Lição do Tempo

Era um daqueles que gostava de fazer tudo ao mesmo tempo. Quem faz tudo, nada faz - dizia sua velha avó - nem o tempo faz tudo ao mesmo tempo.

De tudo aquilo que fazia, abriu mão do que achava ser primordial, a busca por alguém que suprisse seu sentimento de solidão. Era o primordial, mas não o mais importante, já que a felicidade existe em cada um de nós, não podendo ser projetada ou criada por alguém de fora.

Bastou descobrir isso que seus caminhos se mostraram diferentes. O itinerário era o mesmo, mas agora com mais detalhes, mais cores, aromas e sabores, que não foram percebidos anteriormente pois seus olhos estavam cobertos pela máscara da decepção.

E num desses caminhos ele a encontrou. Parecia perdida, porém, decidida. Sem histórias clichês de sessão da tarde, não foi nada disso. Eles se encontraram literalmente. Perdas anteriores valorizam o que se ganha depois. A motivação para se encontrarem sempre - e não mais se perderem - foi o maior presente dado pelo tempo, essa (in)constante energia da natureza.