Nunca coloquei fé nessa técnica como uma forma de se alcançar paz.
Acho que o que nos traz paz é o que acreditamos nos trazer paz, seja o que for.
 
Acabei tendo que aceitar uma aula experimental de yoga, todas as colegas aceitaram e não quiseram saber do meu "não" como resposta, iríamos após o expediente no final da semana, e com tanta motivação do tipo "ou você vai ou você vai", firmei o compromisso, afinal, estou meio atoa ultimamente, e isso me incomoda.
 
Fomos orientadas a usar roupas leves, então levei as minhas na mochila, há pouco tempo resolvi reiniciar minha caminhada matinal, estou acima do peso, e aliás, como sempre estive, e a caminhada me deixa mais disposta durante todo o dia.
 
Mesmo assim fiquei pensando na atividade do fim da semana, se eu conseguisse ficar em uma daquelas posições loucas do yoga, precisaria de um guindaste para me desenrolar, apesar da caminhada continuo sedentária, não consigo alcançar os pés com as mãos e tão pouco fazer o que os yogues fazem, iria passar vexame com certeza.
 
Mas tudo bem, fomos!
 
O professor é um cara baixinho com cara de nordestino, o contrário do que imaginei, acho que todos já pensam em um cara oriental e de idade avançada, mas isso não me causou o pré conceito de que a aula não seria boa é claro.
 
Sala cheia, homens e mulheres, sentei-me ao lado de uma das colegas, e do outro lado sentou-se um cara que me inspirou a ficar, muito bonito e simpático também, me cumprimentou e comentou baixinho o que eu já havia reparado sobre o professor.

Nem sei por que aceitei vir para essa aula, nunca pensei em fazer yoga, acho que foi mesmo a mania do brasileiro em aceitar tudo o que é de graça.

Pelo menos estou em boa companhia!
 
Ah garoto, deu idéia para louco!
Fiquei conversando com o figura antes da aula começar, e é claro, as colegas sacaram o movimento e começaram a cochichar umas com as outras, sempre olhando para nós.
 
Que raiva!
 
Elas podiam disfarçar né!
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Vão assustar o cara!

Obviamente ele percebeu o zum zum zum das meninas e comentou. 

Suas amigas estão rindo de nós?
 
Não meu anjo, essa mulherada junta sempre dá nisso, eu também estaria lá rindo se não estivesse conversando contigo!
 
A aula começou e logo o professor tentou travar minha coluna com aquelas posições malucas, só não me senti envergonhada porque todos estavam com as mesmas dificuldades, inclusive o gato ao meu lado.
 
Ele olhava para mim e ria o tempo todo, ataques de riso mesmo, e eu o adorei por isso, sempre me atraio por quem gosta de rir, sua risada era mais engraçada do que o mico que estávamos pagando.
 
Mas ao menos um dos exercícios eu consegui fazer.

Hummm, quanta flexibilidade hen moça!
 
E você nem viu nada!
 
Puta que pariu, que brecha, me joguei para cima do cara com essa frase, onde estou com a cabeça?
 
Ele mudou o olhar no mesmo instante e ficou com os olhos na minha bunda, poxa, que fora, ele deve estar me achando uma safada, mas olha só, quer saber? 
Não sou mas estou!


Agora vou querer comprovar!
 
Xiiiiiiiii, o professor chamou nossa atenção por causa da conversa, e as colegas estavam de orelhas em pé e não perderam a oportunidade de olhar para nós com aquele olhar de "tá namorando...tá namorando", e eu adorei.
 
Seu nome é Paulo, 40 anos e separado, um filho e muito sorridente, a aula de Yoga foi o máximo, que bom que não faltei.
 
Ganhei seu telefone, mas não dei o meu, fiquei meio sem jeito na frente das colegas.
 
Ainda não liguei e elas me cobram todos os dias, vou ligar logo, quem sabe vamos testar nossa flexibilidade e descobrir uma bela afinidade. 
 
NeiaFreitas
Enviado por NeiaFreitas em 23/11/2014
Reeditado em 02/12/2014
Código do texto: T5046072
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