A Redoma e a Rosa: Cap. 01 Uma Rosa presa no passado

A Redoma e a Rosa

Cap. 01 – Uma rosa presa no passado

─ Gabriel me espere! – eu sai correndo, mas ele nunca me esperava, dava gargalhadas enquanto corria me fazendo correr como um louco para o alcançar.

Ele era um garoto feliz, corria de braços apertos, mas naquela manhã ele parou e se agachou para olhar alguma coisa que não estava na minha vista. Foi a oportunidade para alcançá-lo.

─ Veja Dudu, como esta flor é bonita. – ele tinha estas manias de ficar olhando tudo a sua volta, se admirava com borboletas, plantas, pássaros, e adorava rir correr para todos os lados.

Minhas memorias do Gabriel eram sempre assim, alegres e cheias de carisma. Foi meu primeiro e grande amigo de infância. Ainda lembro muito bem o dia em que nós fomos separados, ele partiu para a capital com a família, e ele foi se despedi de mim, mas eu não o recebi, tranquei a porta do meu quarto.

─ Eduardo meu filho, abra a porta, o Gabriel já está partindo. Venha dá um abraço no seu amigo – Mas eu não falei nada, fiquei apenas esperando ele ir embora.

─ Dudu, um dia eu volto! - Ainda escutei ele gritar, aquelas palavras estavam carregadas de lagrimas, eu senti que ele também chorava.

Fiquei trancado o dia todo. Minha mãe me contou que o Gabriel tinha me deixado algo, mas eu não quis ver. Pela manhã do outro dia, quando tive que me levantar para ir ao colégio, o embrulho estava sobre a cama. Olhei respirei fundo e abri, era seu livro favorito, “O Pequeno Príncipe”, não sei explicar, mas meu coração palpitou tão forte que sai correndo pela rua. Semanas depois encontrei o livro na minha escrivaninha, o olhei com aquele olhar de quem está curioso e a vontade de não querer pegar. Era a única lembrança que eu teria do meu amigo, e uma foto de um dos meus raros aniversários, ele estava no meio de uma turma de garotos, olhava para mim sorrindo. Estranho lembrar disso agora, mas eu sabia que nossa amizade era forte. Por algum tempo eu ficava imaginando se ele também olhava para sua copia daquela fotografia e se lembraria de mim. Ao abrir o livro me deparo com uma mensagem na contra capa: “Para meu único amigo Dudu, sentirei saudades. Sempre que ler este livro se lembre de mim, pois estarei num lugar bem longe, mas assim como o pequeno príncipe, poderei te ouvir em meu coração. Te amo para sempre. Do seu eterno amigo Gabriel”. Nunca li aquele livro em cinco anos.

Era uma tarde de domingo, eu tinha entrado no ensino médio, estava chateado com minha namorada o motivo não lembro qual era, apenas eu não queria sair com ela naquela tarde. Me deitei no chão com as pernas sobre a cama, fiquei olhando o teto branco, quando meu celular tocou:

─ Eduardo, você tem algum livro que me empreste para o trabalho de Português? – era um colega do primeiro ano, Fernando.

─ Tenho vários, pode vim pegar, não estou fazendo nada.

─ Chego já ai.

Minha adolescência foi normal, eu tinha meus amigos do colégio e tinha os amigos da minha rua, o Fernando era do colégio, era o típico amigo que você nem precisa chama-lo, ele já chega junto. Ele ao adentrar foi logo olhando minha estante, que até então não tinha tantos livros como tem hoje, eu estava apenas começando minha coleção. Ele olhava e parecia indeciso.

─ Que foi Fernando, são todos grandes para você?

─ Pior que são, você não tem nenhum com poucas páginas?

─ Tenho, aquele livrinho dos três porquinhos.

Mas ele pegou um da capa branca.

─ Achei, parece pequeno. E tem a letra grande.

Quando olhei, vi que era “O Pequeno Príncipe”.

─ Desculpe Fernando mas este não pode.

E antes que ele chegasse na contracapa, eu o tomei das mãos.

─ Nossa, presente da namorada?

Tentei disfarçar, e depois que ele encontrou outro livro, se foi e eu fiquei com o da capa branca na mão. Me sentei na cama, e então comecei a ler, já que eu tinha que fazer o trabalho de português, iria aproveitar, mas meu coração batia forte a cada palavra do autor, e então quando cheguei na parte da raposa em que o garotinho duelava com suas responsabilidades em ficar com a raposa ou voltar para sua rosa, senti meu rosto queimar e os olhos lagrimejar. Não é preciso imaginar muito para saber que ao terminar o livro ainda naquela tarde, eu estava banhado em lágrimas e a memoria do Gabriel sorrindo ao meu lado parecia mais forte. Ele não morreu, apenas estava em outra cidade, outro estado, e estava com a mesma idade que a minha. Meus sentimentos por ele esfriaram, é certo, a distancia muda a temperatura de nossos sentimentos, e por que estou falando desse amigo de infância agora? Quero mostrar o quanto não temos noção dos nossos sentimentos, as vezes achamos que alguém é eterno para a gente, e cada um sempre será nosso amigo, ou nosso amor. Nada é eterno.

Eu cresci, me tornei um jovem homem dedicado aos estudos e ao trabalho. Hoje estou noivo de uma garota linda e filha de uma família poderosa. E eu nunca encontrei um amigo como o Gabriel, ele ficou no passado. O livro que ele me deu, ainda existe, escondido entre outros volumes esquecidos na minha pequena biblioteca particular.

Assim é a nossa vida.

Meu pai comprou uma empresa na capital faz uma semana, e faz dois meses que conclui a faculdade de administração, então eu fui encarregado de chefiar a nossa nova empresa. Mesmo morando há uns cinco anos em um apartamento, senti saudades dos meus pais pois agora ficaríamos centenas de quilômetros sem nos ver. Já a minha noiva estava terminando seu curso de medicina e nós iriamos viver quase como um casal, se não fosse por minha mãe que não permitiu, disse ela que morar juntos só depois do casamento, eu achei bobo aquela recomendação, mas uma coisa que eu não faço é desobedecer. Estranho não esse meu comportamento?

Tudo pronto para assumir a empresa, encarar os novos funcionários. E o nervosismo de ter a responsabilidade de manter as vendas e os lucros em alta. A nossa loja de roupas não era uma das maiores do centro do Brás em São Paulo, contudo o movimento era bem grande, tinha uma pequena lanchonete no centro, e alguns departamentos, cada um tinha seu subgerente, depois teríamos o gente principal que eu ainda não conhecia, comigo ficaria uma assistente para me auxiliar em tudo, e ainda uma secretária.

Meu novo apartamento, no centro da sala estava toda sorridente Cristina, minha noiva, ela olhava em volta e eu admirava como ela estava bonita e como nós iriamos aproveitar bem aquele espaço.

─ Eduardo, não é grande como o meu, mas depois de uns toques de classe vai ficar ótimo, não acha?

─ Você diz depois de você dá seu toque, não?

─ Claro.

Abracei-a e dei um beijo. Me sentia feliz com ela, nosso namoro iniciou da forma menos provável, a conheci num desses barzinhos e lanchonete que ficam próximos aos campus universitários, ela estava com umas amigas e eu com os meus colegas, mesmo sendo de cursos diferentes, logo sentimos empatia um pelo outro. Nossa primeira noite de inauguração do meu apartamento foi bem estimulante, ela se mostrou bem amável e quente como sempre. Cris, foi minha segunda experiência com uma mulher, eu gosto dela e não vejo a hora de nos casarmos.

Depois de uma noite com muito amor, esperei Cris se afastar no seu new beatle amarelo. Depois respirei fundo e fui para meu primeiro dia na Cavalcante Textil, assim ela foi rebatizada. Logo ao chegar notei um alvoroço dos funcionários, digo isso pois eles estavam ainda com o uniforme antigo, pareciam curiosos, entrei sozinho e fui recepcionado por um senhor calvo, magro e alto.

─ Seja bem vindo Senhor Cavalcante, pode mim acompanhar, sou seu gerente geral...

─ Obrigado, mas seu nome é?

─ Sim, é claro, me perdoe, meu nome é Francisco de Assis Fontes.

Foi meio cômico, na verdade pude perceber todo seu nervosismo. Ao passearmos pela empresa e conhecer todos os departamentos, ele me levou para uma sala parecida com aquelas salas de reuniões, com uma enorme mesa ao centro.

─ E o que é isso?

─ Esta é a sala de confraternização dos funcionários.

─ Legal, já ia pergunta para quer uma sala de reuniões se não temos acionistas...

─ Na verdade já foi sim, bem antes do dono anterior. Mas me diga senhor Cavalcante, onde está seu pai, ele chega ainda hoje?

─ Na verdade ele não vem...

─ Pensei que ele chegaria hoje com você...

─ Não, ele não vem, eu ficarei chefiando a partir de hoje.

─ Você! – sua surpresa me deixou constrangido, notei que estava ocorrendo um grande equivoco, ou simplesmente falta de comunicação.

─ Algum problema?

─ Não, apenas te achei muito jovem, apenas isso.

─ Ok, vamos deixar as coisas claras, você continuará sendo o gerente geral, e eu preciso de um assistente pessoal, temos isso aqui?

─ Na verdade hoje a tarde vamos receber candidatas ao carco, quando fiquei sabendo que seu pai iria vim para esta loja, o antigo dono me enformou que seria necessário.

─ Entendo, o Senhor Barriga – era assim que eu chamava o amigo do meu pai, o mesmo que vendeu a loja - sempre aprontando com meu pai...

─ Como Senhor?

─ Esquece. Agora entendo por que você falou assistentes, ele achou que era meu pai que viria para cá.

Foi interessante conhecer a grande loja, ouve uma pequena reunião para me apresentar para os funcionários, notei o espanto no rosto de muitos, claro que o motivo era ser um jovem a chefiar todos eles. Mas eu já tinha experiência, claro, não assim de ser o chefão, mas tinha meus conhecimentos práticos ao lado do meu pai em suas outras lojas, e com a faculdade e estágios. De qualquer forma foi engraçado interagir com todos ali, e ainda fazer cara de durão para parecer um homem sério, meu pai dizia sempre, homens sérios ganham mais respeito.

Já passava das duas da tarde quando voltei do almoço, quando o D´Assis foi mandou uma jovem me chamar.

─ Senhor, está na hora das entrevistas para sua assistente – a olhei sério, ela parecia tímida.

─ Como se chama?

─ Franciele.

─ Ok, Franciele, obrigado. Pode me mostrar o caminho?

─ Claro senhor.

A segui, era uma jovem de beleza simples, sob uma maquiagem leve. Uma coisa que logo notei, todas as mulheres usavam maquiagem e tinham os cabelos amarrados em coques, e saias nos joelhos e justas.

Enquanto caminhávamos, notei seus passos curtos e ágeis.

─ Quanto tempo trabalha para esta empresa Franciele?

─ Faz próximo mês seis anos, senhor?

─ E você gosta daqui?

─ Gosto sim, senhor.

Ela parecia do tipo respeitosa, ou era claro, ensaiada para tão oficio.

A sala de espera estava lotada com muitas garotas, outras mais velhas e outras que pareciam ser seu primeiro emprego, passei por todas e cumprimentei-as com um boa tarde. Na sala de entrevistas, o D´Assis já estava com a lista de nomes na mão, me entregou uma e ficou com a outra.

─ Ok Franciele pode chamar a primeira. – ele deu a ordem e ficou na espera.

Entraram umas cinco, foi meio chato fazer as entrevistas, mas era minha primeira função, que na verdade não competia a mim, mas como era uma assistente pessoal, seria interessante ter minha aprovação.

A sétima candidata entrou, ela estava bem vestida, seus olhos azuis me pareceram falsos, seu andar sobre aquele salto alto parecia confiantes, e seu sorriso quebrou minha antipatia depois de ver varias garotas sérias com seus coques e suas saias justas já tentando impressionar mostrando que sabiam como se trabalhava ali. Mas esta jovem, entrou sorridente.

─ Boa tarde! Pode se apresentar Gabriela Monteiro – D`Assis deixou o comando assim como fizera nas outras vezes.

─ Boa tarde, - sua voz era doce e estranhamente conhecida – Sou formada em administração e tenho especialidade em vendas... ela falou tudo o que a gente podia ver no seu currículo, menos o fato dela ter um nome bem peculiar.

─ Gabriela Monteiro...

─ Sim – ela concordou, me interrompendo.

─ Não era bem uma pergunta, queria saber de onde vem este nome tão forte.

─ Dos Monteiros do interior, Senhor.

─ Gabriela, você tem algum apelido?

Ela pareceu estranhar minha pergunta, creio que não são todos os entrevistadores que fazem este tipo de pergunta.

─ Meus amigos me chamam de Gabi, senhor.

─ Entendo, nada original né? Mas só mais uma pergunta Gabi – ela sorriu – você gosta de musica?

─ Sempre escuto quando vou dormir e quando acordo.

─ Por que nesses horários?

─ Por causa do trabalho, são os horários que estou em casa, então...

─ Sim, claro. Obrigado, pode sair, ligaremos avisando do resultado.

─ Obrigado Senhor.

Ela saiu, parecia leve, seu andar era bem natural, mas me passava uma leve nostalgia.

No final da tarde, D´Assis me deu seu resultado, olhei e não aprovei, era uma jovem bem bonita, parecia mais uma manequim . Discordei, então peguei a ficha de Gabriela Monteiro, e joguei na mesa.

Ele me encarou.

─ Mas Senhor, ela me pareceu muito informal, não parece muito profissional.

─ Vejo que você é que não está sendo profissional, a sua candidata te ganhou pelo charme, a minha ganhou pela vivacidade, é ela e pronto.

A noite fiquei desempacotando minhas coisas, livros favoritos, CDs antigos, DVDs que nem sabia mais que existiam, arrumei tudo incluindo o livro do daquele garotinho que deixa sua rosa num planetinha distante, e procura por novos conhecimentos. Antes de guardar olhei bem aquela capa, senti vontade de ler a dedicatória novamente, mas então Cris chega por trás com um copo de champanhe. Coloco o livro entre os outros na estante, e sorriu para ela, pego a taça tomo um cole e a beijo.

O primeiro dia de trabalho depois do primeiro dia foi bem interessante, logo de na entrada estava a Gabriela todas sorridente, com o coque na cabeça, e maquiagem muito bem feita, com um perfume suave meia calça, e uma echarpe verde escuro em torno do pescoço, estava muito elegante. Depois do primeiro contado ela me agradeceu pela confiança, e se mostrou bem eficiente, mas seus olhos verdes, ainda me pareciam falsos. A semana foi bem sobrecarregada para mim e Gabriela que tivemos a incumbência de fazer uma pesquisa com as funcionárias se elas estavam felizes com o uniforme, foi algo bem interessante pois algumas tiveram medo de responder achando que poderia ser uma pegadinha. Mas foi a própria Gabriela que chegou até a mim.

─ Olha senhor Cavalcante...

─ Pode me chamar apenas pelo primeiro nome Eduardo.

─ Seu nome é Eduardo Cavalcante?

─ Vai dizer que você não sabia?

─ Sabia sim, claro, que sabia... Mentira, não tinha olhado direito, sou meio desatenta sobre isso...

─ Sim, mas o nome da empresa é Cavalcante...

─ Verdade... Me desculpa...

Não sei o que aconteceu, mas ela ficou preocupada depois daquele deslize, então expliquei para ela que eu estava de boa. Depois disso a observei, ela parecia um pouco desajeitada, digo desastrada, mas o seu modo de andar e de falar com as pessoas sempre sorridente e estava sempre alegre era a coisa que eu mais estava gostando nela, me trazia paz e uma tranquilidade nostálgica.

Na sexta noite, conversando com a Cris, revelei meu plano para ela.

─ Vamos dá um jantar amanhã aqui?

─ Um jantar meu amor, para quem?

─ Para alguns funcionários, tem meu gerente geral, minha assistente, a secretária e mais uns quatro subgerentes.

─ Nossa Eduardo, mas assim de ultima hora, como vou organizar tudo até lá...

─ Que lindo Cris, você está parecendo uma esposa esforçada – dei um beijo e sorri depois.

─ Ok, amanhã eu teria um encontro com minhas amigas, mas vou passar o dia planejando este jantar, só espero que os convidados não tenham outros compromissos. Te aviso na hora do almoço confirmando os convidados.

Queria mostrar que eu não era o típico chefe carrancudo e resmungam, queria que o ambiente de trabalho fosse mais amigável.

Assim eu fiz naquela manhã de sábado, meu primeiro evento com os principais funcionários, depois eu prometi fazer uma confraternização com todos. Por incrível que pareça todos aceitaram o convite com um largo sorriso, pareciam não crerem que o novo chefe estaria abrindo as portas para simples funcionários.

─ Muito inteligente de sua parte Eduardo – Gabriela falou dando palminhas.

─ Obrigado. E você vai comparecer? – ela me olhou bem séria.

─ Não tenho roupa... - ela ficou com o rosto baixo.

─ Mentira que você vai me dá esta desculpa, quero que conheça minha noiva, e também gostaria que você fizesse parte do meu plano.

Ela ficou calada, acho que falei algo que a desmotivou. Mas depois ela falou.

─ Que plano?

─ Quero mudar o comportamento dos funcionários, você não acha que eles trabalham muito sérios.

─ Sim...

Nossa conversa fluiu e ela parecia concordar com minhas ideias, e se empolgando, no final ela disse que iria sim ao jantar e que estava só brincando.

O jantar, foi maravilho abrir a porta do meu novo apartamento e falar “não olhem a bagunça, acabei de me mudar” era assim que minha mãe recebia suas visitas, não bem com estas palavras. Todos entraram e ficaram olhando as coisas em volta, talvez alguém tenha pensando que meu apartamento era muito simples para um cara rico e filho de um grande empresário.

Todos pareciam bem vestidos, e a Gabriela estava num vestido levemente solto e com uma echarpe vinho, seu perfume era amadeirado, e forte. E seus olhos estavam castanho médio. E resolvi o mistério, ela usava lentes de cor.

D´Assis ficou todo solto depois de algumas taças de champanhe, Franciele interagia bem com os outros convidados, e minha noiva, a Cris estava fazendo seu papel bem direitinho servindo os convidados, antes do jantar notei Gabriela se dirigindo para a estante de livros, olhei em volta e vi um dos subgerentes fazer sinal para mais uma rodada de vinho foi servi-lo e aproveitei para pergunta se estava gostando. Nisso quando olho em volta vejo Gabriela com o livro do Pequeno Príncipe na mão, minha relíquia, eu tinha que pegá-lo antes que ela lesse a contra capa ou pior, sujasse de vinho ou champanhe, nem reparei qual copo ela segurava.

─ Desculpe Gabriela, mas, eu tenho uma grande estima por este livro, poderia devolver para a estante – mas foi tarde, ela nem me olhou estava lendo a contra capa.

─ Dudu? – ela me olhou séria, e deu um leve sorriso.

Continua.