O JANTAR COM LAMPIÃO

Dona Francisquinha colocou Lampião num quardo especial da casa, era o quarto com banheiro, que ela mantinha para abrigar líderes políticos das regiões do sertão central, por vez abrigou o governador do estado. Colocou agua nos potes, uma bacia grande, outra pequena, toalhas, lençóis, pente, navalha, sabonete inglês com respectiva colônia. Lampião sempre ficava acompanhado de quatro jagunços, nem um instante ficava só, nem na hora de tomae banho. Um ficava lotado na porta do quarto, outro na janela e os outros dois ficavam ao lado do capitão. De um por um iam tomando banho, mais não deixavam o chefe nunca só. Marica , a cozinheira da casa grande, vai até o quarto do capitão e avisa para o jagunço João Inácio que tomava conta da porta.

-- Avise pro capitão que o jantar já está na mesa.

A mesa era imensa, tinha seis cadeiras de um lado e seis do outro, fora as duas da cabeceira. Dois castiçais iluminavam a sala. No cardápio tinha ensopado de bode, galinha a cabidela, cozido de boi e carne de porco assada na banha. Arroz, feijao de corda com girimum, mugunzá, biju e farinha d'água. Pra sobremesa rapadura e doce de leite com queijo de coalho.

Quando chegou a mesa, dona Francisquinha já o esperava na cabeceira, com Basto ao lado e seu neto Frederico. Todo mundo tinha medo de lampião, menos ela, que respeitava o cangaceiro, mais não tinha medo nenhum, ao ponto de tirar proza com o capitão.

-- o capitão está muito melhor agora, depois do banho. Brincou Francisquinha. O capitão sorriu, foi ai que ela pode notar os lindos dentes de ouro do capitão, como enfim ele era um homem bonito, apesar de tudo que se falava do homem.

O JANTAR

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 11/10/2017
Código do texto: T6139926
Classificação de conteúdo: seguro