SONHO DE “BOLAS DE SABÃO” (Parte 1)

SONHO DE “BOLAS DE SABÃO”

(Parte 1)

Um sonho lindo demais!

Sim, tudo que lhe acontecia era semelhante a uma miragem há muito desejada, e agora realizada... Feliz, a mocinha sorria.

Ali estavam os dois, sozinhos em uma mesa, alheios à euforia do baile que já chegara à sua segunda etapa, o momento carnavalesco.

Festa de formatura de colegas que com eles entraram na Universidade, após as noites perdidas para a conquista de uma vaga, de um lugar no Curso desejado.

A festa deles já se realizara alguns meses antes.

Agora, dois jovens adultos, de posse de um diploma que começavam a valorizar com o início de seus trabalhos, congratulavam-se com os recém-formados.

Não sabiam exatamente como, entre as danças momescas se encontraram... Isolaram-se sentados na escada de uma das portas daquele grande e tradicional Clube Social.

Logo ela se surpreendeu ao ouvir:

- Lembra-se das aulas que assistíamos juntos? Desde aquele tempo que eu gosto de você. Só assistia às aulas para ver você, e me chateava quando, desejando levá-la até a sua casa, ouvia sempre a resposta: “Vou com a minha colega.” Tentei, uma vez, dizer o que sentia, mas você, julgando ser brincadeira, esquivou-se. Assim, hoje eu digo tudo que sinto e não quero ser mal interpretado, pois falo uma verdade.

Ela os foi acordada da sua surpresa quando ele perguntou:

-Você nunca se interessou por mim?

A resposta foi:

- Não; eu gostava de brincar com você. Não, não como um boneco; gostava de estar com você, mais nada...

Quantas verdades esta resposta escondia!

Sim, ela se lembrava de tantos momentos, muitos desejos que considerava impossíveis!

Era adorável vê-lo chegar... Alto, cabelos castanhos desalinhados elegantemente, um espesso bigode, camisas de mangas curtas (normalmente) e certa predileção por uma calça jeans azul claro. Sim, era engraçado o seu andar, levemente desengonçado, como se a qualquer instante pudesse perder o equilíbrio, e aquele esbelto rapaz, com rosto de garotão, assustado levasse um pequeno tombo.

No decorrer da aula, sentavam-se no fim da sala – ele, a colega e ela – e pouco devem ter captado dos conhecimentos ministrados por aquele Mestre pacato, de fisionomia humilde e muitos anos de experiência na Universidade.

O tempo passava enquanto eles buscavam algum divertimento que os ajudasse a fugir da monotonia da aula.

Certo dia, uma surpresa...

(Continua na Parte 2, a publicação seguinte)

Dalva da Trindade S. Oliveira

(Dalva Trindade)

26.10 2017

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