Pequena história de amor em pleno carnaval em um parágrafo.

Ela soube do Carnaval brasileiro pela internet. Quis saber mais na hora. Viu as fotos. Aquelas roupas maravilhosas. Aquela dança. Como aquelas mulheres sambavam(era esse o nome), sem que partes do corpo delas quebrar. Procurou saber. Tinha uma mini escola de samba em sua cidade, Tóquio. De tanto visitar, virou - acreditem -, passista. Mas ela queria mais. Só se aprende a ser ninja de verdade no Japão, certo? Então, só se pode ser passista de escola de samba, sambando na cidade do Samba. Rio de Janeiro. Economizou dois anos. Foi. Lá aprendeu a sambar. E mais: conheceu um mestre de bateria, o homem mais lindo do mundo para ela. Negro, lindo, alto, musculoso. Mas como chegar a ele? Japonesa, no samba. Ele iria rir, pensou. Tolinha. Mal sabia que ele já tinha atravessado duas vezes no controle da "sinfônica do samba", por causa daqueles olhos dela. Foi o esporro do presidente da escola mais merecido e que tinha valido a pena. Ela tomou coragem, e falou com ele. O aperto de mão e o beijo de carioca(logo dois!) a fizeram corar, gelar, tremer e ser lembrado até hoje. O cupido safado a fez tropeçar no salto, e, maravilha, se segura pelos braços dele. Aquele sorriso, o boné dele caindo sobre ela. Não tinha jeito. Seis meses depois, ela subia a escadaria da Serrinha, noiva. E estão juntando o dinheiro. O casamento no Japão já está pago. Os olhares na rua? Ela nem liga. Ele? Dá aquela risadinha e manda na lata:"e eu lá sou filho de pai frouxo!?"

max laureano
Enviado por max laureano em 29/08/2014
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