O Prémio do Herói - I Parte - Capítulo 1

I Parte

Capítulo I - Os planos

Durante aquele Inverno do ano de 1147, estando as cortes reunidas em Coimbra, uma estranha mulher pediu para ser admitida á presença de El-Rei D. Afonso Henriques, no seu paço real.

Verificando os seus companheiros, que aquela mulher pertencia á odiada raça de infiéis que dominavam o sul do território, El-Rei mandou chamar o seu fiel lugar-tenente Mem Ramires, homem culto e viajado, além de valente cavaleiro, e que falava a língua árabe, para interprete e vigia, pois que as artes femininas podiam ser algum estratagema do inimigo para se infiltrar no palácio do rei.

Ouvindo no entanto o que aquela mulher tinha para contar, perceberam que o despeito e ciúme de ter sido rejeitada pelo alcaide Cefrim, governador da cidade de Sancta Irena, ou Xantarim como ela a denominava, a tinha levado ali para contar aos cristãos como era fácil conquistar a cidade e dar conhecimento do que sabia dos pontos fracos das suas defesas.

Agradecendo á moura despeitada que foi aprisionada por razões de segurança, reuniu-se El-Rei com o seu estado maior e foi decidido enviar Mem Ramires a Santarém, como negociante pois que devido ao seu conhecimento da língua, seria fácil inteirar-se da veracidade das informações prestadas.

Foi e voltou Mem Ramires e relatou ao rei que seria fácil tomar a cidade, subindo pelas muralhas pois que as sentinelas dormiam no seu posto, confiantes na segurança proporcionada por essa fortaleza que consideravam inexpugnável.

Assim saiu o rei um dia com seus conselheiros passear ás margens do Mondego, rio aprazível que banha a cidade de Coimbra, e longe do paço e de ouvidos indiscretos combinaram os planos para tomar de assalto a cidade.

No entanto quando se aproximavam, já uma velha regateira confidenciava ás amigas que o rei parece que ia assaltar Santarém, tal é a força do boato destrutivo.

Ouvindo isto El-Rei comentou que ainda bem que todos estavam com ele, pois que tinham acabado de jurar segredo e já se comentava no paço seus planos mais secretos.

Assim, resolveram apressar os preparativos para a batalha e em poucos dias puseram-se a caminho viajando de noite para que aos mouros não chegassem notícias de seus planos e se precavessem.

No último acampamento já próximo da cidade, é que El-Rei revelou a todos os seus desígnios apenas conhecidos de um pequeno número dos seus mais íntimos conselheiros e estabeleceram os planos para a luta.

Os mesmos consistiam em fazerem 10 escadas em madeira por onde subiriam 12 cavaleiros cada, comandados pelo bravo Mem Ramires que tão fácil via a empreitada que se prontificou a subir em primeiro lugar e em colocar a bandeira hasteada no mais alto torreão.

Uma vez dentro do castelo, abririam os portões aos companheiros que entrariam pegando os mouros de surpresa e em breve a cidade seria de novo cristã.

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