Querida Maria Carolina,

Querida Maria Carolina,

te escrevo num início de noite de terça feira. Sei o quão apático foi teu dia e que teu coração o acompanhou com exito. Sei que é difícil gostar de ti mesma em alguns momentos, sei que o mundo parece te mostrar o contrário com tanto esforço! Enquanto tu te esforças pra se sentir, pelo menos, viva. Sei que esses dias calorentos tentam, tentam tanto, fazer teus amados dias cinzas menos calorosos. Sei que tu sentes falta daquelas avenidas movimentadas e coloridas, que combinavam tão bem com as madrugadas densas, tensas. Sei que te magoa a falta de paixão nos teus dias, e o quanto tu forças emoção à tua volta. Querida, eu sei. Sei que esquecestes as gírias e o sotaque daqueles dias, sei que nada por aí é capaz de se aproximar daqueles dias. Sei que tuas músicas são tão pouco ouvidas, como tu e tuas palavras. Sei que te empolgas e te calas. Sei que te empolgas! Por favor, não te calas... Sei que te calam. Sei que é vazio teu coração de madrugada, sei que esvazia durante o dia enquanto até teu pulsar quer pausar. Sei que Roslyn te lembra aquela visita à Paranapiacaba, sei o quanto havias planejado, um dia, levar alguém especial até lá. Sei que levou. Sei que é nítido na sua mente o olhar durante a viagem de ônibus com a sombra do sol tocando tuas peles. Sei que machuca lembrar. Sei que te esforças pra não comparar, mas doía menos do que agora. Sei que não sabe o que fazer e só consegue pensar em esperar...

Carmen Tina
Enviado por Carmen Tina em 26/09/2017
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