Terapias alternativas na década de 90

Na década de 90, “Naza Poeta Holístico” praticou várias terapias alternativas e cursos vivenciados para trabalhar-se interiormente na busca de autoconhecimento, buscando assim ajudar a si próprio para, posteriormente, poder prestar auxílio às pessoas necessitadas de amparo terapêutico, ajudando-as a viverem em harmonia consigo e com o próximo, auxiliando-as a achar caminhos que lhes dessem coragem para seguir a vida com determinação, destemor, paz, alegria, amor, harmonia, saúde, discernimento e sabedoria e, consequentemente, ajudando-as a sair do estado de melancolia, apatia, aflição, solidão, carência e tristeza que pudessem vir a encontrar-se.

A primeira terapia alternativa começou em setembro de 1990 com o curso vivenciado de Tarot (Thoth) – do mago inglês Aleister Crowley –, que teve como facilitador e orientador o maravilhoso tarólogo catarinense Veet Vivarta, discípulo do guia espiritual Osho e que já tinha estado em Puna, na Índia, no centro de meditação e autoconhecimento deste mestre espiritual indiano. Veet Vivarta é filho do jornalista, roteirista de cinema e escritor Salin Miguel. O curso, que constituiu-se de teoria, prática e vivência, foi dado no Museu Cruz e Sousa, localizado na Praça XV, no centro de Florianópolis, e seguiu as determinações de uma apostila com o título de “Tarot – O espelho da alma”, de autoria do alemão Gerd Ziegler.

Sobre esse curso de Tarot, que foi ministrado pelo tarólogo Veet Vivarta, na época, houve uma reportagem no Jornal “O Estado”, de Florianópolis, em data de 02/09/1990, na seção “Domingo Magazine” e que, resumidamente, sobre o Tarot Crowley, foram feitas aqui algumas anotações, extraídas do artigo do jornal supra-citado, para contribuir com o leitor a fim de que o mesmo tenha um pouco mais de esclarecimento e aprendizado do jogo do Tarot, senão vejamos:

“ao todo, o baralho do Tarot tem 78 cartas, divididas em três grupos: os arcanos maiores, os arcanos menores e as cartas da realeza. São 22 (vinte e dois) os arcanos maiores, que representam os aprendizados espirituais. Os arcanos menores são 4 (quatro) e correspondem àquilo que se conhece de um baralho comum – divididos em 4 (quatro) naipes –: as cartas de espadas estão no plano mental; as cartas de copas estão no plano emocional; as cartas de paus estão no plano energético e as cartas de ouro no plano físico e material. As cartas da realeza, por fim, são 16 (dezesseis), com quatro de cada naipe, e correspondem às qualidades humanas essenciais: coragem, honestidade, franqueza, lealdade, confiança, prudência, veemência etc.

Todas as cartas representam padrões em vários tipos de jogos que envolvem perguntas sobre a vida profissional, afetiva, espiritual etc.

Ao contrário do que se imagina, o ritual do sistema do Tarot não é envolto em fumaça ou preces estranhas. O que ele requer é energia e perguntas para serem respondidas. Ao longo dos séculos, o Tarot se popularizou e foi sendo adaptado às várias culturas, sempre preservando, contudo, suas raízes místicas.

As cartas do Tarot Crowley – Thoth –, foram publicadas pela primeira vez em 1944. Trata-se de um trabalho com raízes na Ordem Hermética do Alvorecer Dourado, uma sociedade Rosa Cruz inglesa, à qual Aleister Crowley associou-se em 1898. Segundo se diz, uma das metas desse grupo era transformar os sistemas ocidentais através da sabedoria antiga.

O ritual de leitura das cartas é simples: a pessoa que deseja esclarecer dúvidas encontra-se com o baralho em um clima de serenidade e faz-se o jogo conforme as perguntas, que vão estabelecer o número de cartas e toda a dinâmica. O importante é relacionar-se com as cartas com diversão e humor e nunca com uma seriedade mortal”.

Em 1991, “Naza Poeta Holístico” prosseguiu seus estudos do Tarot, agora com o tarólogo carioca Ozampin Olafajé, que deu cursos sobre o Tarot de Marcelha, que é originário da França, e lecionou também sobre a relação do Tarot com a cabala. As aulas de Ozampin também eram dadas no centro de Florianópolis, na rua Deodoro.

Em janeiro de 1992, no Hotel da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, “Naza Poeta Holístico” continuou seus estudos para o autoconhecimento através das cartas do Tarot, agora tendo como orientadora e facilitadora a taróloga paulista Nelise Vieira, que era uma profissional especialista no estudo do Tarot Egípcio, e foi sobre os fundamentos dos símbolos das cartas do Tarot Egípcio, dos estudos sobre a mitologia egípcia e de seus conhecimentos nas teorias psicológicas de Carl Gustav Jung, é que esta facilitadora desenvolveu todo o seu curso.

Em 1992, o tarólogo Veet Vivarta volta novamente com novo curso de Tarot, agora com o título “Tarot – O Espelho dos Relacionamentos”, também apostilado pelo alemão Gerd Ziegler.

Após os cursos de Tarot, ainda na década de 90, “Naza Poeta Holístico” fez os seguintes cursos vivenciados: “Biodança”, “Tai-Chi-Chuan”, “Musicoterapia”, “Parapsicologia”, “Yôga e Meditação”, e também as seguintes terapias corporais vivenciadas: “Massoterapia Ayurvédica”, “Alquimia Interior”, “Pulsação”, “A Arte de Viver em Paz”, “O Vôo da Águia”, “Vivation” e “Exorcize sua Bruxa-Madrinha”, todos ministrados por competentes Terapeutas, Psicólogos(a), Médico e Parapsicólogos(a), com exceção da vivência “Exorcize sua Bruxa-Madrinha”, que foi ministrada pela atriz Norma Blun, na Praia Mole, sul da Ilha de Santa Catarina. Aliás, todos esses cursos vivenciados foram dados na área central de Florianópolis e também em diversas praias da Ilha e serviram para aumentar o autoconhecimento, o desenvolvimento interior e a expansão da consciência dos participantes, cooperando assim para o crescimento pessoal de todas as pessoas que participaram das vivências e que se deixaram ser envolvidas e beneficiadas pela energia da harmonia que reinou nos workshops, e o resultado foi alcançado em todos os trabalhos terapêuticos alternativos propostos, pois todas as pessoas saíram dos cursos vivenciados com mais disposição, alegria, harmonia, bem-estar e felicidade.

Entretanto, em 1993, “Naza Poeta Holístico” conheceu um lugar para transformar-se: o “Centro de Vivências Nazaré”. Situado próximo de Nazaré Paulista, no Vale do Paraíba (SP), fica a cerca de 100 Km de distância da capital paulista e a 30 Km da cidade de Atibaia.

Sobre o “Centro de Vivências Nazaré” foi publicada uma reportagem na “REVISTA PLANETA”, da Editora Três, edição 320, ano 27 – Nº 5 – MAIO 1999 – pág. 40 à 45, com o seguinte título: “CENTRO DE VIVÊNCIAS NAZARÉ”: UM LUGAR PARA TRANSFORMAR-SE; esta reportagem foi feita pela jornalista Vivian Goldmann. E para o leitor saber um pouco mais sobre este “Centro de Vivências”, “Naza Poeta Holístico” transcreve alguns trechos desta reportagem sobre esta comunidade alternativa para, em seguida, relatar a sua experiência pessoal numa das vezes em que esteve neste “Centro de Vivências”, quando anotou em seu diário pessoal os “insiths” que recebeu durante sua estadia na comunidade.

Vejamos alguns trechos da reportagem: o “Centro de Vivências Nazaré” foi inspirado no modelo da comunidade de Findhorn, situada no norte da Escócia, que tem quase 40 (quarenta) anos de existência. A meta de seus membros é tornar-se instrumentos da manifestação da energia, da transformação e do desenvolvimento da consciência em todo o planeta e reinos existentes.

E, como dizem seus moradores, mais do que filosofar, o grande convite é vivenciar Nazaré. O “Centro de Vivências Nazaré” propõe um trabalho simples e modesto, que pode ser muito significativo se cada um de nós se colocar numa posição receptiva. “Dentro da proposta de Nazaré, procuramos estar em contato com nós mesmos, podendo perceber o sentido do sagrado que existe no cotidiano”, disse Eduardo Coutinho de Paulo, 33 anos, um dos moradores do local. Aos poucos fui entendendo, na prática, o que inicialmente me foi dito em palavras. Por exemplo: ressaltaram que Nazaré tem alguns mestres simbólicos (regras) que orientam os visitantes e moradores e devem ser seguidos. Um deles é o rítmo e os horários, os quais garantem que o grupo flua bem, com o uso qualitativo de tempo gerando autodisciplina. É por isso que a partir das 21hs30min é expressamente proibido barulho nos corredores onde estão os quartos, permitindo que as pessoas tenham um bom descanso. Para quem prefere ficar acordado, uma sala de música com diversos instrumentos pode ser utilizada, assim como uma biblioteca vastíssima, que faz qualquer um perder o sono. A sala de jantar também se transforma num ponto de encontro para os que desejam partilhar suas experiências.

Outro mestre importante é a meditação, que deve ser praticada em três horários: às 7 hs, 12 hs e 19 hs. Para um recolhimento interno mais profundo, recomendaram-nos, ainda, respeitar o silêncio entre a hora que se acorda e às 8hs30min, quando há a distribuição de tarefas.

Alguns moradores acabaram, então, dividindo comigo suas experiências de realmente vivenciar Nazaré. “Este é o lugar onde eu consegui encontrar o meu centro. Consegui encontrar a minha alma e o amor. Nazaré me ensinou a ver a luz em tudo, principalmente nas pessoas. É dessa positividade que Sara fala (*obs.–saber quem é Sara no final do conto). De você realmente acender a luz e não ficar brigando com a escuridão, mas ir lá e clicar no interruptor. Saber que, quando caminha, você não deixa somente seus passos na Terra, mas também a sua energia. Isso é muito real aqui”, relata Maria Rita Kupidlowski, 35 anos, moradora do Centro.

Cada conversa com um morador ou colaborador me trazia um entusiasmo maior e a certeza de estar no lugar certo, com as pessoas certas. Após a meditação do meio-dia, meus amigos e eu colocamos o desejo de ter um encontro com Sara. Ansiosos pela chance, fomos recebidos por ela, que se mostrou disponível e aberta a responder a qualquer tipo de pergunta (veja quadro nas páginas 58–59). Espontânea e simples, ela nos encantou com o relato de sua vida. A hora passou como num piscar de olhos. Saímos em estado de graça de sua sala para continuar a vivência de biodança.

Conversei também com Roberto Aguiar, um colaborador que me ajudou muito na pesquisa histórica do lugar, o qual sintetizou seu sentimento enraizado em relação a Nazaré, fazendo uma reverência a Sara: “Sinto que a grande riqueza e o maravilhoso trabalho feito por Sara nestes 15 anos foi conseguir plasmar no material, no cotidiano, essa escada para o sagrado, essa escada de acesso para uma dimensão superior de consciência através do simples. E ela vai partir para uma missão de forma tranqüila, pois tem um grupo firme, que já entendeu os princípios básicos do seu trabalho e vai vivenciá-los, com comprometimento de alma.”

A noite caiu mais uma vez e o sono veio pesado. No último dia da vivência, minhas resistências – se é que tinham algumas – estavam longe de mim, e a vontade de cooperar, conversar e vivenciar a experiência ficou cada vez mais intensa. Percebíamos realmente que, a cada ação externa realizada, ocorria um trabalho interno paralelo. Ou seja, o que parece óbvio na nossa teoria havia encontrado espaço para se concretizar no físico-emocional.

Na hora da distribuição das tarefas, decidi ir para a horta, que precisava ser limpa devido às chuvas intensas. Mais uma vez estava podendo remoer canteiros e cantinhos internos. Agora, porém, já estava aberta para partilhar as experiências com os outros. Havia vários tipos de verduras na horta: cenoura, alface, couve-flor, beterraba... Tudo nascia com força e brilho, pelo menos era como eu via. Não pude deixar de notar a beleza da região como mais um ponto de inspiração. De qualquer local de Nazaré, inclusive da sala onde é dado o workshop, o olhar atinge o horizonte, repleto de montanhas que circundam esse centro de luz.

Voltamos das atividades, fizemos nossa última meditação e almoçamos. O programa do final de semana havia sido cumprido. Para ir embora, só faltava acertar a conta, que é voluntário, uma doação consciente, já que Nazaré é uma associação civil sem fins lucrativos. Ela funciona como uma rede: há o grupo de residentes que cuida do operacional, do dia-a-dia, e o conselho administrativo, que representa a associação. Há um grande número de associados. Os vizinhos, que são chamados de colaboradores externos, estão sempre auxiliando, e diversas pessoas oferecem seus trabalhos e vivências gratuitamente para Nazaré.

Se tivesse de descrever uma sensação em relação à minha experiência, eu diria: se o desejo é mergulhar no universo interno, disposto a perceber o lado sutil das coisas, com o comprometimento da entrega, a passagem por Nazaré é quase obrigatória e – atenção – inesquecível. Pelo menos foi assim para mim...

“Naza Poeta Holístico”, assim como a jornalista Vivian Goldmann, também captou alguns “insiths”, percepções e entendimentos ao vivenciar o dia-a-dia no “Centro de Vivências Nazaré”, vivências e percepções estas que serão descritas a partir deste instante:

“Naza Poeta Holístico” e sua ex-esposa – a Pedagoga e Psicóloga Sandra Mara Weingartner de Souza – saíram de Florianópolis em direção a São Paulo no dia 07/01/1993, à noite. Chegaram na Capital paulista no dia 08/01/1993, por volta das 7 horas e 30 minutos. Fizeram um lanche na rodoviária, telefonaram para Florianópolis e seguiram viagem. Almoçaram em Atibaia e chegaram no “Centro de Vivências Nazaré” por volta das 15 horas.

Foram recepcionados por uma das residentes, a Jane, que indicou o quarto 28 para “Naza Poeta Holístico” e o 7 para Sandra. Tiraram o resto da tarde para descansar e após o jantar houve uma reunião para esclarecimento de como seria a vivência do final de semana – “Vivendo o Silêncio” –. “A experiência do silêncio leva-nos a revalorização das palavras e do pensamento. Convida-nos a um encontro com nossos níveis superiores através da redescoberta de nosso mundo interno. É uma oportunidade para diminuirmos a intensa solicitação do mundo externo e deixarmos que a atitude de atenção silenciosa desabroche e fortaleça a nossa busca da verdade. Portanto, permita-se estar consigo mesmo”.

“Naza Poeta Holístico”, no dia 9–1–1993, continuou escrevendo e fazendo anotações em seu diário e se ambientando com o “Centro de Vivências” e, no dia seguinte, 10–1–1993, começou o dia acordando às 5 (cinco) horas da madrugada; às 6 (seis) horas, junto com várias pessoas do “Centro de Vivências Nazaré”, após meditar por 30 (trinta) minutos no “Centro de Meditações” – que é um local físico, um espaço, destinado a essa prática –, foi para o seu quarto e continuou a ler um livro que, já há alguns dias, vinha lendo: “Felicidade: um trabalho interior”, de John Powell. É um livro de leitura muito agradável e o que chamou a atenção de “Naza Poeta Holístico” foi a frase que diz o seguinte: “Que cada um de nós é responsável pela nossa própria felicidade e as bases principais são a auto-aceitação total e a disposição para aceitarmos total responsabilidade por nossos passos”.

A leitura continuou até às 11 horas. Após, o Poeta dormiu até às 11 horas e 40 minutos. Acordou neste horário e, em seguida, dirigiu-se para o “Centro de Meditações” para a prática da meditação, que começaria às 11 horas e 45 minutos. No “Centro de Meditações” havia apenas um vaso com uma bela flor ou uma bela folhagem onde todas as pessoas sentam ao seu redor e ficam em silêncio meditando e sentindo suas percepções e intuições, bem como a energia do ambiente natural da comunidade. Durante esta meditação, “Naza Poeta Holístico” teve um “insiths”, intuição ou percepção, que foi a de que “a sua função nesta vida era a de continuar plantando amor e, assim, que ele continuasse cantando suas canções para o maior número possível de pessoas".

Após a meditação, “Naza Poeta Holístico” passou a sentir-se muito bem. Ainda pela manhã, no caminho que dava ao refeitório, deu uma caminhada e ouviu o canto de muitos pássaros e grilos. Sentiu vontade de abraçar e abraçou uma árvore enorme e teve a sensação de que ela passou para ele um pouco de sua resistência, fortaleza e firmeza, e que teria havido realmente essa troca de energia.

À tarde, “Naza Poeta Holístico” continuou a leitura do livro “Felicidade: um Trabalho Interior” e, após, caminhou: foi até a sala de música, leu alguns parágrafos de livros expostos em uma estante e continuou praticando a meditação “Vivendo o Silêncio”, sintonizado com todas as pessoas da comunidade que também estavam vivenciando a prática dessa reflexão. “Naza Poeta Holístico” aproveita para transcrever alguns textos que tocaram seu coração nesta vivência:

1) “Quando o homem alcança a tranqüilidade interior, pode se dirigir ao mundo externo e já não verá mais nele a luta e o tumulto dos seres individuais. Tendo atingido a verdadeira paz, ele poderá, então, compreender as grandes leis do universo e agir em harmonia com elas. A ação que tem suas origens nesses níveis mais profundos não errará”.

2) “Silêncio é o que está por trás de tudo o que é manifestado, é o pano de fundo de tudo. Olhe para este céu estrelado... milhões de planetas, de sóis, de galáxias, em constante movimento, num constante vir a ser. Onde se dá essa intensa cena de teatro? O que é maior que tudo isso? O que contém tudo isso? É o espaço silencioso, imenso, incomensurável, impossível de definir, de pegar, sem começo, sem fim, sem forma;...sem ele nada existiria...

No outro dia, choveu durante todo o dia no “Centro de Vivências Nazaré” e baixou a temperatura. À noite, em seu quarto, dando continuidade à leitura do seu livro, que foi até às 22 horas e 30 minutos, aproximadamente, apareceu um inseto que voava muito e fazia um barulho ensurdecedor, mas parecia ser uma borboleta; e o bicho foi ao encontro dos ouvidos de “Naza Poeta Holístico” e este percebeu que o animal possuía um zunido muito forte. O som do zunido começou a atrapalhar sua leitura e “Naza Poeta Holístico” sentiu até receio de que poderia ser picado pelo animal. Foi então que, neste momento, “Naza Poeta Holístico” levantou-se e tentou derrubar o inseto mas, exatamente neste instante, o mesmo pousou; foi quando “Naza Poeta Holístico” percebeu que não conhecia o bicho. Resolveu apagar a luz e dormir. Ficou um pouco agitado, pois o animal voador iria dormir com ele. Em certo momento, o bicho começou a voar novamente só que, agora, no escuro, ele tornava-se iluminado. Saia um facho de luz de suas asas. No início, foi um momento aterrorizante mas, em seguida, “Naza Poeta Holístico” passou a observar uma cena maravilhosa que nunca havia presenciado. Isso deu-lhe uma percepção, um “insight”, e uma voz ressoou nele: “Todos temos uma luz própria e todos nós temos que saber mantê-la sempre acesa. Para isso, temos que estar sempre sintonizados com a rede elétrica do Criador e isso somente conseguimos com a prática da meditação, alcançando uma consciência de vida em que podemos conectar com Deus, harmonizando o corpo com o espírito e a mente através de relaxamentos, exercícios e dieta equilibrada”.

No dia seguinte, domingo, o dia foi normal. “Naza Poeta Holístico” levantou às 5 horas. Chovia muito. Foi meditar às 6 horas e, após, fez o desjejum. Comeu pão com bananas, chás e mamão. Pela manhã continuou lendo o seu livro – “Felicidade: um trabalho interior” – e também descansou um pouco. Na meditação do meio-dia enviou vibrações positivas à ex-mulher Neusa Maria Vicente e aos filhos Henrique Vicente, Humberto Vicente e Emmanuel Francisco, bem como aos seus pais Artidônio e Ondina. Após a meditação, “Naza Poeta Holístico” e Sandra ficaram juntos e saíram para caminhar. Pouco falavam e quando isso acontecia, cochichavam. Ele observou o clima e disse a ela que chovia muito e que ele só havia levado – para esquentar-se e proteger-se do frio e da umidade – apenas uma peça de roupa quente que era um abrigo e que, se chovesse a semana toda, isso acabaria servindo de aprendizado para ele já que, da primeira vez em que esteve na comunidade de Nazaré, não havia chovido tanto.

Em seguida, almoçaram. “Naza Poeta Holístico” alimentou-se bem pois havia dois tipos de arroz integral, saladas variadas e um purê de batatas delicioso. Todos os alimentos estavam muito gostosos, muito saborosos, tudo muito natural; a comida no “Centro de Vivências Nazaré” é láctea e vegetariana.

Depois do almoço, “Naza Poeta Holístico” passou a escrever em seu diário. Já eram 14 horas e 35 minutos e, nesse momento, “Naza Poeta Holístico” foi tomar um pouco de chá para, após, terminar de ler o seu livro (estava na metade do penúltimo capítulo). Estava pensando também em comprar alguns livros – sobre temas muito interessantes – que havia na comunidade de Nazaré.

Na segunda-feira, 11–1–1993, o dia transcorreu normalmente. Pela manhã, “Naza Poeta Holístico” trabalhou na cozinha e, depois, lavou roupas; nesse dia, ele não começou a prática da vivência – “O Silêncio da Música” –, prática essa em que tinha se inscrevido e que estava marcada para começar nesta data. No período da tarde, “Naza Poeta Holístico” estava sentindo-se um pouco cansado, pois havia tocado violão até altas horas da noite anterior na sala de música do “Centro de Vivências” mas, mesmo assim, acabou indo trabalhar na própria sala de música do “Centro de Vivências”. Foi passada para ele a seguinte instrução de trabalho e vivência: simplesmente recortar fotografias e textos para pendurar na parede. Num desses textos havia um convite para viver o silêncio em Brasília-DF no mês de junho daquele corrente ano. Era um texto muito bonito e falava justamente do silêncio, coincidindo com o tema da vivência em que “Naza Poeta Holístico” estava fazendo naquele momento. À noite, ainda conseguiu tocar um pouco mais do seu violão com as pessoas presentes na sala de música da comunidade.

Na terça-feira, “Naza Poeta Holístico” começou, junto com outros integrantes, a vivência “O Silêncio da Música”. Foi muito interessante. O coordenador chamava-se Willian, um antigo residente de Nazaré. As pessoas que estavam fazendo o workshop começaram a vivência escutando música num tom baixo, que coincidia com o canto dos pássaros e após, começaram a andar devagar, depois mais depressa e Willian sempre pedia para as pessoas pararem, inclusive suas respirações, quando dizia “stop”. Este exercício serviu para dar a idéia do ritmo que cada ser humano possue.

Logo em seguida, os participantes fizeram um círculo, cada um batendo um no joelho do outro, um nos ombros de cada um e, finalmente, um na cabeça do outro. A idéia que deu em “Naza Poeta Holístico” foi a de que cada pessoa era uma nota musical e que cada batida que uma dava na outra, significava que uma nota musical era acionada para que fosse emitida a sua sonoridade. Todos os participantes tinham a obrigação de prestar a atenção também no ritmo um do outro. O facilitador Willian explanou que este trabalho servia para o exercício da prática da “perda da possessividade”, isto é, servia como treinamento para procurar-se sempre vivenciar o tempo presente, para viver o hoje, o “aqui e agora”.

No período da tarde, todos os participantes da vivência “O Silêncio da Música” foram para o jardim da comunidade. Havia trocado de facilitador; a coordenadora agora era a Vilvana. Todos pegaram as ferramentas necessárias para tirar o mato no jardim, mas começou a chover e, então, foram lichar os corrimãos da casa onde residia a Sara Marriott, a americana anciã, escritora e conselheira da comunidade de Nazaré, para mais tarde serem envernizados. “Naza Poeta Holístico” havia percebido que estava chovendo muito em São Paulo naquela semana e que, talvez, isso antecipasse seu retorno, junto com a Sandra, para Florianópolis.

Na terça-feira, 12-1-1993, quando “Naza Poeta Holístico” começou a escrever, percebeu que sentia-se muito cansado. Escreveu até às 18 horas e, neste horário, acabou dormindo e acordou somente às 20 horas e 30 minutos. Em razão disso, perdeu a meditação marcada para as 18 horas e 30 minutos. Quando acordou, ficou com a impressão que tinha sentido a Sandra colocar um papel, com uma mensagem sua, por debaixo da porta do quarto e, neste instante, percebeu que o bilhete estava realmente ali, e o que ela dizia no bilhete é que havia chamado-me para a meditação das 18 horas e 30 minutos e que “Naza Poeta Holístico” não havia respondido; disse também que havia duas maçãs embrulhadas perto da porta do quarto do “Poeta” e que se o mesmo acordasse cedo no outro dia, era para procurá-la porque ela queria muito falar com o Naza. Neste momento, eram aproximadamente 21 horas e 40 minutos e “Naza Poeta Holístico”, que ainda encontrava-se na cama, começou a leitura de outro livro, cuja autoria era de Louise L. Hay, com o seguinte título: “Você pode curar sua vida”. Isso porque “Naza Poeta Holístico” já havia terminado de ler o outro livro que estava lendo: “Felicidade: um trabalho interior”, de John Powell, livro este que havia achado a mensagem muito interessante. “Naza Poeta Holístico” achou sua mensagem tão interessante que iria tentar colocar em prática as mensagens que o conteúdo do texto contém.

Na quarta-feira, 13-1-1993, no período da manhã, os participantes da vivência “O Silêncio da Música” continuaram com a prática do workshop. “Naza Poeta Holístico”, mais o facilitador e coordenador “Willian” e todo o resto do grupo que estava praticando a vivência trabalharam com um pêndulo fixado no forro da residência em que estava sendo feita a prática e o “Willian” o colocava em movimento na forma de circunferência, e isso serviria para trabalhar e demonstrar o ritmo harmonioso das esferas, a fim de vivenciar-se o momento presente, cada instante da vida, o “aqui e agora”. À tarde, todos descansaram, relaxaram e meditaram sobre a prática desta meditação.

Na quinta-feira, 14-1-1993, o dia transcorreu com normalidade. Pela manhã, “Naza Poeta Holístico” trabalhou – em meditação – na arrumação da casa, limpando os banheiros e o corredor. À tarde, foi para a continuidade da prática da vivência “O Silêncio da Música”. Neste dia, os participantes cantaram em diversas tonalidades. No final da meditação, foi feita uma roda e todos entoaram, juntos, diversos cantos. Ao ser finalizada a prática, “Naza Poeta Holístico” e os demais praticantes da vivência estavam sentindo uma enorme sensação de bem-estar e alegria.

Ainda na noite de quinta-feira, “Naza Poeta Holístico” tocou bastante violão acompanhado por uma flauta transversal, muito bem tocada por um paulistano.

No dia seguinte, Sandra e “Naza Poeta Holístico” retornaram a Florianópolis sentindo-se muito bem, felizes e tranqüilos. Mais uma vez, todas as práticas e meditações que o casal havia vivenciado no “Centro de Vivências Nazaré” haviam sido extremamente necessárias para o apoio a ambos na busca do centramento, da reflexão e do autoconhecimento. “Naza Poeta Holístico” sempre será grato a sua ex-esposa – Psicóloga Sandra Mara Weingartner de Souza – por tê-lo levado a conhecer este “Centro de Vivências” maravilhoso, porque o fortaleceu e o ajudou na caminhada da busca do seu amadurecimento.

“Naza Poeta Holístico” também aproveita a oportunidade para agradecer à espiritualista “Sara Marriott” – favor ler sobre sua sucinta biografia ao final deste conto –, na época líder espiritual do “Centro de Vivências Nazaré”, bem como também a todos os “residentes” (porque sempre o trataram muito bem) – num total de 22 que moravam na comunidade –, por ocasião das três vezes em que o mesmo esteve nessa comunidade, comunidade esta voltada para o desenvolvimento do centramento, da reflexão e do autoconhecimento de todas as pessoas que passam por lá.

1ª Observação – Sucinta biografia de “Sara Marriott”:

Nascida nos Estados Unidos, chegou a trabalhar como executiva do movimento do escotismo. Casou e teve um filho, que morreu anos mais tarde. Viuvou e foi para a Suíça. Aos 66 anos, decidiu iniciar sua vida espiritual e foi morar em Findhorn, no norte da Escócia. Ficou lá por 12 anos e, em 1984, a convite do fundador do “Centro de Vivências Nazaré”, o Trigueirinho, veio morar em Nazaré Paulista, tornando-se líder espiritual da Comunidade. Aos 93 anos, está voltando para os Estados Unidos, onde pretende dar cursos e palestras em universidades.

Sara Marriott tem 5 (cinco) livros publicados – “Uma Jornada Interior”, “Ritmos da Vida”, “Nossa Ligação Com Energias Superiores”, “Alegria de Descobrir Anjos da Guarda em Nossas Vidas” e “Jornada Interdimensional” – e está lançando agora um livro de poesias chamado “Reflexões do Novo Milênio”, que reúne 60 poesias canalizadas nos últimos dois anos.

(FONTE: “In” “REVISTA PLANETA”, Editora Três, edição 320, ano 27 – Nº 5 – MAIO 1999 – página 42)

SERVIÇO:

Informações sobre o “Centro de Vivências Nazaré” podem ser obtidas pelo fone (xxx) (11) 7861-1136

(FONTE: “In” “REVISTA PLANETA”, Editora Três, edição 320, ano 27 – Nº 5 – MAIO 1999 – página 45)

2ª Observação – “Naza Poeta Holístico”, após ter feito todos esses cursos e praticado todas essas vivências, entrou em contacto com o SINTE – Sindicato dos Terapeutas – com sede em São Paulo-SP – e, após responder questionário e preencher outros requisitos exigidos por este Sindicato, ainda na década de 90, tornou-se Terapeuta Holístico com autorização para trabalhar na “Terapia em Sincronicidade” (Tarot) e também na Terapia Corporal (Massoterapia Ayurvédica). Como profissional dessa área – Terapia Holística – exerceu apenas, naquela década, a Terapia em Sincronicidade (Tarot), vindo a atender diversos clientes com um retorno muito bom na busca do autoconhecimento, pois todas as pessoas consultadas saiam muito bem e felizes.