Prólogo da escuridão

Quem nunca teve medo da escuridão? Quem nunca acreditou em monstros de baixo da cama, dentro do armário, nos cantos escuros ou até mesmo no sótão?

Quando crianças, acreditamos em muitas coisas, pois não sabemos discernir o que é real e o que é imaginação. Com o tempo nós crescemos, a mente se fecha, amadurecemos, e ficamos mais cientes do que é real e o que é imaginário. Ou, talvez, nós só estejamos ignorando aquilo que nós tememos, pois, mesmo afirmando não acreditarmos mais que há monstros no escuro, algumas outras pessoas acreditam que há um salvador na luz.

Como adultos, podemos dizer que não temos mais medo do escuro, mas no fundo, nós ainda temos. O medo de entrar em uma viela escura, de se perder em um bosque à noite, de estar andando sozinho em uma estrada mal iluminada, chegando até mesmo a temer os cantos escuros de sua própria casa, da mesma maneira que temia, quando criança. O medo toma várias formas, e na escuridão ele encontra suas vítimas. O medo pode assumir a forma de um estranho, um bandido, um psicopata, um animal enfurecido, uma assombração; Pode tornar até mesmo sua própria sombra contra você e dar vida aos objetos inanimados. O medo irá te consumir, se alimentar de seus choros, do seu desespero, dos seus gritos; Ele irá trazer os demônios de sua mente à vida e te levará à loucura, te destruindo por dentro, fazendo você perder seu último senso de sanidade, e nessa hora, nem a luz irá te salvar.

A escuridão nos cerca, está à nossa volta. A escuridão é eterna. A mãe de todos os medos, do desconhecido e do oculto. Não há nada mais belo e assustador que ela. Assim como seus demônios e monstros, somos também seus filhos, pois nascemos do útero obscuro, escolhidos para viver na luz. Através dessa ligação maternal, podemos sentir a presença de nossos irmãos nefastos, olhando para nós, talvez com inveja e ódio, nos amaldiçoando. Mas no fundo, não somos tão diferentes deles. A maioria dos humanos são monstros, aberrações, criaturas hediondas, egoístas, mentirosas, ignorantes e repugnantes. Esses apenas disfarçaram sua verdadeira face com rostos bonitos e sorrisos simpáticos, escondendo quem realmente são.

Nossos pesadelos se tornaram realidade... os monstros de nossas infâncias sairam de baixo da cama, e agora estão no poder, controlando os fracos como marionetes, criando guerras, destruição e doenças.

... A humanidade, acabou!

Gabriel Almeida
Enviado por Gabriel Almeida em 10/07/2011
Reeditado em 19/07/2011
Código do texto: T3087116
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