O que seria de nós.

Ironicamente, começo essa carta me culpando, por tudo o que misturei e ocasionalmente constrangi, a mim, a você e todos os envolvidos, foi amor... por um tempo, bom eu achei que era e as vezes, ainda acho, só que amores impossíveis, só são bonitos em telas grandes e sofás confortáveis. Eu sempre me perguntei se em algum momento, você considerou todas as nossas risadas, nossas lacunas, suspiros e desejos, me perguntei secretamente, aonde você estaria, se acaso pensasse em mim, ou se, de alguma maneira qualquer uma daquelas palavras eram verdade. Você foi duro, cruel, reticente, obtuso e fugaz, mas mesmo depois de me jogar ao chão ( sem ao menos saber... ou será que você sabia?), milagrosamente, com um golpe duro de misericórdia, você achava um jeito de regressar, cabisbaixo e solícito e isso era o bastante, quando não deveria significar absolutamente nada. Eu te entendo... JURO! eu, a louca sem juízo jogando todas as cartas marcadas pra cima, você, um labo solitário, com medo da verdade e de perder seu escudo, veja bem, eu também já estive desse lado, e não é fácil abandonar marolas que não te causam enjoo, mas não tem fazem sair do lugar, é confortável ser apenas um olhar atrás da janela, enquanto a vida pulsa, acelerada, vibrante e doentia lá fora. E confesso,como quem confessa somente a sombra: Eu teria feito a mesma coisa. Tanto que o fiz... continuo deitada em plumas douradas e um sol violeta, que é lindo, mas não esquenta e por isso não toca minha pele, eu espero que você esteja melhor, que você esteja sorrindo sorrisos verdadeiros e que ache todas essas palavras exagero, como um dia, eu irei achar... Ahhh querido! espero que você jamais leia, todo o fascínio que ainda me causa, e descubra que pelas madrugadas, ainda chamo sem nome em meio aos travesseiro e caso leia... não pense, ignore, rasgue as cinzas e não olhe para traz, porque veja... pensando bem nisso tudo: O que realmente seria de nós?

MariZache
Enviado por MariZache em 13/10/2017
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