BANCÃO NA VARANDA

Na varanda da porta da cozinha,

Encostado na parede ficava o banco de uma tábua só.

Banco antigo, com suas pernas arranhadas por vassouras de alecrim e unhas de gato.

Suas pontas eram presas na parede com arame e prego.

Era o jeito de proteger os desavisados que sentavam na ponta dele.

Debaixo do banco papai guardava o par de botinas que usava durante o dia na lida.

O chão era vermelho com cimento queimado, meio estragado pelo tempo.

A mureta da varanda toda encardida pelas mãos das pessoas que nela apoiavam.

Local onde papai oferecia jeribitas para os amigos dele.

Era tudo muito rústico, mas de uma familiaridade formidável.

Sentado no bancão, ficávamos ao entardecer olhando o sol se pôr no espigão.

A noite ia chegando, o lusco fusco já era real.

As galinhas iam empoleirando no pé de Santa Bárbara.

No rádio começava tocar Ave Maria.

De dentro da cozinha mamãe dizia:

"- O cêis aí do bancão, a janta tá pronta!"

Eita hora sagrada!

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 26/07/2017
Código do texto: T6065611
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.