CUIDADO COM O QUE DESEJA!

Colunista de um jornal de pequeno porte e sensacionalista, Matt Brooks 33 anos teve um dia exaustivo, nada fora da rotina diária. Suas matérias eram apenas mais uma em meio às asneiras sobre celebridades. Isto desgastava o profundamente, pois seu desejo era transformar-se em um Sr. Best Seller assim ele denominava seu objetivo, tornar-se um escritor famoso. Durante aquela manhã pelo menos o sonho teria de esperar,o dia estava cansativo, correndo atrás de fontes sem consistência e matérias fúteis, que o deprimiam.

Almoçou um prato feito na redação, não podia perder tempo afinal os tubarões das revistas de fofoca estavam sempre prontos à devorá-lo.

À tarde entre uma conversa e outra com os colegas, Matt entrava em seu arquivo pessoal no computador e passava os olhos em um rascunho de um livro que tentava escrever, isto sim sua verdadeira paixão. Era um aficionado por historias de mistério, suspense, finais surpreendentes, coisas que ficavam subentendidas na imaginação dos leitores, assombrações e sobrenatural. Era tudo fascinante para Matt e por ainda ser um escritor amador, não tinha habilidade para criar seus textos. Buscava inspiração em filmes, séries, livros e sites onde os usuários trocavam comentários sobre estes assuntos.

Apesar de desde jovem morar sozinho em uma cidade afastada de sua família, em razão de oportunidade de trabalho, ele nunca se incomodou com a solidão, pois tinha seu fiel companheiro Freddy, obviamente nem precisaria explicar que ganhou este nome devido à sua paixão por terrores clássicos e à um de seus personagens favoritos Freddy Krueger. Ele mesmo o cara do pesadelo, o terror do sono. Afinal quem nunca teve receio de dormir após assisti-lo.

O estilo de Krueger encantava Matt, ele desejava ser capaz de criar algo tão genial e personagens imortais como este e outros que povoam o imaginário de gerações. Mas sua vida estava acomodada na rotina do trabalho e sem um pingo de criatividade, faltava inspiração, alguma experiência que pudesse levar para sua escrita. Naquela tarde apos um dia sem novidades, Matt chegou em casa por volta das oito da noite, subiu apressadamente as escadas, tomou um breve banho. Como de costume na volta um pequeno escorregar pelo corrimão, providenciou um lanche apagou as luzes e a única iluminação era a que vinha da tela de seu computador.

Sem inspiração, mas determinado a ter um lampejo de genialidade. Sua mente estava focada , concentrada, mas nada das ideias surgirem, seu desejo era tanto, que certamente não desistiria.

Entre uma frase e outra, Matt nem dá atenção a seu amigo canino, apenas houve a correria pela casa e vez por hora o repreende: “Pare rapaz, acalme-se vai quebrar a casa, venha pra cá, deite aqui, hoje não posso brincar!”. Depois de varias intervenções e pedidos de seu dono, que por estar obstinado não tirava os olhos de seus escritos. Freddy parece desistir. Por debaixo da mesa lambe as pernas de Matt, vez ou outra o dono coloca a mão e ele retribui com a língua molhada E em meio a troca de carinhos, a campainha toca, o jovem escritor levanta-se deixa seu companheiro e anda para verificar .

Ao destrancar e abrir a porta, encontra Simon um vizinho discreto da rua lateral com um leve sorriso olha para Matt e diz:” Acho que esse moço se perdeu hoje pela manha, passei o dia com ele para que não acontecesse algo e para que ninguém o levasse. Mas agora esta entregue, são e salvo!”.

Ao virar na direção que apontara o vizinho, algo terrível assola sua paz e congela sua alma instantaneamente, em uma fração de segundo as ultimas horas e os acontecimentos dentro de casa passam como um tornado em sua cabeça. Estava vivendo seu mais intenso clássico de terror. E ali como uma assombração parado no canto da varanda preso pela guia que o vizinho o trouxera estava Freddy, olhando para seu dono, a essa altura em completo estado de choque.