A frase diz tudo

- Porque nós sempre andamos aqui?

- Temos que encontrar. Respondeu Antony, quase de imediato.

- Mas me diga meu amor, o que procuramos ao certo? indagou Carol

Antony lembrou-se daquele escuro final de tarde, ele dirigia cantarolando junto com a música do CD, enquanto Carol dormia ao seu lado.

As árvores balançavam de um lado ao outro, anunciando um temporal que se aproximava e os grossos pingos já se lançavam no para brisas, quando de repente...

Forçou a visão comentando: - Uma maleta? na estrada? Estranho...

Parou o carro, pegou a maleta e levou-a no banco de trás.

Ao chegar em casa, retirou rapidamente o sobretudo e o sapato, pegou a maleta, sentou-se numa poltrona e abriu-a com facilidade.

Um espelho, um batom, um caderno, uma caneta e mais nada...

Antony encaminhou-se para a cozinha, pegou um copo de cristal encheu de água, encostou no balcão e ficou pensando enquanto bebia a água... porque alguém colocaria esses objetos dentro de uma mala e a deixaria no meio da estrada?

Desde aquele dia, repetia sempre a mesma coisa , abria a mala , folhava o caderno com páginas em branco e pensava nisso, fechava a mala e a deixava no mesmo lugar da sala.

Ligou para o amigo Roger, contou-lhe o acontecido e este sugeriu que jogasse a mala fora.

Seguiu o conselho do amigo, na primeira saída deixou a mala em uma caçamba de lixo.

Voltou para casa, entrou na sala, sentou-se na sua poltrona preferida, olhou ao lado e... lá estava a mala, pegou-a e notou que estava mais pesada, abriu-a com calma e havia além dos quatro objetos esperados, uma placa retangular de pedra, onde estava esculpida a frase: Etnedica on marerrom secov, procure pelo nome.

Essa frase não saiu mais do seu pensamento, procurando decifrar a charada , nem o idioma conhecia, entrou em uma redação de jornal, procurou por notícias antes do dia que encontrou a maleta, mas.. procurar por qual nome?

Um senhor de cabelos brancos sugeriu que começasse pelo seu nome, como se lesse seu pensamento.

Antony Del Mar Tompson, seguiu sussurrando baixinho seu nome, até que viu uma foto de um acidente numa noite chuvosa, era um carro prata todo retorcido e em baixo a notícia que naquele acidente havia morrido um casal, sua cabeça começou a girar, de repente não estava mais lá e sim na estrada, lembrou-se da derrapagem do zumbido nos ouvidos e mais nada, só a escuridão.

Segurou a mão de sua esposa e continuaram andando até chegar num túmulo faltando a lápide.

Sem dizerem uma palavra se quer, colocaram a plaqueta em cima, onde estava escrito: Antony e Carol foram felizes por toda vida.

"As frases desconexas as vezes são as mais objetivas, depende do lado que se lê"

Joaquina Affonso
Enviado por Joaquina Affonso em 23/11/2014
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