PRESEPADA

Morávamos numa rua chamada Apinagés, aqui em Belém tem muita rua com nome de tribo indígena, sempre fomos um grupo reduzido de moleques, mas quando nos juntávamos parecíamos uma multidão.

Era eu, o Marcelo, o Louro, o Lele, o Marquinho (peixe-frito, depois eu conto o porquê do apelido) e o Juca, que carinhosamente chamávamos de preto Juca, o danado era uns 3 anos mais velho que a gente tínhamos por volta de 14 anos e ele uns 17, sempre vivíamos juntos aprontando todas, tirando sarro uns dos outros e fazendo mil sacanagens de moleque que esta crescendo.

Nessa época minha tia Elma morava com a gente e sua filha Tadira, deveria ter uns dois aninhos mais ou menos, eu tinha o costume de colocá-la em meus ombros e passear com ela pela rua. Lembrando que a frente de nossa casa, sempre foi o ponto de encontro do pessoal.

Certa tarde, eu tinha acabado de acordar e quando saia de casa com minha prima em meus ombros, lá estava o preto Juca, sentado na mureta de casa conversando com meu irmão, o Marcelo, ficamos conversando um pouco e eu com minha priminha nos ombros, segurava as mãozinhas dela com as minha, ou seja meus braços estavam erguidos segurando a criança, não deu outra, Juca, percebendo que eu estava só de short e sem cuecas, não perdeu tempo e abaixou meu short, imaginem a situação , eu com a criança em meus ombros, com as duas mãos ocupadas e o meu short arriado e numa rua de muito movimento de carros, ônibus, pessoas, desespero total e o preto só ria, foram segundos eternos - Meu Deus, o que eu ia fazer? Eu pedia para o Marcelo me ajudar e nada, o sacana ria que não agüentava, não deu outra, tive que me abaixar para descer a criança e meu bundão ficou lá exposto e para cima, caraca foi desespero total.

A cena foi tão engraçada por conta de meu desespero, que eu só conseguia rir junto com os danados, que rolavam pelo chão de tanto rir.

E essa foi mais uma entre tantas que aprontávamos uns com os outros, era coisa de moleque danado, que gostava de tirar onda com a cara dos outros. Hoje quando conto para meu filho, ele diz para mim que sente um pouco de saudade de um tempo não vivido e que - Naquele tempo é que era bom!!!

Tony Monteiro
Enviado por Tony Monteiro em 09/05/2013
Código do texto: T4281573
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