Fique tício: bebe negão

- É assim que as coisas funcionam. No mundo, ou você rejeita ou é rejeitado.

- Ora, as coisas não são tão simples assim.

- Simples?

- É. Se for apenas esse o problema você só precisa rejeitar quando estiver pressentindo que vai ser rejeitada.

- Não adianta. Você pode até dizer que acabou, mas a rejeitada vai continuar sendo você.

- Eu acho é que você está sendo muito pessimista.

- De jeito nenhum. Estou sendo o mais otimista que posso. Ou pelo menos realista. Eu sei que sou eu a rejeitada dessa vez. Mas estou conformada com isso. Não foi a primeira vez e definitivamente não será a última. Mas por mais que os relacionamentos nos quais eu rejeitei tenham sido mais superficiais, acho que prefiro ser a “rejeitante”.

- Claro, você não é o peso.

- Exato, eu seria quem perderia o peso.

- Por falar em perder peso, estou precisando me exercitar.

- Vá pra academia. Fazer só sexo não adianta. Principalmente se você não faz mais, hehehe.

- Como você sabe?

- Eu estava brincando... Isso significa que você também é a rejeitada?

- Acho que quanto mais velhas ficamos maiores são as chances de sermos as rejeitadas, não é mesmo? Isso não acontecia quando éramos mais novas. Éramos nós que ficávamos fartas dos nossos namorados e acabávamos o namoro. Por que será isso?

- Não sei. Só sei que é um saco.

- Talvez homens gostem mesmo de ninfetas inexperientes.

- E você tinha alguma dúvida quanto a isso?

- Só você pra me fazer rir da minha própria desgraça desse jeito, hehehe.

- Ora, amiga é pra essas coisas. E de qualquer forma, ainda tem muito homem no mundo.

- Heterossexual?

- Bom...

- Eu já te falei do Rodolfo?

- Quem?

- Um rapaz dois anos mais novo por quem eu me interessei há uns três anos.

- Claro que eu não lembro.

- Bom, de qualquer forma, descobri essa semana que ele é gay.

- E daí?

- E daí? Daí que mesmo quando eu não sei que eles são, acabo me interessando por gays!

- É um karma.

- Karma o caralho. Aposto que é macumba.

- Ah, essa aposta é minha! Já marquei até hora em mãe-de-santo.

- Mãe-de-santo? Isso existe?

- Espero que exista. Com o preço que ela cobra dava pra comprar uma grade de cerveja.

- Aposto que o efeito seria o mesmo.

- Cerveja para curar mal-olhado?

- Vodca para trazer de volta a pessoa amada!

- Cachaça para tirar maldição!

- Vamos beber.

- “Eu vou beber pra esquecer meus pobremaaaaaaa!”

- Te amo.

- Também te amo, querida.

- Pena que você não tem um pinto.

Thais Gualberto
Enviado por Thais Gualberto em 14/07/2009
Código do texto: T1698232
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