O RATO

O RATO

Tudo aconteceu por que era julho; nos outros meses levanto antes das 5:00 h para ir trabalhar. Vão perguntar: “Como assim?” Caralho! Em julho estou de férias. Sim, eu! Os ratos só tiram férias em dezembro. De novo vão perguntar: “Como assim?” Repito: caralho! É direito deles, venham proibir!

Só sei que foi depois do dia 10 de julho e antes do dia 15. Antes de perguntarem por que, eu respondo: é por que faço sexo de cinco em cinco dias no mês, impreterivelmente sempre a primeira vez no dia cinco; e quando aconteceu este episódio eu já tinha feito minha obrigação por duas vezes, mas não tinha executado a terceira.

Pois bem, vão querer estragar tudo dizendo que a data não tem importância. Como não? Se acabei de dizer das minhas prerrogativas sexuais, datadas e referendadas, mês a mês; não dia a dia por que é seis vezes no mês; o que acarreta a perda de um dia nos meses de 31 dias; e fevereiro é férias de sexo. Caramba! Ninguém é de ferro!

O rato apareceu do nada, ou melhor, eu sei, como todas lá em casa sabem que na despensa vivem alguns ratos, o número exato nem eles, os ratos, sabem. Este particularmente era bem apessoado, não diria bem trajado por que o filho da puta estava nu. E eu também. Não que fosse dia de sexo; tão somente naquela manhã, ou melhor, madrugada (antes da 6:00 h), acordei e levantei encalorado, no que deixei a roupa de lado.

Quase sempre levanto sem acender lâmpada nenhuma. É coisa cá minha. Só vi o rato ao abrir a geladeira, não que o rato estivesse dentro desta, é que a luz interna da geladeira clareou a parte da cozinha onde o dito cujo estava. O miserável estava sorrindo para mim. Sorri para ele também, bebi água gelada, diretamente do gargalho de uma garrafa de coca-cola de 600 ml, fechei a geladeira, dei adeusinho para o rato e fui para a sala, meu lugar favorito para leitura quando os outros habitantes estão dormindo; menos os ratos.