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Céu era um homem muito aborrecido e não esperava por novidades...
O nome lindo não condizia com o jeito arredio para fazer amizades
Era introvertido e ensinava o próprio filho desde pequeno a ser limitado
Ele dizia que era errado se comunicar com uma pessoa de outro povoado

A cidade pequena não conseguia mudar aquele temperamento hostil
A face possuía rugas intensas; não sorria e o rosto jamais era gentil...
Do pai o filho recebeu o nome de Sol; bela escolha teve o homem sério!
E o Céu foi ensinando o Sol a ser bruto; nunca diversificou o critério...

Até que um dia chegou naquela cidade algo que mudou o cenário...
Pessoas com costumes diferentes; aquela visão abalou o ser solitário!
Exibiam alegria ao dançar em volta da fogueira e a roupa era colorida...
Muitos aconselhavam o Céu a se acalmar; para ele viver a própria vida!

Mas não, ele ficou enfezado com aquele povo tão diferente e contente!
E então intimou o filho para que nunca se aproximasse daquela gente
Que quando fosse a escola passasse bem longe daquele acampamento
Os seres alegres continuavam na paz sem imaginar o cruel julgamento

O canto do galo era o relógio e logo de manhã saudavam a natureza
À noite as estrelas e a lua completavam todo aquele conjunto de beleza
Cuidavam das crianças e aprendiam com os idosos sobre o que é a vida
Era o Povo Cigano! Nômades e em poucos dias estariam de partida!

E o menino chamado Sol obedeceu às ordens do pai intolerante...
Passava longe do acampamento e o único caminho era a velha ponte!
Obsoleta e precária; o Sol sempre a atravessava morrendo de medo...
Um dia a tal ponte quebrou e ele gritou; não queria morrer tão cedo!

Entrou em desespero, pois estava afastado de toda a população...
Havia caído no rio, quem ouviria o seu apelo? Alguém teria coração?
Quando estava quase afogando foi salvo por um desconhecido...
Aquele homem segurou o menino nos braços; ele havia sobrevivido!

Céu ficou sabendo do tal acidente e correu em direção ao filho
Agradeceu aquele ser bom e estendeu as mãos; nelas havia um brilho!
Eram moedas que ele queria oferecer para agradecer ao ato de bondade
O desconhecido não aceitou e disse que o sorriso dos dois era a felicidade


Depois deste diálogo maravilhoso os três voltaram juntos para o centro da cidade
Quando estavam perto do acampamento Cigano foi a hora que surgiu à novidade...
Uma criança saiu de lá gritando: - Papai voltou, venha ver mamãe; isto é verdade!
Céu abaixou a cabeça e tentou esconder as lágrimas que surgiram; uma raridade!

O homem durão nunca havia chorado; naquele instante ficou envergonhado...
Olhou com ternura para o povo que ele havia julgado, de um modo tão errado!
A partir dali ensinou ao filho sobre o respeito que devemos ter com as diferenças...
Que era  desumano julgar as pessoas sem conhecer e assim decretar uma sentença!

E os meses se passaram e a caravana da paz levantou o acampamento fascinante
A estrada na qual se foram foi se distanciando; como de costume seguiam adiante!
Aquele povo viajante conseguia ver de longe duas pessoas acenando e sorrindo
Era o pai e o filho, Céu e Sol; a distância foi aumentando e as lágrimas iam caindo...

A terra é a morada que o Eterno elaborou para as pessoas viverem em harmonia...
Ele quis nos ensinar que fez tudo diferente; o grande exemplo é a noite e o dia!
Caprichou em cada pincelada ao desenhar este mundo repleto de variedades...
Um homem só é generoso quando sabe viver a vida respeitando a diversidade!

 
Janete Sales Dany
Todos direitos reservados
Obra protegida

 

 
Janete Sales Dany
Enviado por Janete Sales Dany em 26/06/2014
Reeditado em 19/10/2014
Código do texto: T4858964
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