A Felicidade de mãe e filha

Esperada era a sua visita.A sua instrutora era bem elegante e educada,Tratava-na como se fosse parente próximo.Sabia o quanto estava angustiada.

-Ela virá e podem ficar algum tempo juntos .Vão poder ir ao parque,e talvez,estejam no cenário, algumas de suas amigas,de outrora.

A felicidade de Germana era tanta,que se quer esboçou uma reação de fácil leitura na angelical face.Saltou da cama passando a mão direita nos cabelos,enquanto um par. de amigos espaciais a visitava. Naquele dia recebeu a notícia de que havia sido autorizada a tão esperada visita.Um par de lágrimas escorria pelo rosto.A instrutora observou-a de soslaio e não pôde disfarçar o que estava sentindo.Escondeu o filete de lágrimas lhe banhava a face,.Pensou com os seus botões:" é lindo o amor de filha e o de mãe."

Longe dali, um trio do outro mundo aguardava o momento propício para que mais uma alma participasse de um momento muito especial onde os laços de família possam expressar o amor maternal-mesmo que de nada se recorde após o fim do encontro planejado pelos instrutores do Além-por parte um dos lados dos escolhidos .

-Preparem-se vamos iniciar o processo.

Recomendou o que parecia o guia especial.

O dia estava bonito,de sol ensolarado.Havia acordado com o canto dos pássaros;e se quer havia penteado os cabelos e escovado os dentes e ja saltara da cama pensando em ir com a mãe ao parquinho brincar com as coleguinhas-era assim,quase todo fim de semana.Era levada por uma mãe disposta e feliz-que se alegrava quando estava sorridente e se divertindo com as amiguinhas.

-Mama ja de pé,e eu pensei que eu é que tinha acordado mais cedo...

Observou, com espanto ao ter avistá-la na cozinha quando passava em direção ao banheiro.A porta do quarto dos pais estava aberta e pôde ver a figura do pai dormindo feito um morto-roncava alto.Ela sorriu com o barulho que lhe escapava da garganta imitando um suíno.

-Preparo o nosso lanche,mais água e refrigerantes nas garrafas térmicas.Tem aqui,também alguns livros infantis para que possa ler com as meninas.A vida não é so brincadeira.Precisa aprender a ler os livros...

- Brincar é mais divertido...

Disse com ares de reclame.

-A vida não é so brincadeira...Quem não lê não descobre os muitos segredos da vida.

-Eu quero brincar com as meninas...

-Va se banhar,estamos atrasadas.Sabe que horas são...

Saiu correndo em direção ao banheiro tendo sida reclamada pela mãe devido à algazarra que fazia.Temia que acordasse o marido ,pois o mesmo era de hábito acordar mais tarde aos domingos.

-Querida,vamos.O banho está demorado.

-Estou terminando...

Pegou as chaves do carro.Saíram as duas.A pequena entrou no carro olhando-se num pequeno espelho.A mãe abriu a porta da garagem.

A notícia do jornal policial trazia a descrição detalhada do assalto.A mãe havia sido baleada na cabeça,de raspão.Fora baleada junto com a filha.Uma menina de apenas 8 anos de idade.A filha morrera com mais de uma perfuração no corpinho.A mulher havia sobrevivido.Os bandidos haviam roubado o celular da mãe-eram menores de idade.E a vida da criança.São infratores,não são marginais,e o que cometeram não foi um crime cruel,apenas um ato infracional.Não ficarão presos,mas custodiados pelo Estado.É assim que funciona no eterno país do futuro. O país,que ser político é mais do que sinônimo de marginal quadrilheiro.Independe do ato infracional-so ficarão cerca de 03 anos privados da liberdade.Para o Estado a família destruída,e a vida perdida não importa,o que vale é proteger com as nossas Leis os menores criminosos. Talvez aguardem que os mesmos entrem para o partido depois,ou formem grandes quadrilhas-daquelas que bancam muitas campanhas políticas.

O jardim era amplo.Muitas árvores e muitas flores.Havia uma pequena cachoeira,de água limpa e espumada na base,onde desaguava.Os pássaros cantarolavam.A sua instrutora havia lhe recomendado:" poderia ficar com ela por aqui,mesmo."

-Não,eu quero ir para o parquinho.

Disse,secamente.

A instrutora entendeu o quanto era importante que mãe e filha que sofriam pela existência da distância dos diferentes planos que as separavam se encontrassem no mesmo no lugar de sempre,onde curtiam o amor fraternal, no sentido máximo da palavra.

-Mama...

Gritou quando a avistou andando em sua direção.Correram e se abraçaram,por longos minutos.A sua cuidadora da colônia vertia-se em lágrimas ao presenciar tal cena,digna de uma película de cinema.Mas era uma cena da vida real,de outro Mundo,é claro.

fim

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 04/02/2016
Reeditado em 23/03/2017
Código do texto: T5533214
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