CINQÜENTA PORÕES (DITADURA)

CINQÜENTA PORÕES (DITADURA)

As caricias do mundo (impuro). O abismo dos anos, a rosa de chumbo cravada em meu peito aberto.Não tenho a esperança de uma carona espacial na bunda da veraneio preta e branca. O homem de coturno bico de aço come um pedaço de carne humana em silencio, eu sou a fatia das multidões. Olho o vazio, o sonho com suas enfunes que gemem aos cacos no porão. Meus gritos na noite procuram gotas de suor com gosto de canela e chantili. Os postes escoram meninas todas gritam o meu prazer, que cozo em seus nervos tortos, gritos torcidos moscas nas veias, Tudo vai. Meu céu é um fogo em pedra. Meu sol chora pela manhã, também choro. Casinhas da vila, a ilha do diabo cheira enxofre. Mais um coração para de pulsar, cercas brancas mulheres nuas banhando nas águas temperadas de luxuria. Lá fora o vento empurra a porta, A luz bate na parede, e minha sombra dorme no canto. Há uma janela aberta, que sustem os tijolos e os tijolos meus pés descansam. Crianças vão correndo pelo campo, e um escorpião me sorrir. O chapéu branco na parede pede o respeito que nunca tive, esse dia será dolorido, como os dias da virgem esposa. Um prego enferrujado pode gangrenar a vida, E um homem de carne virar plástico. Meu Deus e agora, revivo o juramento que fiz perante o juiz? Ela sempre me faz pedir desculpas nas trilhas da floresta ruiva. Daí a luz... tenho braços de lenhador, mas agora sou um bailarino na gangorra do doi. Fiz contato com um homem de cobre e fui eletrecultado por ele( sim ele era culto) soturno em minhas vielas. As galhas da aroeira gritou me com sua boca verde, procurei não respirar lhe mais.