Um homem de meia idade...

Certo homem de meia idade almejava chegar aos 40 anos, porque acreditava atingir o auge de sua virilidade, de sua juventude que já se esvaía. Ele achava em seus "achismos", que teria todas as mulheres que estivesse em seu caminho, seria um "grande pegador de mulheres", mas a vida lhe pregou uma grande peça. Tudo o que ele até então acreditava fielmente deixou de ter sentido, dotado de grandes crises existenciais, nunca sabia ao certo o que ele realmente queria. Ao chegar finalmente aos 40 anos percebeu que era apenas um homem muito solitário, pois sofrera as consequências de suas escolhas do passado. Fostes casado por duas vezes, a primeira esposa achava-o muito disperso e distante, a segunda achava-o muito meloso, fazia-o de gato e sapato, só ele que não percebia, pois era completamente apaixonado por ela, eu diria cego de amor por ela. Em um dia comum ele se esbarrou com alguém que como ele era muito solitária, desde o primeiro momento ambos se sentiram atraídos, mas havia um grande impedimento entre eles, ambos eram comprometidos. Tinham a mesma profissão, e com o passar do tempo perceberam suas afinidades, trocas de olhares começaram a se cruzar de forma despretensiosa, pois eram conscientes do que os separavam. E agora, o que este homem teria a fazer? Ele que se achava tão seguro de si, em seus "achismos" se achava um grande pegador, justo ele. Homem de boa aparência, boa conversa, sensível ao ponto. Ela recatada, tímida, sensível ao extremo. Conversavam por horas, perdiam a noção do tempo, tudo fluía de forma muito natural e gostosa de sentir. O que poderia acontecer? Ambos viviam as suas próprias vidas, em sentidos completamente contrários. Ela o admirava pelo profissional que era, brilhante em tudo que fazia, procurava se espelhar nele. Completamente encantada se apaixonou por ele, a partir daí passou a viver em uma crise interna muito grande, como poderia acontecer tal coisa? Isso não poderia acontecer! Lutava contra isso todos os dias, se afastou dele, e passou a viver com este segredo dentro de si. Ele a desejava muito, era encantado por algo que tinha nela, não sabia ao certo explicar, apesar de ser corajoso, dentro dele se fragilizava com essa situação, por vezes ele insistia por um encontro, por outras desaparecia, feito mágica! Simplesmente sumia! Ela curiosamente queria conhecê-lo profundamente, almejava chegar onde nenhuma mulher jamais havia chegado. De certa forma, isso já estava acontecendo, ela o descrevia de forma que o surpreendia. No fundo, ele sabia e tinha medo, medo de vivenciar experiências já vividas. Quando retornava, pensava nas possibilidades entre eles. Os dois sonhavam com um momento, pelo menos um único momento... em que talvez, a vida pudesse lhes proporcionar, mas o tempo era cruel demais, e cada vez mais os distanciavam...

"Ambos eram reféns dos desencontros da vida, permaneceram anônimos"...

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Intensidade
Enviado por Intensidade em 29/07/2016
Reeditado em 01/08/2016
Código do texto: T5712445
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