DE MÃOS DADAS
Não acredito em amor à primeira vista. Segunda, terceira ou quem sabe décima, talvez! Pensando nisso caminhava pelo Parque do Ibirapuera. Eu disse caminhava, passos lentos, nada de correr para manter a forma para o verão, gosto do formato do meu corpo em todas as estações.
Caminhando e cantando..., o tempo passa e muita gente nem sente; só depois que passou. Observava ensimesmado o vôo acrobático de um belo colibri quando assim, meio que do nada, senti aqueles olhinhos nos meus. Um tremor indiscritível percorreu meu corpo e, perplexo, não consegui pensar em nada, apenas olhar e olhar. E ali fiquei um tempo que nem sei quanto, admirando aquela borboleta azul-lilás que pousara em meu braço naquela manhã fresca de domingo.