Rolinha

Rolinha

A mamãe rolinha estava procurando um lugar para fazer o seu ninho com o seu par e achou uma linda casa toda arborizada, quintal bem grandes muitas flores, água para tomar, comida, paz contagiante, alegrias, encontrou mais amigas e também outras espécies. E voava de um lado e do outro, várias arvores e nenhuma as agradou. Levou um dia inteiro e nada, depois de uma semana de procura, cobiçou um lindo vaso de Hera e decidiram que seria naquela bela área coberta. A Rolinha e seu companheiro começaram a busca por gravetinhos para começar a tecer o seu ninho. E voava alto no salgueiro, puxava os gravetinhos e esses caiam no chão, ela pegava e voava até o vaso e caia, pegava outra vez e conseguia levar, o seu companheiro ia também ajudando na busca em outras árvores e a união estava acirrada por causa de gravetinhos. À tardinha eles paravam, quando chovia ficam em cima do telhado olhando desesperados para o vaso de Hera. A jovem que morava na casa, percebendo o que estava para acontecer, levantou os poucos gravetinhos e com muito cuidado molhou bastante o vaso e a avisou a Hera que a partir desse dia ela não poderia mais jogar água e que a natureza por si só daria um jeito.

Depois de muita luta ficou pronto e a mamãe Rolinha começou a ficar no seu ninho, passado alguns dias já tinha ovinhos e quando ela precisava comer e tomar água o seu companheiro vinha e revezava com ela, o espetáculo entre os seres da terra estava ali, naquela pequena família dando um exemplo de amor. Era lindo de ver a preocupação de um para com o outro. O macho defendendo sua fêmea de todos os perigos. E quando ele voltava para o ninho roçavam o biquinho um no outro e aqueles olhinhos redondinhos e pretos parecia dizer: Você é importante na minha vida.

Passados alguns dias, começou uma reforma na bela casa, chegaram os materiais e muitos deles foram colocados na bela área. A Mãe Rolinha desesperada voava no muro e quando parava com o barulho ela voltava, era o caos completo. A jovem chegou e pôs ordem e exigiu de todos os pedreiros e pintor que não fizessem barulho na área, passassem devagar e que não falassem alto para respeitar. A Rolinha e a jovem entreolharam-se e naquele momento ambas perceberam o espetáculo da natureza e a comunicação entre os seres vivos. E todos obedeceram e passaram a ter muito cuidado com a nova e futura mamãe e quando caia alguma coisa sem querer eles pediam desculpas e ela nem mais voava embalada pela amizade sincera. Toda a noite a jovem colocava uma bacia de água bem debaixo do vaso para não ter o perigo de algum gato importunar e quando chovia amarrava um papelão grosso de tal forma que não molhava o vaso. Zelava com tanto esmero como se fosse sua família.

E o espetáculo estava ali para que quisesse ver e aprender, uma lição de vida para todos. As rolinhas ensinaram o verdadeiro amor, o sentido do namoro, da conquista, até a comunhão entre dois seres, a constituição da família, a preocupação de um para outro, o repartir, ajudar, sofrer e sorrir, batalhar e a construção de uma nova família com um alicerce sólido e firme, repleto de amor, alegria e esperança.

E quando a jovem espiou havia dois ovinhos, e as rolinhas ficaram chocando doze dias e aí vieram os filhotinhos, e aí o trabalho da jovem foi dobrado de cuidados com aqueles filhotes e aquela piara da e quando um precisava sair, o outro ficava na chocadeira, ou melhor, no lindo vaso de hera.

E a reforma acabou depois de três semanas e os filhotes estavam sozinhos e já começavam a voar e o lindo vaso de hera havia secado. E naquele corre, corre de término de pintura a jovem não percebeu que eles cresceram e voaram junto com seus Pais ou para outro lugar.

A jovem terminou de fazer o seu café e sentou na área para admirar a beleza, tudo tão limpo e lindo e ficou olhando para o vaso de hera tão sem vida e regou-o bastante e deu uma saudade e pensou: Onde estará a minha rolinha?...E duas lágrimas desceram pela sua bela face, pois o seu namorado havia judiado dela e estava triste e nisso sentiu uma picadela no seu pé e quando olhou ficou petrificada, eis que a rolinha estava ali com aqueles olhos redondinhos e pretos olhando pra ela. Entreolharam por alguns segundos “em comunhão”... Era como se ela quisesse tirar o sofrimento da jovem e nisso a rolinha foi embora rebolando e voou alto para o salgueiro.

E a jovem ficou hora sentada no banco relaxando e quando olhou para o vaso de hera, ela estava renascendo e já ficando verdinha.

E ela entendeu a mensagem da Rolinha: A sua bondade e o seu amor trouxeram de volta a vida da hera... O telefone tocou...

Do Meu livro: O Milagre da Vida

Sonia Maria Marques
Enviado por Sonia Maria Marques em 17/04/2013
Código do texto: T4245990
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