Kingur - Parte 2 - Transmutação

A musica e os flamingos pareciam sugestivos, estivera em um lugar nunca visto antes, não possuía um corpo comum e andava devagar, ainda um pouco de temor a rondava, mas olhos grandes e azuis a encontraram, era o cisne, Sophie foi para outra margem sem saber, e ela a disse:

- Estas aflita?

- Um pouco, gostaria de algum lugar para ficar ao anoitecer.

- Queres que anoiteça?

- Posso controlar?

O cisne abaixou seu pescoço ela o abraçou e ele a colocou novamente na flor de lótus, ela se sentiu menos atemorizada e deitou, o cansaço a consumiu e dormiu por horas. Abriu os olhos novamente e viu que a flor era arroxeada agora.

Saindo da flor de lótus com um pouco de dificuldade por causa de seu tamanho mínimo, Sophie não avistava o lindo cisne, sem ele não poderia chegar até o outro lado do lago, estava apreensiva e pôs-se a chamar pelo cisne:

- Rafael, onde tu estás?

- Aprendeu meu nome.

Disse o cisne aparecendo como que por encanto ao seu lado assustando-a e quase a fazendo cair no lago.

- Como aprendi se ninguém me ensinou?

- Kingur é assim mesmo, aqui aprendemos sem que ninguém nos ensine e ensinamos sem que ninguém veja.

- Como isso é possível?

- Ah menina, esse é um dos mistérios de Kingur.

- Quais são os outros mistérios?

-Logo saberás, não seja tão apressada.

Subiu em suas alvas penas e foi levada até a margem do lago, notou que seus pezinhos pisavam em tinta lilás, sorriu, era sua cor favorita. Despediu-se de Rafael e se dispôs a investigar um pouco mais dessa dimensão tão diferente da sua, queria também descobrir porque fora raptada daquele jeito.

Andou com cuidado, observando tudo ao seu redor, viu coisas inimagináveis, sorriu ao pensar em como era belo aquele mundo, como era doce o ar que respirava e como a luz do sol alimentava o seu corpo. Foi então que Sophie percebeu que não comera nada desde o rapto e não sentia fome alguma, olhou ao redor e viu uma arvorezinha carregada de pequenas frutas cor de anis, não conteve a curiosidade e comeu uma frutinha, o gosto era maravilhoso, a fruta era muito pequena, mas quando mastigada, se transformava em nuvem dentro da boca.

- Vejo que comeu a fruta da transmutação.

- Que susto Karnel, porque sempre chega de surpresa assim?

Karnel tomou a forma de um menino louro de olhos verdes e sardas no rosto.

- Vamos, pense no que quer ser e transforme-se.

- Não sei como fazê-lo.

- Confie em mim, vamos pense.

- Estou pensando...

Sophie foi se transformando em uma linda borboleta, com assas multicolores, subiu planando lentamente, Karnel observava da superfície com um sorriso no rosto.

- Use as correntes de ar.

- Isso é maravilhoso! Estou voando!

Karnel ria e corria atrás da linda borboleta Sophie, mas de repente ela voltou a sua forma original, e foi caindo, seus bracinhos balançando e de seus cabelos caía muito glitter. Karnel se transformou em um corvo e amparou a queda de Sophie antes que se chocasse ao chão de tinta.

- O que aconteceu?

- Você ainda não consegue segurar a transmutação. Precisa treinar mais, você se esqueceu de continuar pensando que era uma borboleta.

- Ah que pena, estava a gostar de bailar no ar...

- Podes continuar depois, agora preciso levar-te para ver uma coisa.

- O que é?

- Não seja tão curiosa, tudo tem seu tempo.

Continua...

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Priscila Pereira e Folheto Nanquim
Enviado por Priscila Pereira em 10/06/2013
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