DIÁRIO DE UM MOTOQUEIRO BÊBADO #Início

E lá estava em mais um de seus dias,contando histórias e escrevendo cartas

Belo Horizonte, 20 de Maio de 2010

…Começo como se tivesse trocando a ordem dos fatos,amar me pareceu tao fácil, normalmente nunca me interessei por algo que tivesse uma importância maior além do trago de um cigarro, que por coincidência com ele aqui estou,em um desses botequins bem escondidos e que a única bebida confiável é a cerveja que por sinal é muito boa,lugares assim são escolhidos a dedo,sempre são os melhores.Já dizia meu avô ,mais vale um homem com um cigarro nas mãos e uma cerveja que um coração partido dentro do peito.

Meu avô entendia das coisas,sempre conseguiu o que quis,e acho que um crocodilo africano arrancou o resto do que havia de coração dentro daquela carcaça fria.Se ele pudesse me ver agora teria a certeza que me chamaria de idiota,em um bar escrevendo com um caco de lápis em um papel toalha que roubei do banheiro,esse que por sinal estava todo escrito com aquelas frases de caminhoneiros e desenhos que exito e guarda-los na lembrança.

Poxa,já são...02 da manhã,uma noite de segunda,pois é letras fracas e pensamentos dispersos de uma segunda,o domingo quase nem o percebi,o sábado acho que não sei,os dias estão saltando,me perco em sentimentos falsos e me alegro tanto com mentiras e ilusões,ainda sabendo de tudo isso.Tenho amado ouvir mentiras,viver mentiras que criam raízes cada vez maiores,como pode alguém se alegrar imaginando algo concreto e esse concreto é visivelmente uma miragem?

Descobri que devo beber sempre,ou ao menos para eu ver o mundo assim ás vezes,não sei se é uma tentativa de fuga,até poderia se eu esquecesse de tudo,as pessoas mentem e ao dizer que se esquecem das coisas,elas ficam em estado de êxtase,um estado único e temporário,não sei se é tão bom o quanto é apresentável,como essa garrafa aqui transparente ,mas o líquido é amarelado com curvas e espumas areentas.

Meu copo sua,juntamente com meus olhos rúbeos que de tanto esquadrilhar os céus quase não sente o frio que trava meus dedos nesse papel,o rapaz que me servia curioso me perguntou o que me levou a escrever em plena a madrugada em um bar vazio,de primeira achei que ele quisesse que eu saísse de lá,mas parei minha escrita e resolvi contá-lo uma breve história.

Nayara Vasconcelos
Enviado por Nayara Vasconcelos em 19/09/2017
Reeditado em 19/09/2017
Código do texto: T6118777
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