Na praia do rio Tocantins

Sempre tive dúvidas se fiz bem ou se fiz mal.

Eu era professora concursada em Belém e tive de assumir um cargo de diretora em uma escola em Marabá, tinha então 25 anos.

Eu não era mais virgem, já tinha tido experiência com outro homem; meu ex namorado, mas nunca tive um caso assim fortuito, como se usa hoje em dia.

Conheci o forasteiro, acho que era engenheiro, que estava ali para um serviço.

Para agradar o rapaz, o prefeito promoveu uma festinha para ele, onde eu fui também como convidada, parecia uma pessoa importante, pois todos o cercavam com mesuras.

Conversamos por uns minutos ele era um homem interessante, bem falante.

Foi muito incisivo. Me convidou para ir ao hotel onde ele estava hospedado.

Tentando me esquivar, ponderei que uma cidade pequena, não se podia facilitar e cair na boca do povo, muito embora estivesse totalmente seduzida por ele.

Ele disse que resolveria o problema, pois tinha um barco contratado para seu serviço e o barqueiro era de confiança.

Às sete da noite eu o encontrei no cais, vestida com um casaco com capuz para não ser reconhecida.

O barqueiro nos deixou em uma ilhota no meio do rio e foi embora, com a promessa de voltar por volta da meia noite.

Ele levou um garrafa de vinho do porto, meu favorito, duas taças, toalhas e lençóis do hotel.

Foi uma noite maravilhosa, nós dois em um banco de areia no meio do rio, completamente nus, tendo a nos iluminar apenas as estrelas.

Nunca mais tive uma noite assim tão deliciosa, já me casei e me separei, mas confesso que nunca tive uma noite igual àquela.

Acho que fiz bem. Onde ele andará? Será que se lembra daquela noite com o mesmo carinho que eu?

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 25/06/2010
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