si mesmo.
Entenda que o viajante e o rio nâo são a mesma coisa. Quando parar para observar sua própria mente terá a lucidez de perceber que é um rio que corre incessantemente para alguma direção que sempre desconhecemos, vai notar que os peixes das mais variadas cores que são nossos pensamentos durante o dia e variadas emoções estão lá mas nâo são nós. Somente ao parar e observar as próprias emoções através do processo meditativo reconhecemos que nós nâo somos a mente nem as emoções, no entanto estamos tâo submersas nela que nos confundimos com ela o tempo todo.
Seja qual for a intensidade da emoção ou sentimento que surge na mente observe que você está separado deles e isso será libertador. Qualquer dor, angustia, tristeza ou mesmo emoções positivas são como personagens que vagueiam em sua própria mente e estão separados de você, mas eles só se separam quando você os observa silenciosamente.
Christian Maynard
Enviado por Christian Maynard em 17/09/2017
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