BALANÇO DO VERDE

Aquela cadeira de balanço a balançar

para lá e pra cá, quando pensa que vem, vai

quando pensa que vai, vem.

Aquela cadeira dormideira... Já foi pau integro

das matas a balançar sobre os ventos...

Braços estendidos ao tempo, pássaros a

chilrear em suas folhagens multicoloridas,

solicitando chuvas,saldando a vida.

Um dia, desbravadores da natureza,

com seus machados e serras invadiram

suas entranhas debruçando o verde sobre

o chão, hoje seco, ele se encontra ali n’aquele

alpendre despedaçado pregado pagando

pelo pecado de ser, indefeso calado.

Agora feito em pedaços... Serve apenas para

juntar pedaços de saudades do seu dono

aonde ele se debruças para viajar em

sonhos de outrora, no qual como criança

saldava seus balanços de cipós e viajava

por seus sonhos em suas flores e cores

e às vezes cochilava em suas sombras.

É meu verde...Seus desbravadores preocupam

apenas em ganhar tostões, não se dão conta

que em futuro próximo não terão o verde

para abanar ar em seus corações.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 02/12/2016
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