O Oportunista - Final.

Depois de algumas saídas, ela me apresentou oficialmente aos pais como seu namorado, a mãe não gostou muito, mas como eu tinha ensino superior, era um profissional em ascensão, acabou cedendo já que eu estava fazendo a sua filha feliz. Seu Mercedes adorou a ideia de me ter como genro, já me via como seu sucessor nos negócios já que Lucas não se interessava. A opinião que Lucas tinha a meu respeito era que eu não passava de um alpinista social, mas a irmã já era bem grandinha e sabia o que estava fazendo. Quem não gostou muito da ideia foi a minha mãe, ela dizia que não havia me criado daquele jeito, que jamais poderia imaginar que eu pudesse dispensar Beatriz que era uma moça tão honesta por dinheiro, por mais que ela gostasse de Vanessa, no fundo ela sabia que o real motivo de eu estar com Vanessa era seu status social. Passei muito tempo para conseguir convencer minha mãe de que eu poderia amar Vanessa e termos um futuro feliz juntos. Acredito que foi só no dia do nosso casamento que minha mãe finalmente parou de me criticar desejando a nossa felicidade.

Cinco anos já se passaram desde que eu tomei a decisão que mudou para sempre o rumo da minha vida, dispensando Beatriz para ficar com Vanessa. Hoje somos casados e temos uma filha de dois anos e meio, que por sinal, é uma menina linda. Isabela tem de tudo, nada falta a ela, frequenta uma boa escolinha particular e quanto a minha mãe, pelo menos na velhice está podendo desfrutar de todo conforto em sua casa própria sem precisar se preocupar em trabalhar, a coitada já trabalhou demais em sua vida sofrida.

Assim que eu me casei, o meu pai veio me procurar com um papo furado de que havia se arrependido de ter me abandonado e que queria recuperar o tempo perdido, no fundo eu sabia que o que ele queira mesmo era dinheiro, dei uma boa quantia a ele e pedi para que ele não aparecesse mais em minha porta, sem pensar duas vezes ele aceitou e nunca mais o vi. Nesse mundo cada um se vira como pode ou como acredita ser melhor para si mesmo.

Hoje é véspera de natal, o expediente se encerra mais cedo, ainda há pouco, ao cruzar a linha do caixa, cumprimentei Beatriz que recentemente foi promovida a fiscal de caixa, ela me cumprimentou com respeito já que agora eu sou o chefe. Soube que ela está noiva de um motorista de ônibus e que está muito feliz, talvez ela também tenha finalmente encontrado alguém que de fato a complete.

Tirei o terno e a gravata, peguei o meu carro, comprei um buquê de flores para a minha esposa e chocolate para a minha filhinha, passei pela portaria do meu condomínio, estacionei o carro na entrada de casa e ao abrir a porta fui recebido com um pulo no peito de minha pequena princesa e um abraço e um beijo da mulher mais incrível do mundo.

Quando deito a minha cabeça no travesseiro e me pergunto se eu fiz a escolha certa naquele sábado de primavera, a única certeza que me vem na cabeça é que sim, eu fiz a escolha certa.

Gabi Alves
Enviado por Gabi Alves em 25/05/2016
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