Carta de amor

dia tal, ano tal, cidade nenhuma.

Como toda carta sincera, e para resgatar os velhos tempos, começo com um olá, tudo bem?

E para complementar, como se eu não soubesse o que falar, direi: Sabe, as coisas acontecem. Elas simplesmente acontecem... Quando estávamos indo em uma direção, veio o vento e nos virou do avesso. Cada um foi para um lado, cada um foi pro "seu" lado. Te vejo assim distante, sim, por telas eletrônicas, mas graças a elas sei como você está. Sei que andas feliz, rindo aos ventos, talvez, seja para mim, um engano. O tempo se encarregou de nos desviar, o silêncio ficou no seu lugar, o coração se prendeu a outro compasso, mas, às vezes, vejo o seu olhar. Quando olho pra mim no espelho, um filme, uma música, qualquer desprezo, me faz te enxergar. Lembro-me da sua rizada, da sua ironia, que você levava, quando queria me alcançar. Porém, as escolhas foram nos cobrando, as alianças foram nos distanciando, tivemos que parar. Por fim, agora restam essas palavras, se jogarão ao vento, e você nem irá ler. Mas, se caso um dia, chegar em suas mãos, peço que guarde com carinho o que um dia foi paixão. Vivemos o quanto pudemos, doamos tudo de nós, momentos que jamais esqueceremos, mas que terão que virar pó!

Misshadi
Enviado por Misshadi em 20/09/2017
Código do texto: T6119949
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