Hitler E Sua Amada Capítulo 9

Se um raio caísse na cabeça de Angela naquele instante, ela não sentiria um choque maior! Ergueu Elfriede pelos ombros e a esbofeteou muitas vezes.

- Cale já essa boca! - gritou atônita e indignada. - Você está louca?

- A senhora é que está cega, Frau Angela! - tornou Elfriede. - Ou será que aprova o que está acontecendo? Eu já os flagrei muitas vezes! Eles vivem se beijando, se esfregando pelos cantos dessa casa, bem debaixo das suas barbas...o que acha que vão fazer na cidade? Compras? encontros partidários? Frau Angela, o que eles vão fazer lá é trepar, deixe de ser idiota!

- Cale essa boca, eu já lhe avisei, maldita! - Angela pegou a criada pelos cabelos. - Você tem é inveja da minha filha, isso sim, queria estar no lugar dela...meu irmão, fique sabendo, sua víbora, é o pai que ela nunca teve!

Elfriede deu uma gargalhada cínica.

- Sei, o pai que ela nunca teve...e desde quando quando o pai trepa com a filha? A senhora está cega! Espere pelo dia em que ela aparecer grávida!

Geli e Adolph chegavam nesse momento, e ao entrarem em casa ouviram a violenta discussão das duas mulheres. Correram até a cozinha e encontraram Angela transtornada dando uma surra em Elfriede.

- Mamãe, pelo amor de Deus, o que é isso? - grita Geli assustada.

Elfriede a encarou com ódio e desprezo.

- Vagabunda! - gritou, cuspindo em sua direção. - Amante do próprio tio!

Foi então que Adolph se transfigurou. Seu semblante assumiu uma expressão de ódio demoníaco, seus olhos soltavam faíscas, parecia um anjo mau. Tirou da cintura um pequeno chicote que sempre carregava consigo e o estalou nas costas de Elfriede, bradando:

- Fora dessa casa, agora, senão eu a mato! nem faça as trouxas, vá embora agora, ou vai se arrepender de ter nascido!

Elfriede se arrastou aos pés dele com ar de profunda adoração.

- Herr Adolph, Ich liebe dich, mein herr! - exclamou abrindo os braços.

- Fora daqui, desapareça, Scheibe!

Adolph tornou a levantar o chicote e a golpeou, dessa vez numa das faces Elfriede se ergueu e saiu correndo porta a fora, o rosto sangrando.

Angela e Geli estavam abraçadas a um canto, Geli chorando muito.

- Mamãe, ela é uma invejosa, ela sempre me odiou? Ai, que vergonha...

isso é um absurdo, uma infâmia...

Angela acalentava a filha nos braços.

- Eu sei, minha filha, eu acredito em você, se acalme... ela enlouqueceu de amor pelo mano Adolph, agora eu sei...

Adolph, ainda transtornado de fúria, respirou fundo e guardou o chicote.

- Que coisa lamentável! - falou. - Recolhi essa ingrata da sarjeta, onde comia a lavagem dos porcos, e é essa a paga que recebo! Quer manchar a honra da nossa família... não sei onde estou que não a matei!

- Mano, se acalme! - disse Angela. - Vamos esquecer isso... ela enlouqueceu... eu confio cegamente em você e em Geli.

Elfriede foi encontrada morta na manhã seguinte, pendurada numa árvore. Cometera suicídio. Geli passou mal e se recolheu ao seu quarto. Angela acreditava cegamente no irmão e na filha... mas a semente da dúvida estava plantada.

Maryrosetudor
Enviado por Maryrosetudor em 18/10/2014
Reeditado em 20/10/2014
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