A Vampira Selena - Parte III
 
   Quando ouvi aquela palavra fiquei entre o medo e a felicidade, tinha medo que ela me machucasse mas estava feliz por poder estar ali, naquele momento com alguém que poderia me matar facilmente. Se não fosse tão bizarra a situação eu poderia ter sorrido.
-Tudo bem. - falei.
-Tudo bem? Eu sou um monstro! - ela falou aflita.
-Você só precisa de amor.
-Você acha mesmo? - ela me abraçou forte enquanto eu a segurava pela cintura.
-Seu cheiro é tão gostoso. - falei.
-Obrigado, é um perfume que minha mãe me deu de aniversário.
-Bem lembrado, quantos anos você tem? - perguntei.
-Quinze ué, pensou que eu teria quantos? Mil?
-Ah, sei lá, a gente vê tantas histórias de vampiros por ai e acaba acreditando em muitas coisas.
-É eu só queria que uma delas não fosse mais verdade. - ela começou a chorar.
-O que? 
-Que não precisássemos mais de sangue humano para sobreviver. Você não sabe como é terrível ver as pessoas morrerem apenas para saciar sua fome.
-Deve ser realmente difícil de lidar.
-Eu não quero ter que te matar Roman, seria ruim demais para mim, mas quando estou com fome perco todo o afeto ou sentimento pelas pessoas. O desejo fala mais alto dentro de mim.
-Tudo bem, acho que pelo menos eu morreria perto da pessoa que eu gosto, mesmo sendo ela quem vá me matar. Nada romântico isso mas okay.
-Saía daqui, eu já estou sentindo o gosto do seu sangue. - ela me olhou com um olhar que expressava muito bem sua vontade de ainda se controlar perto de mim.
-Tá bom, vou indo. - levantei-me e a beijei deixando-a com as bochechas vermelhas.
-Tchau.
   
Por Selena:

 
   Ele tinha um sorriso lindo, um olhar que se penetrava no meu, mas o seu cheiro era um desejo maior do que tudo e não resisti a matá-lo. "espero que me perdoe Roman".Falei assim que o ataquei e suguei seu sangue delicioso.
   Me sinto mal por isso, por ter feito mais uma vez alguém sofrer por mim, ter que mentir para todos de novo, na escola, para os pais dele e quem sabe até a polícia poderia me interrogar depois que o desaparecimento dele fosse trazido à tona. Mas não restava nada a fazer.
   Quando vi aquela carteira dele vazia na sala de aula me deu uma vontade louca de chorar novamente e a culpa me dominou por completa senão fosse forte teria derramado várias lágrimas ali na frente de todos. 
   Não demorou muito para que começassem a se perguntar onde estava aquele garoto e imediatamente muitos olhavam para mim que insistia em fingir que tudo isso não me abalava em nada.
   Fui embora no final do ano, não suportaria ver aquela carteira vazia mais uma vez, poderia deixar Roman vivo e livre ali mas ainda sinto que o guardo dentro de mim, o garoto abusado e elegante que por alguns dias me fez se sentir uma menina de verdade.

 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 17/08/2014
Reeditado em 17/08/2014
Código do texto: T4926334
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