Superar a reação conservadora

Eu passei boa parte de minha vida estudando em escola pública, gratuida e de qualidade.

A verdade das três categorias tende mais para revelar contradições de nosso sistema educacional que evoluiu muito diga-se de passagem, porém o caminho é mais densamente problemático do que se imagina para ser realmente aprofundado.

Em que pese a valorização salarial do profissional da educação que reflete na valorização humana e o tempo que dispões em sala de aula. E no que diz respeito o alunado encontram uma realidade escolar presa aos rudimentos da escola do século passado...

A exemplo disso a não dialogicidade do avanço tecnológico, o professor e a direção e a coordenação escolar não conseguem dialogar com a realidade da tecnologia em sala de aula e os aparelhos mais diversos em mãos do alunado e só resta proibições.

Sobrevivi ileso a essa época... Antes mesmo de entrar para o ensino médio. Minha vida foi marcada pela não adesão das novas tecnologia, recordo que a professora perguntava quantos tinham computador na sala a minoria levantava a mão. Ficava confortável ao menos não estava sozinho. Quando mesmo na entrada da transição para o ensino médio que a coisa ficou complicada era um estouro todos começavam a ter acessar em casa mesmo e os que não tinham o privilégio ia na casa do colega ou nas "lan house" tal estabelicimento era o ponto de encontro sobre trabalho escolar e jogos virtuais era a febre e nós marginalizados da tecnologia que não tínhamos o computador e tampouco o dinheiro para frequentar os estabelecimentos que custava tantos reais.

O jeito para fazer os trabalhos inumeráveis era o tradicional, papel "chamex", régua, lápis, borracha, caneta e canetão... Pronto! Tinha que pedir permissão a professora e quando essa fazia cara feia... Ignorava fazia do mesmo jeito... "Tava, nem aí" o importante era o trabalho.

Quando entrei no ensino médio fazer a negociação com professor agora tinha que ser a base do diálogo e a genorosidade e compreensão do professor/professora quando não ocorria ficava sem "nota", pois muitas vezes ter o dinheiro era difícil... Para alcançar o mínimo necessário dobrava nos estudos.

Chegou um período em meio a isso tudo que vi a coisa toda ficando cansativa tive essa noção de sentido exausto. Não adiantava tamanho esforço atingir uma média regular era aprovado. O conteúdo era o mesmo não tinha muita profundidade e só acontecia algo mais dinâmico se o professor/professora fosse entusiasmada e mostrasse um atrativo diferencial, raridade mais acontecia.

Durante o processo educativo era marcado pela inquietante ausência ou presença estranha nos livros didáticos. O povo negro, identificado apenas em posicionamento submisso, subalterno, servil, sendo chicoteado, somente pela ótica da escravidão e nunca pela da resistência.

Estranha ver estudante fugindo da polícia e a pouca atenção dada a esses fatos.

Foi nesse instane que o interesse pela Filosofia e a Literatura e História fizeram para mim todo o sentido. Qual mínima dedicação introdutória sobre diversos pensadores ou acontecimentos históricos que marcaram época fez todo sentido. Dentro disso o movimento estudantil, o movimento negro, a luta dos trabalhadores do campo e da cidade se tornou central.

Pensava que ao entrar na universidade a realização de debates que buscassem superar o status quo seria o objetivo geral de todos e todas. Encontrei a reação conservadora, preconceito... A luta continua

Tiago Neto da Silva
Enviado por Tiago Neto da Silva em 04/08/2014
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