A verdade vos libertará

Sasha corria, há horas, dias, ou apenas alguns minutos? Perderá completamente a noção do tempo, distancia e dos seus pensamentos. Suas pernas ditavam as regras, seu corpo parecia sentir muito mais medo do que sua sanidade. Tudo o que ela sentia era suas pernas se movendo, sua saia balançando, o vento passando lá no meio de suas pernas. Sentia a ruÍna dos anos que passou procurando algum sentido para sua existência patética, quando finalmente achou apenas fugiu.

Estavam todos mortos. E a culpa era somente dela, encontrou algo para confiar, segurança, apoio, e esse mesmo algo matará seus pais, amigos e o resto daquela esperança de merda que guardava em seu interior. Vendeu sua alma por instantes de prazer sem saber o preço, sem saber a dor que poderia causar. Os cortes em seus braços ardiam, seu corpo parecia em chamas, mas suas pernas não se abalaram.

“Era tudo mentira, não posso voltar. Estão todos mortos.”

A voz cantava palavras fúnebres, culpa, ódio e ressentimento. Esse era o preço, o preço da verdade.

“Você ansiava pela verdade, e ela conseguiu te libertar Sasha?”

Suas pernas vacilaram e ela caiu. Sentiu o sangue quente escorrendo por seus joelhos, o cheiro excitante de sangue e morte afastou os segundos de sanidade que chegaram.

“Ele está chegando.”

Não era isso que queria, ele vinha lhe buscar.

“Você queria a verdade Sasha, e o que ela lhe trouxe?”

O seu caminho acabou. Os cortes em seus braços se abriram o cheiro de sangue lhe causou tontura. Ele estava chegando. Não havia mais para onde ir. Exceto a escuridão á sua frente.

“Abrace a escuridão Sasha; aqueles que estão mortos nem sequer existiram. A verdade é esta, nada é real e você está sozinha. Você vendeu sua alma pela verdade e está é a verdade: não existe verdades. Agora criança prossiga seu caminho na escuridão, sinta o que é ser o nada.”

Sasha abriu os braços jogando-se no buraco do esquecimento.